28 julho 2009

CONSUMO - Mercado Pet cresce e lança produtos e serviços inusitados

Fonte: Mundo do Marketing

Marketing bom para cachorro movimenta R$ 8 bilhões no Brasil por ano

Cães e gatos deixaram de ser apenas animais de estimação há um bom tempo e passaram a ocupar um lugar de destaque na família. Hoje, há quem dispense toda a atenção aos bichinhos, que muitas vezes fazem o papel de filho ou irmão. Especialistas entrevistados pelo Mundo do Marketing garantem que a humanização de animais é uma tendência forte, o que tem obrigado as empresas deste segmento a pensar com a cabeça no Marketing.

Normalmente, o perfil do cliente deste mercado é de pessoas que moram sozinhas, casais que optaram por não ter filhos ou até mesmo os que tiveram filhos que saíram de casa e buscam a companhia de um animal de estimação. Por isso, dão mais atenção ao pet e procuram satisfazer seus possíveis desejos. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação (Anfal Pet), o mercado pet no Brasil movimenta cerca de R$ 8 bilhões. Bom para as marcas deste segmento, que podem investir na forte expansão do setor. Para 2009, a expectativa é de que – mesmo com a crise – o mercado cresça pelo menos 3%.

O Brasil tem a segunda população de cães e gatos e perde somente para os Estados Unidos. São pelo menos 32 milhões de cães e 16 milhões de gatos. De acordo com a Anfal Pet, o país conta com pelo menos 100 mil pontos-de-venda de produtos direcionados aos bichos de estimação. Deste total, 40 mil são pet shops, lojas especializadas em oferecer produtos e serviços para animais de pequeno e médio porte. Em 2005, este número era de apenas nove mil.

Expansão
O forte crescimento do segmento de pet shops nos últimos anos indica uma mudança no mercado. O consumidor está disposto a oferecer mais do que alimentação e saúde para seus bichinhos. Hoje, existem empresas que oferecem tratamentos como escova de chocolate, cauterização, chapinha e ofurô para os donos que querem ver seus cães na moda.

Para promover esses serviços, as empresas do segmento participam de feiras e eventos para se aproximar tanto de profissionais da área quanto dos donos de pets. Um destes eventos é a Pet South America que começou na última quarta, dia 22, e termina hoje. Para este ano, a expectativa é de que a feira receba 22 mil visitantes, como explica a diretora-geral da NürnbergMesse Brasil, empresa que organiza o Pet South America, Ligia Amorim (foto).

O evento também conta com um congresso, que aguarda quatro mil pessoas para esta edição. “A crise não chegou a este mercado, que continua apresentando um crescimento positivo. E ainda há um grande potencial de expansão na área de serviços e acessórios”, diz Ligia em entrevista ao Mundo do Marketing.

Refeição saborosa
Aproveitando a demanda do mercado por produtos diferenciados para pets, a Bertin, grupo que atua nos segmentos de agroindústria, infra-estrutura e energia, criou – há pouco mais de um ano – sua linha de snacks e petiscos, a FunPet. Além de agradar cães e gatos, os produtos ainda trazem benefícios para a saúde dos animais, como melhoria dos pelos e do funcionamento do intestino.

“Há alguns anos, o mercado era mais voltado para a alimentação. Hoje, linhas de produtos de agrado, como bifinhos, petiscos e palitos crescem cada vez mais”, explica o gerente de Trade Marketing da Divisão de Produtos Pet da Bertin S.A., João Gandolfi, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Com o aumento do interesse por opções mais saborosas para os pets, marcas tradicionais como Whiskas e Pedigree, da Mars, também apresentam novidades. As marcas lançam periodicamente linhas com novas receitas, para garantir uma refeição mais gostosa e que ainda cuide da saúde dos bichinhos.

A nova receita de Pedigree, além de se preocupar em facilitar a digestão e promover a absorção de nutrientes, conta até com uma cobertura de molho de carne e nuggets para atrair consumidores que desejam oferecer uma alimentação diferente aos cães. Já os gatos podem contar com a nova linha Whiskas que vem com Delicrocs com coberturas especiais para agradar os bichanos.

Adotar é tudo de bom
Mesmo com tantas novidades no mercado de alimentação para pets, ainda há quem dê restos de comida para os animais. O hábito é mais do que uma economia, é uma questão cultural. “Hoje, o mercado tem rações com todo tipo de preço, mas infelizmente ainda existe um costume de dar aos cães restos de comida. O ideal é que o animal tenha uma alimentação balanceada”, diz Gandolfi (foto).

Outro problema quando o assunto são os pets é o alto nível de abandono de cães. Estima-se que sejam mais de 20 milhões no país. Pensando nisso, a Pedigree lançou a campanha “Adotar é tudo de bom”, nos principais parques de São Paulo, em parceria com a prefeitura da cidade. A marca espalhou 17 peças de mobiliário urbano em pontos de parada conhecidos como “Refresque-se”.

As peças pretendem fazer com que os visitantes se aproximem ainda mais dos três princípios da campanha, baseados na sensibilização e na conscientização para a causa dos cachorros abandonados, posse responsável de animais e apoio aos abrigos que resgatam cães e promovem a adoção consciente.

De olho no exterior
O tema abandono de pets também é debatido na Pet South America. Segundo Ligia Amorim, o mercado pet conta com dois extremos: os donos que cuidam e os que abandonam. “Existe aquele que se dedica a cuidar mais e aquele que acaba abandonando. Dificilmente isso ocorre por problemas econômicos. Normalmente, acontece por incompatibilidade na relação dos pets com membros da família, como crianças, por exemplo, ou quando o animal se torna violento demais”, explica Ligia.

Além de orientar profissionais, a feira busca mercados fora do país com interesse em comprar produtos brasileiros e empresários que queiram fazer negócios. O objetivo é trazer produtos ainda não fabricados no Brasil para melhorar a qualidade e a transferência de tecnologia.

Como segunda maior população de cães e gatos do mundo, o mercado brasileiro justifica o lançamento de produtos que também no exterior. Eventos como a Pet South America são uma boa oportunidade para que as marcas divulguem suas novidades. É o caso da Mars e da Bertin, que aproveitam o evento para apresentar seus lançamentos ao mercado. Para se aproximar do consumidor, a Bertin também patrocina o Agility, prova de habilidade e agilidade para cães inspirada no hipismo.

Novidades
Outra empresa que participa da feira este ano é a Queen Pet. A marca nasceu há um ano, quando Meggy Lopes Figger sentiu que o mercado brasileiro não oferecia opções de roupas para sua mascote Baby. Desde então, Meggy confecciona as roupinhas da Queen Pet. Para se destacar no mercado e surpreender os clientes, ela fez pesquisas em países como México, Espanha, Japão e Turquia e criou roupas comparáveis a grifes de luxo, como jaquetas de couro, macacões e capas de pele. Em média, cada peça custa R$ 65,00 e a empresa procura atender todos os tipos de raças e portes, com peças que vão do tamanho PP ao GG.
Já no Pet Center Marginal, os cães contam com tratamentos de dar inveja a qualquer humano, como Acupuntura, Fitoterapia, Aromaterapia e Banho de ofurô. Para a gerente de Marketing do grupo, Eugênia Fonseca, o tosador é uma espécie de cabeleireiro que cria uma relação de confiança muito grande com os donos dos pets. Além da divulgação feita nas lojas e do e-mail Marketing, a indicação do profissional é essencial para a escolha dos tratamentos.

Atualmente o destaque são tratamentos alternativos para cães e gatos como aromaterapia e florais, que prometem relaxar e combater o estresse dos bichinhos. Na Pet Center Marginal, o banho de ofurô não sai por menos de R$ 70,00 para cães de pequeno porte. Segundo Eugênia, os tratamentos podem chegar a valores bem mais altos, de acordo com a raça e o porte do animal. Pelo visto, o mercado pet não enxerga limites.

GESTÃO - Detalhes do programa da Ambev multado pelo CADE

Fonte: Mundo do Marketing

Relator do caso no CADE e especialista em Marketing de Relacionamento apontam os principais erros da AMBEV

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) demonstrou na última semana que nem mesmos as grandes companhias estão livres de multas por práticas anti-competitivas, segundo a sua ótica. Avaliando a existência de exclusividade de venda de produtos da Ambev em bares e restaurantes, a entidade viu nos programas de fidelidade “Tô Contigo” e “Festeja”, inaugurados em 2003 e operacionalizados pela agência Zicard, ações que feriam as normas de concorrência e provocariam fechamento de mercado.

Procuradas pelo Mundo do Marketing para comentar a decisão do CADE e falar sobre seus programas de fidelidade, a Ambev e a agência Zicard preferiram não se manifestar. A cervejaria apenas divulgou um comunicado oficial à imprensa se dizendo “surpresa” com o resultado, afirmando que já teria feitos ajustes recomendados pela Secretaria de Direito Econômico no decorrer do processo e que o programa “Tô Contigo!” atingiria um número limitado de pontos-de-venda. A Schincariol, que denunciou a concorrente, também comunicou-se apenas através de um nota, comemorando a decisão.

Ainda que programas similares sejam algo comum no mercado, o principal problema nas denunciadas pelo Grupo Schincariol em 2004 à Secretária de Direito Econômica (SDE), seria a alta concentração de mercado da companhia multada. Atualmente, a AMBEV concentra 70% de market share no segmento de cervejas. “Se a empresa analisada fosse a Schincariol ou Kaiser, talvez elas não estivessem sido condenadas”, explica Fernando Furlan, conselheiro e relator do processo no órgão federal em entrevista ao Mundo do Marketing.



SUSTENTABILIDADE - O clima vai pesar

Fonte Portal AMANHÃ

O aquecimento global leva grandes empresas a repensar seu modelo de negócios para combater o efeito estufa – ainda alvo de polêmica entre os cientistas


Em novembro do ano passado, o Vale do Itajaí foi arrasado por uma das enchentes mais violentas da história de Santa Catarina. Em apenas 30 dias, a região registrou um volume de precipitações equivalente ao de um ano inteiro. Cerca de 1,5 milhão de pessoas foram atingidas pelas cheias, 78 mil ficaram desabrigadas e pelo menos 16 morreram. Só no Porto de Itajaí, o maior de Santa Catarina, a força das águas destruiu metade das docas e deixou prejuízos estimados em R$ 350 milhões - sem contar os custos de paralisação e atrasos que os exportadores tiveram de amargar. O curioso é que, na época, Santa Catarina havia acabado de superar um problema exatamente oposto: a falta de chuvas. "Foi algo muito diferente de tudo que a gente já havia visto", resume Robert Grantham, diretor comercial do Porto de Itajaí. "Mesmo assim, ainda não estou convencido de que isso foi provocado por uma mudança no clima", enfatiza.

É compreensível a cautela. Os próprios meteorologistas ainda não afirmam com segurança se esses eventos são fenômenos extraordinários da natureza ou sintomas diretos do aquecimento global. A única certeza é que o clima está realmente mudando. Não é à toa que grandes companhias como Petrobras, Vale, Bradesco e outras vêm trabalhando para mapear os prováveis efeitos do aquecimento global. "São companhias que têm uma visão de futuro muito apurada. Elas não estão dispostas a esperar o pior acontecer. Fazem de tudo para se antecipar a eventuais ameaças ou oportunidades decorrentes das mudanças no clima", conta Giovanni Barontini, coordenador da consultoria Fábrica Ethica e representante, no Brasil, do Carbon Disclosure Project (CDP) - entidade internacional cuja missão é convencer as empresas a incorporar o conceito de "governança climática".

Em outras palavras, o aquecimento global está se tornando pauta obrigatória na agenda dos negócios. Hoje, ninguém mais ousa falar de crescimento sem levar em conta as prováveis transformações do clima. Não por acaso, a ONU está preparando uma convenção que deverá redefinir a maneira como os governos e as empresas buscam o desenvolvimento econômico. Em dezembro deste ano, os líderes dos 192 países signatários da Convenção-Quadro sobre Mudanças do Clima se reunirão em Copenhague, na Dinamarca, com a missão de firmar um novo acordo para reduzir as emissões dos gases causadores do efeito estufa. A expectativa é que desse encontro saia uma espécie de "parte 2" do Protocolo de Kyoto - desta vez, com metas mais ambiciosas e um plano de execução mais realista. Se tudo der certo, os Estados Unidos também assumirão compromissos formais de "descarbonização". Aí não haverá saída. Praticamente todas as grandes economias do planeta estarão em busca de soluções para o aquecimento global e, inevitavelmente, forçarão o resto do mundo a trilhar o mesmo caminho. "Pela primeira vez, teremos um acordo de verdade para enfrentar esse problema", resume Rachel Biderman Furiela, coordenadora do Centro de Estudos em Sus¬tentabilidade da FGV (GVCes).

Há razões de sobra para tanta mobilização. A primeira e mais importante delas é que as mudanças esperadas no clima não são nada sutis. Todas as projeções - tanto as otimistas quanto as catastróficas - revelam que as consequências do aumento das temperaturas serão duras para a sociedade e para a economia, especialmente nas regiões pobres do planeta. Nos cenários mais moderados, haverá uma multiplicação dos chamados "eventos extremos climáticos" - vendavais, tufões, secas, enxurradas etc. "Hoje, por exemplo, os fenômenos relacionados ao El Niño estão se repetindo em frequência e intensidade cada vez maiores", relata Paulo Moutinho, coordenador-geral do Observatório do Clima, uma rede de articulação entre pesquisadores e ambientalistas que tenta influenciar o governo na adoção de políticas pró-clima.

Logo, não é por idealismo que grandes empresas estão começando a colocar variáveis climáticas nas suas estratégias de negócios. É para evitar prejuízos. As mudanças no clima, quaisquer que sejam, podem destruir mercados e inviabilizar negócios. Especialmente no Brasil, onde a economia - altamente dependente do agronegócio - sempre se mostrou frágil ante as oscilações do clima. Muitos climatologistas acreditam que, com o aumento das temperaturas e mudanças na dinâmica das chuvas, é provável que algumas regiões percam a capacidade de cultivar determinadas variedades de grãos e até de produzir energia. No centro-oeste, por exemplo, a tendência é de queda permanente nos índices de chuva, o que pode comprometer a viabilidade das lavouras de soja. Já o sudeste tende a sofrer ondas de calor cada vez mais violentas, o que forçará a migração do café e da cana-de-açúcar para o sul. "Não há dúvidas de que a nossa capacidade de produzir alimentos será afetada de uma forma ou de outra", aponta o climatologista Carlos Nobre, coordenador-geral do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Inpe - órgão que é ligado ao Ministério da Ciência a Tecnologia.

Nos últimos 100 anos, a temperatura média do planeta subiu 0,74 grau centígrado. A maior parte desse aquecimento, porém, aconteceu somente nas décadas mais recentes. Dos 12 anos mais quentes registrados pela ONU, desde 1850, nada menos do que 11 ocorreram depois de 1995. Ou seja: o fenômeno está diretamente relacionado à atividade industrial e à queima de combustíveis fósseis. A consequência dessa súbita febre global é conhecida: aos poucos, o mar está avançando sobre a terra. De acordo com o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), o nível médio dos oceanos vinha crescendo 1,8 milímetro por ano desde 1961. A partir de 1993, porém, essa taxa passou para 3,1 milímetros por ano. "É fato que o mar está subindo. Resta saber quanto subirá nos próximos anos. Pode ser uma dezena de centímetros e pode ser mais de um metro. Tudo depende de como o mundo enfrentará o problema do aquecimento", explica Carlos Nobre.



24 julho 2009

COMUNICAÇÃO - Marketing de Guerrilha para chamar atenção dos consumidores.

Fonte: Mundo do Marketing

"Não são poucos os locais, personagens, formatos e mensagens inusitadas que as empresas tem buscado para chamar a atenção do consumidor em meio à concorrência."

Bonecos gigantes, passeatas com temáticas inusitadas, shows de bandas do momento em um posto de gasolina, ou a apresentação surpresa de uma orquestra dentro da sala de cinema. Não são poucos os meios, personagens, formatos e mensagens inusitadas que as empresas tem buscado para chamar a atenção do consumidor em meio à concorrência.

A prática, denominada Marketing de Guerrilha, termo e conceito criado por Jay Conrad Levinson em livro homônimo, consiste na prática de ações promocionais inusitadas com o objetivo de gerar um boca-a-boca entre consumidores e na mídia, a um custo muito inferior ao que a publicidade, por exemplo, demandaria para atingir o mesmo público.

Para Gustavo Fortes, sócio e Diretor de Planejamento da agência Espalhe, especializada na ferramenta, essa é a principal diferença em relação ao Marketing Promocional. “Não são ações de baixo custo, mas sim formas de potencializar o impacto de uma ação com o que você já tem usando inteligência. Enquanto que blitz em bares precisaria de um milhão de brindes ou folhetos para atingir um milhão de pessoas, que provavelmente se esqueceriam da ação logo depois, uma guerrilha bem bolada atingiria inicialmente um público muito menor, mas que no boca-a-boca ultrapassaria o número de impactados pretendido”, explica, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Ale coleciona cases de sucesso há cerca de um ano
A Ale é um dos anunciantes do mercado que já realiza regulamente grandes ações de Marketing de Guerrilha. A rede distribuidora de combustíveis tinha em mente adotar esse tipo de estratégia quando procurou a Espalhe no ano passado, que lhe ofereceu oito projetos, todos aprovados pela anunciante. O primeiro deles, ainda em vigor, é o “Livro para Voar”, inspirado na iniciativa internacional conhecida como Bookcrossing.

Nele, os consumidores que encontrarem livros “perdidos” passam a fazer parte de um grupo de leitores que registram e comentam sua leitura pela internet para depois “perder” a obra em qualquer espaço público, continuando assim o ciclo de leitura. Essa iniciativa, que contou com a doação de 6.750 livros pela distribuidora Ale ao projeto em 2008, trouxe um retorno de duas a três vezes o investimento em exposição de marca na mídia, além de provocar um aumento na visitação do site corporativo da marca. Esse ano, a companhia entregou mais 3 mil títulos.

Outro projeto de sucesso foi a instalação em outubro passado de um “bonecão do posto” de 30 metros de altura – a mesma do Cristo Redentor -, em um terreno na rodovia BR 101, em Natal (RN), próximo ao Aeroporto Internacional Augusto Severo. A proposta era reforçar a bandeira no Nordeste, onde atuava até poucos meses antes sob a marca SAT – que se originou na capital do Rio Grande do Norte.

Internet facilita repercussão boca-a-boca
Atualmente, a rede está na boca dos jovens com a ação que leva a banda de rock Fresno, popular entre o público juvenil, para tocar em postos da rede. “Alguns criticaram falando que não devíamos focar no jovem porque ele não compra gasolina. Mas eles serão nossos futuros consumidores e, além disso, acabam envolvendo os pais nessas ações e fazem uma boa repercussão na internet”, defende Carlos Cotta, Diretor de Marketing da Ale, um “grande entusiasta do Marketing de Guerrilha", como se autodefiniu em entrevista ao Mundo do Marketing.

O meio digital é apontado como um dos pontos-chave na hora de elaborar ideias como essa. Não à toa a banda Fresno foi escolhida: além de ser um dos grupos que geram o maior boca-a-boca entre fãs na internet, possui oficialmente um site e espaços no Orkut, Fotolog, MySpace e YouTube.

Além disso, a Ale usa espaços no seu site e no blog corporativo para divulgar novidades sobre a ação. Para completar, a própria agência Espalhe mantém um blog para comentar não apenas seus próprios cases, mas também repercutir outras ideias interessantes do cenário de Marketing de Guerrilha.

“Isso facilitou o boca-a-boca. Mas, mesmo quem não gosta, ou não conhece o Fresno acaba sendo impactado. Quando a banda tocou em um posto da Rua Oscar Freire, em São Paulo, muitas pessoas que passavam no local pararam para ver, e até nas janelas dos prédios ao redor”, lembra Gustavo Fortes, CEO da agência Espalhe. Segundo ele, a atração efêmera (de apenas alguns minutos, tempo em que simula o abastecimento da van que transporta o grupo), atrai cerca de 500 pessoas em cada posto.

Fischer+Fala seguia a fórmula já em 1994
O uso em potencial das redes sociais na internet nos últimos anos por consumidores e anunciantes é a principal razão apontada por Pedro Capeletti, Vice-Presidente de Criação da Fischer+Fala, para a maior popularização de ações de guerrilha. Mas, muito antes disso, a agência já incluía em seu histórico a ação de sucesso “Número 1” para a Brahma na Copa do Mundo de 1994, quando praticamente “furou” o patrocínio oficial ao promover entre a torcida e os próprios jogadores da seleção brasileira o uso do dedo indicador indicando o número 1 nas comemorações.

Atualmente, a agência atua mais fortemente nessa área, com cases recentes de sucesso como o realizado para a União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), quando entregou bexigas em forma de cachorro na saída do filme “Marley & Eu” (foto) para promover a adoção de animais; ou o que levou uma orquestra para realizar a trilha sonora de um comercial da Honda dentro da sala de cinema. “O Marketing de Guerrilha permite uma vivência da marca que outros meios não estão entregando. A ação feita para a UIPA envolve e sensibiliza o consumidor de uma forma que um spot de rádio não faria, por exemplo”, explica Capeletti.

Outra agência referência no assunto é a Biruta Mídias Mirabolantes. A empresa, que tem no currículo ações como o PitStop Shell, quando simulou o trabalho de uma equipe completa de PitStop para promover o patrocínio da Shell à Ferrari, e a que levou atores encenando competições esportivas para divulgar a cobertura do portal Terra para as Olimpíadas, acabou de colecionar mais um sucesso com o “Movimento dos Sem Namorado”.

Cuidados na exposição da marca em ações de guerrilha
A ação consistia numa passeata em pleno Dia dos Namorados para as pessoas solteiras, patrocinada pelo site de relacionamento ParPerfeito, que não teve sua marca estampada em nenhum momento.“O melhor é nunca expor a marca. Mas não é para esconder também, porque o consumidor não gosta de ser enganado. No caso do Movimento dos Sem Namorado, a repercussão do ParPerfeito aconteceu através da exposição na mídia (vídeo abaixo) e no próprio boca-a-boca dos consumidores”, explica Rafael Liporace, sócio-diretor da agência, ao site.



A Biruta, com sede no Rio de Janeiro e filial em São Paulo, abriu recentemente uma nova unidade em Fortaleza. Apesar desse tipo de ação ainda ser pouco utilizada por anunciantes locais em comparação com Rio e São Paulo, o próprio fator surpresa facilita o trabalho na região nordeste. “O nordestino é muito mais receptivo a ações como essa. Ainda há resistência a esse tipo de ação até mesmo no Rio e São Paulo, mas esse é o tipo de ação que não dá para prever o resultado. Só conseguimos provar a eficácia realizando a ação”, explica Liporace.

Por outro lado, o estigma do baixo custo pode acabar atraindo anunciantes que buscam alta repercussão com uma verba muito apertada, inviabilizando ou limitando ações de guerrilha. É para evitar isso que a Biruta prefere não se posicionar como uma agência especializada nessa área. “Mas não deixa de ser baixo custo quando comparado com uma ação promocional ou de publicidade”, defende o empresário.

22 julho 2009

CRIATIVIDADE - Quanto vale a criatividade?

Por Guilherme Soares

Interessante o trabalho dos caras da Y&R George Patterson nos EUA para medirem o retorno de uma criatividade. A pergunta que eles queriam responder era: A criatividade faz diferença? Para isso eles compraram uma bike no E-bay por U$ 27,00 e simplesmente colocaram para revender no próprio E-bay adicionando criatividade. No final conseguiram vender por uns U$ 130,00. Aumentaram o valor do produto em 500%. Bem legal...


COMUNICAÇÃO - AXE lança primeiro comercial 360º do mundo.

Fonte: adonline

Reconhecida pelas campanhas bem humoradas, de linguagem moderna e que rompem padrões, AXE inova mais uma vez e traz para os consumidores brasileiros o primeiro comercial 360º para uma marca já produzido no mundo. A peça, criada e produzida pela CUBOCC, pode ser acessada na Web, por meio do endereço www.axe360.com.br.

“O filme 360º faz com que as pessoas tenham a experiência do personagem da campanha, gera muito mais interação, além de oferecer a elas muito mais possibilidades de imagens do que um filme convencional, transmitido na TV, por exemplo”, diz Guilherme Mortensen, gerente de marketing de AXE.

Ao acessar o site, o internauta verá dois filmes, um “Sem AXE Ultra Focus” e outro “Com AXE Ultra Focus”. No primeiro, todas as vezes que algo interessante estiver para acontecer, como a passagem de uma mulher sensual, por exemplo, ele será obrigado a conferir se não está transpirando. No segundo, que é o 360º, ele terá liberdade total para explorar o cenário e todas as curiosidades. Além disso, a cada flagra, aquela determinada imagem será transformada em conteúdos extras que ele poderá utilizar depois no computador.

O objetivo da marca é criar uma peça que tenha afinidade com o comercial para canais abertos e fechados, criado para o lançamento do produto, que mostra de forma irreverente como a transpiração e a conhecida “pizza” nas axilas dos homens pode fazer com que eles percam os melhores momentos da conquista. Com o antitranspirante, eles estão protegidos e podem manter o foco nas mulheres.

“A importância da Internet para AXE tornou-se vital não apenas no Brasil, mas globalmente. A plataforma digital é parte essencial das nossas estratégias. Na maioria das vezes, a Internet torna-se o principal meio de comunicação por conta de sua relevância junto aos jovens brasileiros, público-alvo da marca”, diz Guilherme.

O comercial foi gravado em Porto Alegre (RS) e teve direção de Roberto Martini e Gustavo Rodrigues. Para acessá-lo, basta entrar no endereço eletrônico, não é preciso baixar nenhum programa ou aplicativo. Além de mídia para internet, canais abertos e fechados, a campanha do novo produto também contará com mídia para cinema e mobile.

21 julho 2009

TENDÊNCIAS - Produtos e Serviços Grátis?!

Fonte: Portal EXAME

Em seu novo livro, o guru digital Chris Anderson diz que a tecnologia vai levar os preços inevitavelmente a zero. Será?



"Grátis pode significar muitas coisas, e esse significado tem mudado ao longo dos anos. Grátis levanta suspeitas, mas não há quase nada que chame tanto a atenção. Quase nunca é tão simples quanto parece, mas é a transação mais natural de todas. Se agora estamos construindo uma economia em torno do Grátis, deveríamos começar entendendo o que ele é e como funciona." Essas são as palavras que abrem o segundo capítulo de um livro lançado nesta semana nos Estados Unidos. O título é Free - The Future of a Radical Price ("Grátis - o futuro de um preço radical", numa tradução livre). A editora Campus-Elsevier deve lançá-lo no Brasil no final deste mês. É preciso reconhecer que o autor não falta com a verdade. "Grátis" pode realmente significar muitas coisas, entre elas cobrar por um livro cuja ideia central é uma defesa apaixonada de tudo o que é gratuito. O preço ainda não está definido, mas já se sabe que não, Grátis não será distribuído de graça. (A edição americana custa 17,81 dólares na Amazon.com.)

O autor desse ato de prestidigitação é Chris Anderson, jornalista anglo-americano que edita a revista Wired, a publicação-símbolo do espírito inovador e libertário do Vale do Silício, e que lançou A Cauda Longa, três anos atrás.

A favor de Anderson, é necessário avisar de saída: em nenhum momento ele escreve que tudo será de graça. Sua tese central é que certos produtos e serviços podem, sim, ser gratuitos - e mesmo assim dá para ganhar dinheiro. Anderson constrói seu argumento sobre as diferenças fundamentais entre o mundo das coisas materiais, ou o mundo dos átomos, e a internet, ou o mundo dos bits. Eis a ideia central: todos os custos dos insumos básicos do mundo digital caem vertiginosamente. A capacidade dos processadores dobra a cada 18 meses, mais ou menos, e os preços caem pela metade. Fenômenos semelhantes acontecem com as redes de telecomunicações e com os discos de armazenamento. Essa constatação é verdadeira. Anderson também escreve que nunca na história houve tantos produtos e serviços gratuitos. O melhor exemplo é o Google. Das buscas ao e-mail, dos vídeos do YouTube ao processador de texto online, a imensa maioria dos quase 100 produtos oferecidos pela empresa é gratuita para o usuário final. O custo de manter essa enorme oferta cai dia após dia, escreve Anderson.

Mas quem paga a conta de erguer e manter funcionando o meio milhão de servidores que mantém o Google no ar? Os anunciantes. E aí se abre o primeiro flanco na tese defendida por Anderson. Ele gasta páginas tentando descrever um mundo novo, baseado na publicidade. No entanto, não há nada de novo aí. O sistema de venda de anúncios do Google é aperfeiçoado automaticamente, a cada instante, sempre com o objetivo de melhorar as receitas. Mas no fundo o Google opera com a mesma lógica das emissoras de rádio e TV. É um negócio mais lucrativo e de alcance global, sem dúvida, mas ainda assim apoiado em uma ideia que tem mais de sete décadas de vida - e ninguém precisa de um guru digital para perceber isso.

Anderson também faz uma defesa pouco convincente da pirataria. O custo de copiar um disco ou um filme é virtualmente zero, como bem sabem as gravadoras e os estúdios de cinema. Talvez esses sejam os dois melhores exemplos de negócios que tenham sido obrigados a repensar seus modelos por causa da avalanche digital. Existem vários exemplos de artistas que não se importam em ver suas músicas circulando livremente pela internet, entre eles a banda brasileira Calypso, cuja história é relatada no livro. O negócio, para os músicos paraenses, está em fazer apresentações ao vivo. Os modelos de distribuição de música gratuita para quem compra telefones celulares ou tocadores de MP3 também se multiplicam. Mas isso não quer dizer que a Apple não esteja construindo um belo negócio com sua loja iTunes. Em janeiro deste ano, a empresa já havia contabilizado mais de 6 bilhões de músicas vendidas. Anderson deixa de mencionar que o atrativo da pirataria não reside somente no preço zero: a comodidade de encontrar o que se busca é igualmente importante.

É por isso que fica difícil acreditar na afirmação grandiosa de que "o Grátis (Anderson escreve assim mesmo, com G maiúsculo) deste século é um modelo econômico inteiramente diferente". Ele estima que essa economia do grátis movimente cerca de 300 bilhões de dólares em todo o mundo. Mas metade desse valor vem justamente daquilo que é baseado em publicidade. Os argumentos que ele usou para defender a tese da cauda longa sempre foram sustentados em dados colhidos de empresas reais. Em Grátis, as histórias que ele conta parecem ser versões atualizadas das promoções que fazem parte do marketing das empresas desde sempre: compre um, leve outro de graça. De todos os modelos descritos no livro, talvez o mais interessante seja o que Anderson chama de freemium, uma mistura de free com premium. Algumas empresas de internet oferecem um serviço gratuito com a intenção de alcançar a maior base de usuários possível. Não se trata de uma amostra grátis. Todas as principais funções são verdadeiramente gratuitas. O objetivo é tentar vender uma versão mais sofisticada a um pequeno grupo de usuários. É assim que operam o site de fotos Flickr, o serviço de telefonia pela internet Skype e as versões online dos jornais The Wall Street Journal e Financial Times.

O livro de Anderson foi recebido com críticas ácidas. A que ganhou mais destaque foi a de outro autor popular, o também anglo-americano Malcolm Gladwell (O Ponto de Desequilíbrio, Fora de Série - Outliers). Numa resenha publicada no site da revista New Yorker, para a qual escreve, Gladwell classifica as ideias de Grátis de utopia tecnológica. Ele lembra que a Wired, de Anderson, foi uma das primeiras publicações a decretar, nos tempos do boom da internet, o nascimento de uma nova economia - que, diga-se, nunca veio. Gladwell menciona o exemplo de uma empresa farmacêutica que criou um remédio para tratar uma doença raríssima. O maior valor de um remédio, como se sabe, é a propriedade intelectual que ele representa. Mas o medicamento de que Gladwell fala não vai ser grátis tão cedo, muito pelo contrário: o tratamento custa 300 000 dólares por ano.

Lidar com críticas faz parte do ofício de um escritor como Anderson. Mas o plágio, não. Uma semana antes da publicação de Grátis, um blogueiro levantou a lebre: trechos inteiros do livro foram copiados da enciclopédia online Wikipédia. Anderson rapidamente se pronunciou. Disse que, por uma confusão causada nos dias finais da edição, os trechos que foram copiados do site acabaram saindo sem a devida atribuição de crédito. Sua editora se disse satisfeita com a explicação. Na blogosfera, porém, muita gente ficou pouco convencida com essa história. Como o autor de A Cauda Longa, um livro apurado com rigor acadêmico (Anderson é físico), seria capaz de copiar informações justamente da Wikipédia, um site que muda de forma a cada segundo? Apesar disso tudo, é pouco provável que Anderson deixe de ser requisitado como palestrante. Com seu primeiro livro, ele entrou definitivamente para o time de estrelas do circuito global de palestrantes - e passou a cobrar caro por suas aparições. Afinal de contas, a verdade é que hoje em dia nem injeção na testa é de graça. Ou você conhece alguém que aplique botox sem cobrar nada?

TENDÊNCIAS - O Brasil está ficando cada vez mais "idoso".

Por Guilherme Soares
Fonte: UpdateorDie.com e diariopopularpr.com.br

"Imaginem só a cena: você tem um sobrinho que precisa de um leito de UTI, e pode bancar hospital particular mesmo, mas não tem leito, porque está tudo ocupado com pessoas com mais de 60 anos. O que vai acontecer? Você vai pensar (ou dizer em voz alta, dependendo de seu auto-controle): “Meu sobrinho tem a vida inteira pela frente, esse velho já viveu a dele!” É o que basta. Está dado o sinal de uma guerra civil emergindo, no caso, guerra intergeracional." Brincadeiras à parte, de acordo com diversas pesquisas, essa é a tendência para o cenário futuro do país.

No período 1950-1960, a taxa de crescimento da população recuou de 3,04% ao ano para 1,05% em 2008. Mas, em 2050, a taxa de crescimento deve cair para –0,291%, que representará uma população de 215,3 milhões de habitantes. Segundo as projeções, o país apresentará um potencial de crescimento populacional até 2039, quando se espera que a população atinja o chamado “crescimento zero”. A partir desse ano serão registradas taxas de crescimento negativas, que correspondem a queda no número da população. Vale ressaltar que se o ritmo de crescimento populacional se mantivesse no mesmo nível observado na década de 1950 (aproximadamente 3% ao ano), a população brasileira chegaria, em 2008, a 295 milhões de pessoas e não nos 189,6 milhões divulgados pelo IBGE.

Os números projetados assustam mesmo: em 17 anos, o Brasil deve dobrar a proporção de idosos – de 9% para 18% da população total. Em 2025, serão 32 milhões maiores de 60 anos e, em 2050, 70 milhões. Para comparar, os idosos da França dobraram de 7% para 14% do total em 115 anos, e a França já era um país rico – que continuou rico. Ou seja, a França teve tempo e recursos para implantar políticas específicas de enfrentamento do problema. (E ainda assim morreram 15 mil velhinhos lá naquela onda de calor uns anos atrás porque não abriam a janela.)

O Brasil, está acostumado a ser um país jovem, vai “envelhecer de virada” e, sem um planejamento bem feito, vai acabar desviando recursos dos programas de saúde da mulher, da criança e do trabalhador para tratar dos idosos. A tensão social decorrente dessa disputa pode ser gravíssima. Quem faz o alerta numa entrevista à HSM Management é o Alexandre Kalache, médico gerontologista carioca que chefiou o Programa de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) por muito tempo e foi professor de Oxford, e hoje é conselheiro do presidente da New York Academy of Medicine, além de embaixador global da organização não governamental HelpAge.

Fato é que essa virada etária vai influir muito no consumo, na produção, nas relações de trabalho, no marketing e na estratégia das empresas, porque tende a transformar a sociedade de modo geral. Mesmo que o governo não pense, melhor a gente pensar nisso, tanto como oportunidade quanto como ameaça. Imaginem só, por exemplo, o quanto mudará nos serviços de alimentação, de hospital e de transporte.

20 julho 2009

RECURSOS HUMANOS - Os segredos das melhores.

Fonte: ComputerWorld

Criar um bom ambiente de trabalho independe de dinheiro. Postura e liderança são muito mais importantes do que benefícios. Saiba como trabalha a elite dos recursos humanos no Brasil.


Qual o segredo das melhores empresas para se trabalhar? A resposta, apesar de não ser simples, está inserida em um conjunto de ações pequenas e simples. Mais importante do que oferecer benefícios, é dar aos funcionários ferramentas adequadas para o seu desempenho. Ficar na empresa até tarde? Claro, não há problema, mas a liderança se lembra de agradecer a quem procura fazer o melhor? Enfim, para criar um bom ambiente não é preciso pirotecnia, basta agir da maneira correta.

“A palavra-chave que nós usamos é confiança. É o principal fator medido pela pesquisa [Melhores Empresas de TI e Telecom para Trabalhar]”, afirma o CEO do Great Place to Work Institute Brasil (GPTW), Ruy Shiozawa. Para conquistá-la, as empresas presentes no ranking respeitam seus funcionários, cumprem o que falam, possuem regras e políticas claras e, principalmente, conseguem se comunicar de forma efetiva. Afinal, de nada adianta fazer tudo corretamente se os profissionais não são capazes de perceber o esforço.


Desenvolver esse vínculo de confiança entre funcionários e empresa traz uma vantagem competitiva muito grande para a companhia. Quando a relação entre líder e liderados é boa, isso se reflete em todos os processos e no relacionamento com os clientes, que percebem nitidamente quando o ambiente é agradável. Os produtos, ou serviços, ficam melhores, os vendedores se esforçam mais e têm menos dificuldade para convencer os consumidores sobre os benefícios do que está sendo oferecido. E tudo acaba influenciando, ainda, no que mais importa: o lucro.

Por esse motivo, a crise econômica mundial parece ter dado um empurrão nas empresas de Tecnologia da Informação e Telecomunicações na direção das melhores práticas de recursos humanos. Segundo Shiozawa, este ano a média geral dessas empresas no ranking do GPTW subiu mais de 5 pontos porcentuais, resultado que impressiona, uma vez que, no geral, a evolução anual não passa de
1 ponto porcentual.

“É um investimento necessário, que muitas vezes não custa absolutamente nada para as empresas”, justifica o CEO do GPTW. Isso acontece porque a maior parte das ações que melhoram o ambiente de trabalho está relacionada à postura dos líderes. Mesmo quando se trata de benefícios, o importante não é gastar mais para dar o melhor plano de saúde ou de previdência privada. É mais eficiente ouvir e entender o que os funcionários querem – o que, na maioria das vezes, não é muito – do que investir em serviços sem importância para as pessoas, por mais sofisticados que sejam.

Confira os cinco principais motivos que fazem de uma empresa um dos melhores lugares para trabalhar em TI e Telecom no Brasil.

1- Comunicação
Antes de colocar em prática qualquer mudança de postura que possa estar pensando, lembre do seguinte: tão importante quanto fazer a coisa certa é ter certeza que os funcionários têm a percepção exata do que está acontecendo. Criar um bom ambiente de trabalho depende, integralmente, da comunicação entre a empresa e seus colaboradores.

A corporação pode ter uma regra de promoção clara e justa, mas se não fala para o funcionário porque ele foi ou não foi promovido, sempre haverá quem ache que não foi justo. Assumir o papel de líder e comunicar de forma clara as decisões é de crucial importância, uma vez que isso vai determinar a percepção dos funcionários em relação à empresa.

“Nós nos deparamos muitas vezes, durante a pesquisa, com líderes que costumam justificar o fato de não terem promovido determinado funcionário dizendo para ele que a direção barrou ou que faltaram recursos”. Neste caso, o líder não está cumprindo seu papel de informar exatamente os motivos da decisão, exemplifica Shiozawa.

Esse tipo de comportamento acarreta em dois problemas: o funcionário vai se sentir desmotivado e, pior, não vai poder trabalhar as verdadeiras razões que impediram sua promoção. As pessoas podem até não gostar de uma avaliação ruim, mas é pior quando o chefe se esconde. “Isso acaba cultivando um ambiente que, uma hora ou outra, vai explodir”, observa.

2 - Credibilidade e imparcialidade
Como os funcionários enxergam a liderança? Nas melhores empresas para trabalhar, os funcionários acreditam na capacidade e nas palavras dos líderes e confiam nas suas decisões. Nessa hora, entram questões como competência técnica, integridade, justiça e capacidade de fazer o funcionário perceber essas qualidades.

Toda empresa tem em suas dependências quadros de aviso que informam Missão, Visão e Valores. Mas se no cotidiano profissional os funcionários acabam presenciando situações que vão contra o que está escrito, a liderança perde credibilidade. “Vamos supor que uma companhia tenha como missão agradar os clientes em primeiro lugar. Se toda vez que um consumidor telefona o chefe fala: ‘lá vem aquele chato de novo’, com o tempo, a credibilidade vai se perdendo”, pondera.

Também é importante o inverso: a confiança que o gestor demonstra em relação ao trabalho do funcionário. O profissional que tem autonomia para trabalhar vai se sentir valorizado e passar a acreditar mais no trabalho do chefe.

Sobre imparcialidade, a empresa precisa transmitir para o funcionário que seu desenvolvimento não depende de politicagem, mas sim de regras pré-estabelecidas e que sejam de conhecimento de todos.

3 - Respeito
Para gostar da empresa na qual trabalha, o funcionário precisa saber exatamente como a liderança o enxerga. Pequenos gestos, como um agradecimento por ter ficado até mais tarde no escritório, ou uma demonstração de preocupação com a vida social das pessoas – que pode vir na forma de incentivos à prática de atividades fora do trabalho – fazem toda a diferença.

Geralmente, todo funcionário passa por momentos de pico de atividades, seja no fechamento do mês ou na conclusão de um projeto, quando existe a necessidade de trabalhar por mais tempo. Mas a empresa que se preocupa em saber se o colaborador está comprometendo sua vida social para cumprir com a demanda do trabalho ganha pontos positivos na avaliação da equipe.

Respeitar o funcionário também significa oferecer a ele condições de trabalho, dando ferramentas adequadas para as tarefas a serem cumpridas e um ambiente propício.

“Os líderes precisam se preocupar em ver o funcionário como pessoa, e não apenas como um número de matrícula. Ninguém passa pela catraca e deixa de ser o que é”, afirma a consultora do GPTW Roberta Hummel. Não é uma questão de ser “bonzinho” ou tomar atitudes paternalistas, mas sim de entender o perfil e a necessidade das pessoas que trabalham na empresa.

A companhia procura envolver os funcionários nas decisões que os afetam? Existe um ambiente propício para inovação, ou se alguém tenta fazer algo diferente e comete um erro será execrado? Essas são questões que, nas melhores empresas para trabalhar, são respondidas de forma afirmativa.

Na base, a confiança
As três dimensões mencionadas – credibilidade, imparcialidade e respeito – não funcionam de forma independente. Elas estão interligadas e precisam ser trabalhadas em conjunto. Afinal, se o funcionário não acredita no que o chefe diz, suas decisões são tomadas como injustas e o profissional se sente desvalorizado e desrespeitado. Estas dimensões geram a tão buscada confiança nos funcionários. Por esse motivo são as mais importantes.

Mas ainda existem outros dois componentes cruciais que fazem das empresas um bom lugar para trabalhar: orgulho e camaradagem. De certa forma, essas características são uma consequência da confiança, mas também precisam ser trabalhadas.

4 - Orgulho
São três tipos de orgulho: do trabalho, da equipe e da empresa. Os dois primeiros estão ligados à relação de confiança. Se a liderança não envolve o funcionário nas decisões e não ouve suas ideias, é muito difícil ter orgulho do que faz. O terceiro caso envolve a marca da empresa, o produto e o que
ela retorna para a sociedade, incluindo os trabalhos sociais e ambientais desenvolvidos.

5 - Camaradagem
As melhores práticas tratam da relação entre os funcionários de uma mesma empresa e, também, destes com suas lideranças. Afinal, se o profissional não tem confiança em seu chefe, acaba achando que será desrespeitado e que as promoções e bonificações são injustas. Como resultado, ele não vai se esforçar para ajudar algum colega, que pode considerar privilegiado. “Uma equipe não vai funcionar de forma coesa caso a liderança incentive competições negativas. Se as expectativas não estão claras para todos e não há uma boa comunicação, ninguém vai acreditar que absolutamente todos na empresa estão caminhando na mesma direção”, diz Roberta.

Pequenas iniciativas, grandes resultados

Benefícios
Ao contrário do que se imagina, as melhores empresas para se trabalhar não são, necessariamente, campeãs também na concessão de benefícios aos funcionários. O segredo é entregar aos profissionais o que eles realmente querem ou precisam. Por exemplo, para uma empresa com muitos funcionários jovens, planos de previdência não serão muito valorizados.

Práticas e políticas
No início, Robert Levering, criador do GPTW, pensou em mapear as práticas mais utilizadas para determinar quais eram as melhores empresas para se trabalhar. “Não adianta ter os maiores benefícios, se elas não fazem sentido para as pessoas. Não adianta ter a melhor política de carreira, se ela não é aplicada de forma justa. O papel da liderança é mais importante do que qualquer prática ou política. Cada empresa tem as suas e as aplica de forma diferente, mas sempre de forma específica para o seu público”, explica a consultora.

Tentar adotar determinada prática de outra empresa só porque ela está no ranking do GPTW não é uma atitude que vai gerar bons resultados.
“O problema é a falta de adequação à cultura da companhia e de uma política consistente e maior. A prática é importante, mas a forma como ela é aplicada é que faz a diferença”, afirma Roberta.

Recrutamento
Talvez a prática mais importante de todas. Para ter um bom ambiente é preciso ganhar a confiança do funcionário. Isso depende de regras claras, respeito, imparcialidade e uma boa comunicação. Mas se o perfil e os valores dos funcionários forem diferentes do perfil e dos valores da empresa, o casamento nunca vai dar certo. Saber quem está contratando e se certificar que a pessoa tem o perfil adequado para a companhia é o início de tudo. Afinal, conhecimento técnico, na pior das hipóteses, pode ser ensinado.

Por esse motivo, cada vez mais as empresas buscam diversificar o processo seletivo e incentivar a indicação de amigos entre os próprios funcionários. A Chemtech, por exemplo, costuma levar os candidatos a eventos sociais, como shows e jogos de futebol, para conhecer o comportamento da pessoa fora do ambiente de trabalho.

16 julho 2009

CONSTRUÇÃO CIVIL - Lançada etiqueta que classifica edifícios conforme o consumo de energia.

Fonte: Agência Brasil

A Eletrobrás e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) lançaram a Etiqueta de Eficiência Energética de Edificações Comerciais, de Serviços e Públicos, que vai classificar os prédios conforme seu consumo de energia. A iniciativa faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE).

As construções participantes do programa serão analisadas em três aspectos: envoltório (fachada e entorno), sistema de iluminação e condicionamento de Ar. a partir dessa avaliação, os edifícios receberão etiquetas que vão de A (melhor nível de eficiência,) até E (pior qualificação). Na fase inicial do projeto, a participação é voluntária, mas, gradualmente, ela passará a ser obrigatória. Há ainda previsão de incluir os prédios residências na classificação.

A intenção é facilitar o entendimento da eficiência energética das construções “para que o consumidor possa escolher o melhor prédio de acordo com seus interesses de ter uma conta de energia menor e de poder contribuir para resolver o problema da sustentabilidade do mundo”, ressaltou o presidente do Inmetro, João Jornada.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo, Sergio Watanabe, embora possa levar a aumento no preço dos imóveis, a etiqueta terá um apelo para o consumidor. Ele explicou que, “apesar de o valor subir no primeiro momento, os edifícios economicamente sustentáveis devolverão esse aumento de preço durante a manutenção da edificação em seu período de vida útil”.

A incorporação de edifícios antigos também está entre os objetivos do programa. Segundo João Jornada, “uma boa reforma” pode proporcionar economia de até 30% na conta de luz de um condomínio.

O presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz, destacou que a adequação das construções brasileiras à necessidade de sustentabilidade ambiental “gera um impacto enorme no papel do Brasil como player na questão da emissão de gases causadores do efeito estufa”.

15 julho 2009

INOVAÇÃO - Open Innovation ou Inovação Aberta

Por Guilherme Soares

Hoje em dia as empresas estão buscando novas formas para inovar e com isso obterem diferenciais competitivos que possibilitem a sobrevivência. A inovação aberta surgiu nos últimos tempos como uma estratégia para encontrar essas inovações, através de conhecimentos que vêm de fora das fronteiras da empresa. Inovação Aberta é um termo promovido por Henry Chesbrough, professor e diretor executivo no Centro de Inovação Aberta da Universidade de Berkeley.


Ao analisar o comportamento histórico das grandes firmas americanas ao longo do séc. XX, Chesbrough percebeu que o modelo de gestão da inovação utilizados nessas empresas foi bastante fechado no que se refere ao surgimento das idéias e sua aplicação no mercado. Duas premissas fundamentais mantiverem esse modelo: “nós detemos os melhores talentos, portanto nossas idéias são melhores que a dos demais” e “se nós inventamos ninguém melhor do que nós para comercializar”. Entretanto, essas premissas começam a ruir a medida que passamos por alterações sociais profundas na disseminação do conhecimento e portanto na divisão do trabalho para a inovação. Entre esses fatores, destaca-se a crescente mobilidade de mão-de-obra, o surgimento de centros de formação de excelência em todo o mundo, a perda de hegemonia dos EUA, Europa e Japão para outras regiões emergentes e o crescente investimento em capital empreendedor (Venture Capital). Se uma boa idéia é rejeitada por uma empresa, está cada vez mais fácil para aquele funcionário ou equipe responsável pela criação dessa idéia sair e buscar alternativas externas para viabilizá-la.

A idéia central por trás da inovação aberta é que num mundo repleto de informações, as empresas não apliquem inteiramente a confiança de seus recursos em suas pesquisas, mas ao invés disso comprem ou licenciem processos de inovação (como patentes) de outras empresas. Além disso, as invenções internas que não forem usadas pelos negócios da empresa podem ser licenciadas para fora, de forma que outras empresas tenham a oportunidades de utilizá-las. De maneira oposta, inovação fechada refere-se ao processo de limitar o conhecimento ao uso interno da empresa e não fazer uso ou somente um pequeno uso do conhecimento exterior.

MARKETING - O dilema da redução de preços

Fonte: Portal Amanhã

As lições de três empresas dos EUA que, para encarar a crise, valeram-se de uma das táticas mais complexas do marketing: a precificação.

Por: Ryan McCarthy, da Inc. Magazine

Tentado a reduzir os preços de seus produtos ou serviços? Pois você não está sozinho. Com a queda nas vendas, muitas empresas rapidamente passaram a oferecer descontos. "A redução de preço é, de longe, a técnica de marketing mais fácil de se usar", afirma Frank Luby, sócio da Simon-Kucher & Associados, uma consultoria de precificação e marketing. No entanto, a estratégia de baratear produtos e serviços leva a perguntas difíceis. Os descontos agressivos podem vulgarizar a sua marca? Tendo reduzido os preços, você pode elevá-los novamente? Como trabalhar com margens de lucro mais apertadas? Luby responde: "Procuro fazer com que meus clientes pensem na posição em que querem ver sua marca quando as coisas melhorarem".

Eis aqui três empresas que apostaram em fortes descontos para lidar com a crise - e os respectivos resultados.

Em busca do apoio popular
Lição 1: Os consumidores estão em busca das melhores ofertas e evitando artigos de luxo. O corte de preços nos segmentos mais populares é uma boa maneira de manter o fluxo de vendas

As preocupações de Jeremy Shepherd começaram na segunda metade do ano passado. Fundador da PearlParadise.com, uma revendedora virtual de Los Angeles, ele percebeu que as vendas de colares de pérolas de luxo declinavam. Sheperd receava que a queda fosse uma prévia de um péssimo fim de ano. A maior parte das vendas no período natalino sempre foi o de peças com valor entre US$ 1.000 e US$ 5.000. A época de Natal concentra em torno de 40% das vendas anuais. Porém, os compradores vinham dando preferência a jóias com valor abaixo de US$ 1.000.

Em vez de promover os itens de maior preço, Shepherd apostou em produtos para bolsos menos cheios. Criou uma campanha de "luxo por menos" e lançou suas pérolas do Taiti, que costumavam custar entre US$ 500 e US$ 700 , a US$ 300 a peça. E investiu US$ 75.000 para promover a campanha. Também revisou a apresentação do site, destacando os itens de menor custo na página de entrada.

Os pedidos começaram a aumentar. O volume de vendas em dezembro cresceu 16% em comparação com o ano anterior, com as pérolas menos caras representando 40% da receita total. "Estamos trabalhando em dobro e trazendo menos receita", conta Shepherd. Felizmente, a suspensão de alguns impostos de importação e exportação ajudou a evitar um corte maior nas margens de lucro. A receita anual ficou em US$ 22 milhões, uma queda de 17% em relação ao ano anterior, mas o proprietário está convencido de que poderia ter sido bem pior. Ele estima que os itens mais baratos continuarão a responder pela maior fatia das vendas em 2009.

Use desconto com moderação
Lição 2: Numa crise, é difícil vencer a concorrência só com a qualidade do serviço. Mas as guerras de preço sempre são arriscadas. Descontos limitados podem impulsionar as vendas sem criar uma imagem de empresa barateira

Em 2008, Jason Robbins percebeu uma tendência geral de cortes nos preços. CEO da ePromos Promotional Products, uma revenda de presentes e lembranças corporativas com logotipo personalizado, ele pensou duas vezes antes de fazer o mesmo. "Sempre quisemos ser líderes, tendo como diferencial o serviço", diz. "Nosso receio era de que as pessoas nunca mais pagassem o valor integral se as acostumássemos com preços baixos". Depois de atingir a marca de US$ 25 milhões em 2007, a receita vinha caindo em 2008 e o desempenho do terceiro trimestre havia sido extremamente negativo. "Tudo parou", lembra Robbins. As vendas em novembro foram 25% inferiores às do mesmo mês em 2007. Foi quando ele e seu time viveram uma semana tensa, debatendo a possibilidade de cortar preços. A preocupação era de que a marca fosse danificada. Mas, se as vendas não subissem, ele teria de reduzir a folha de pessoal.

A decisão foi promover cortes de preços, mas em doses pequenas. Para atrair novos clientes, que em geral representam metade da receita, a ePromos passou a oferecer um desconto de US$ 50 na primeira compra. Robbins também decidiu baratear 3 mil dos 13 mil itens oferecidos. Normalmente, todas as medidas provocariam um corte de 25% nos lucros, mas a empresa ofereceu os descontos apenas em produtos com margem de nego¬ciação com os fornecedores. Para completar, Robbins passou a oferecer entrega gratuita.

Ao final, as vendas de dezembro ainda ficaram 15% abaixo do mesmo mês em 2007, mas foram muito melhores do que as de novembro. "Entendemos que nossa posição de competidor de alta qualidade foi mantida, sem dano à nossa reputação", explica Robbins. A receita caiu 8% em 2008 e Robbins decidiu manter os preços mais baixos em 2009.

Estratégia ao gosto do freguês
Lição 3: A inclusão de mais serviços pelo mesmo preço pode ser uma maneira eficaz de ser competitivo em um cenário adverso sem ver os lucros despencarem

Com a desaceleração da economia, Siamak Taghaddos e David Hauser, fundadores da GotVMail, começaram a pensar em cortar preços. A empresa, sediada em Needham, Mas¬sachusetts, oferece sistemas de telefonia virtual e tem pouca concorrência, mas os fundadores temiam que, se mantido, o valor do serviço prejudicasse a expansão do negócio. No entanto, com os planos cotados a partir de US$ 9,95 ao mês, os empresários sentiam que as tarifas já estavam baixas o suficiente.

Após uma pesquisa com seus consumidores, descobriram que o maior interesse dos usuá¬rios era prever com mais exatidão o custo mensal, ter planos mais simples e outros serviços agregados. Na prática, o usuário da solução da GotVMail frequentemente excedia sua cota mensal de minutos, o que significava mais receita para a empresa, mas deixava os consumidores irritados. Também era forte a reclamação contra a cobrança de determinados serviços, tais como o de ramais por empregado. Os fundadores passaram então a reexaminar as ofertas da empresa. "Nos questionamos sobre como ser mais generosos sem perder dinheiro", conta Taghaddos.

Em outubro, a empresa aumentou o número de minutos oferecidos. Serviços que eram cobrados passaram a ser incluídos sem custo na maioria dos planos. Taghaddos e Hauser afirmam que a nova estrutura de preços reduz os lucros da GotVMail em cerca de 10%, mas permite que a empresa ofereça descontos médios de cerca de 40% a seus clientes. Em novembro, a empresa experimentou um aumento significativo de adesões: mais de 40% na comparação com o ano anterior - muitos deles, profissionais que haviam perdido o emprego e iniciavam um negócio próprio. Apesar das margens mais apertadas, a GotVMail segue lucrando, segundo seus donos. "Não creio que sejamos à prova de crise", diz Taghaddos. "Mas minha intuição sempre me disse que poderíamos ter sucesso mesmo com a economia em baixa".

Para não pagar o pato

A formação de preços é uma das "ciências" mais complexas do marketing. Não se trata, como pensam muitos leigos, de somar os custos e embutir um lucro. O valor cobrado diferencia, posiciona e pode se revelar crítico para o sucesso - ou ruína - de um negócio. Veja algumas dicas da consultoria Lucre, do "guru" da precificação no Brasil, Roberto Assef.

a) Preços devem ser definidos pelo valor percebido pelo consumidor e não em função dos custos ou da comparação com a concorrência;

b) Nunca rateie os custos fixos entre os diversos produtos, seja qual for o critério;

c) Analise as margens de contribuição de cada produto e/ou serviço;

d) Conheça o ponto de equilíbrio operacional e utilize essa informação para aumentar a competitividade e a margem de lucro;

e) Analise o retorno sobre o investimento gerado pela política de precificação adotada;

f) Fique atento para toda a estrutura tributária que incide sobre o preço de venda.

INOVAÇÃO - Rio Grande do Sul cria Lei de Inovação.

Fonte: Portal AMANHÃ
Por: Ricardo Lacerda

Paulo Afonso Pereira, ex-presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, o Inpi, espera que a legislação “não seja apenas mais um modismo”

A partir desta terça-feira, o Rio Grande do Sul terá sua própria Lei de Inovação. No entanto, a criação de uma norma estadual, que tem como objetivo incentivar empresas a investir em inovação, não é novidade no Brasil. Santa Catarina, Paraná e Amazonas são exemplos de estados onde já existem legislações específicas para o tema.

A norma, assinada nesta segunda-feira pela governadora gaúcha Yeda Crusius, autoriza a criação de isenções fiscais para empresas consideradas inovadoras e estabelece regras visando à maior integração entre centros de pesquisa e iniciativa privada (no final desta matéria). E é exatamente isso o que está fazendo a Pillecco Nobre Alimentos. Yeda Crusius já assinou um protocolo de intenções com Onélio Pillecco, diretor-presidente da empresa de Alegrete, para garantir a utilização da lei num projeto da Pillecco, que pretende aplicar novas tecnologias para aproveitar o resíduo da casca de arroz como componente para outras indústrias - como as de cimento e de borracha, por exemplo.

Já existem, há alguns anos, legislações federais que incentivam investimentos em pesquisa & desenvolvimento, como a Lei do Bem e a Lei de Inovação. Com a adoção das leis estaduais, ficam estabelecidos parâmetros de direcionamento de recursos para áreas de maior interesse. Cauteloso, Paulo Afonso Pereira, ex-presidente do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) diz que a lei gaúcha precisa, ainda, ser regulamentada para que seus efeitos sejam sentidos. "Isso requer tempo, estudos e negociações, o que, em se tratando de lei, no Brasil, não é uma coisa fácil e nem de resposta rápida", destaca. Para o ex-presidente do Inpi, quando se fala em inovação, "agilidade é tudo". "Espero que isto não seja apenas mais um modismo, para, logo em seguida, cair no esquecimento, como tantas iniciativas que já vimos ocorrer", observa Pereira, que atualmente é coordenador da Câmara de Propriedade Intelectual da Federasul (Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul).

Confira os principais pontos* da Lei de Inovação do Rio Grande do Sul:

1 - Estímulo à parceria das ICTs (Instituições Científicas e Tecnológicas do Rio Grande do Sul) com o setor privado, com proteção sobre resultados de pesquisas e possibilidade de copropriedade.

2 - Criação de banco de dados de pesquisas, patentes, incubadoras e parques tecnológicos.

3 - Pesquisador público passa a ter participação em ganhos econômicos.

4 - Pesquisador independente poderá requerer parceria com as ICTs.

5 - Incentivo à inovação nas empresas, que poderão compartilhar com as ICTS recursos humanos, materiais ou de infraestrutura.

6 - Incentivo à implantação e consolidação de parques tecnológicos e incubadoras.

7 - Incentivos financeiros e fiscais - o Poder Executivo fica autorizado a instituir política de incentivos, fundos ou linhas especiais de crédito.

*Fonte: Governo do Estado do Rio Grande do Sul

14 julho 2009

MARKETING - 'A revolução do matemarketing'

Fonte: Portal Amanhã
Por: Eduardo Aspesi

A prática que usa a estatística para medir com precisão cada detalhe da relação com clientes, apresentada pelo próprio criador do conceito

Comecei minha vida profissional em controladoria e auditoria. Quando recebi um convite para assumir a área de marketing e vendas, fiquei surpreso com a falta de ferramentas analíticas e instrumentos de mensuração.
Acredito que tudo seja mensurável. Comecei a calcular o valor de cada cliente e identifiquei que eles tinham várias características em comum. Então fui ao mercado procurar prospects semelhantes e deu muito certo.

Foi assim que criei o que eu chamo de "matemarketing". Cada negócio tem uma equação. Ganha o jogo quem souber montá-la, adaptá-la às necessidades e oportunidades do mercado e transformá-la, antes da concorrência, em um relacionamento rentável com os clientes.
Sou um apaixonado pelo marketing dirigido, por trabalhar a informação de forma inteligente, identificar padrões de comportamento do consumidor e, a partir daí, direcionar as ações de vendas e de relacionamento.

Como vice-presidente de marketing e vendas da NET, trabalho passo a passo a concretização do "matemarketing". O desafio é dar a milhões de clientes o tratamento típico de um armazém de cidadezinha do interior, onde o dono conhece todos em detalhes e, por isso, pode diferenciar o tratamento dispensado a cada um, atendendo às necessidades e garantindo a satisfação da freguesia.

No mercado de telecomunicações, isso significa evoluir da visão da engenharia para a visão do relacionamento, ou seja, uma estratégia que priorize o foco no cliente. Para atingir esse objetivo, é necessário desenvolver uma grande quantidade de ações customizadas para pequenos grupos de clientes, com uma taxa de retorno muito superior àquela obtida no modelo tradicional (poucas ações para quantidades massivas de clientes). Dessa forma, mobiliza-se a empresa para o objetivo único de maximizar o valor do cliente a cada oportunidade de contato.

O ponto de partida para esse processo é uma estrutura informacional que permita a visão integrada do cliente e um ambiente analítico flexível por meio de um banco de dados no qual as informações estejam prontas para ser exploradas. Essa é a base para a segmentação e para o cálculo do valor do cliente ao longo do tempo.

Com técnicas de modelagem estatística, é possível usar dados históricos não apenas para explicar tendências passadas, mas também para prever comportamentos futuros, como a compra de produtos e serviços ou o tão temido churn (migração para a concorrência).

A partir do momento em que a empresa conhece o perfil de cada cliente, suas necessidades e seu valor, é possível definir o que, como e para quem oferecer. É inquietante ver que, no Brasil, ações fundamentadas no "matemarketing" fazem parte de um grupo de ilhas de excelência e projetos ad hoc. Os investimentos de marketing ainda são muito concentrados na mídia de massa, pois esses veículos atingem uma parcela muito grande da população, o que facilita a comunicação com todos os clientes de uma só vez.

Porém, para determinados produtos ou serviços, típicos da indústria de telecomunicações, isso é justamente o que deve ser evitado, sob o risco de destruir progressivamente o valor do negócio com ações que não levam em conta os diferentes tipos - ou segmentos - de clientes.

O mercado de telemarketing tem apresentado grande crescimento nos últimos anos, mas ainda é muito pequeno em relação a outros lugares, como os Estados Unidos. Além disso, a atividade de telemarketing tem sido, na prática, um marketing de massa pelo telefone. Não se considera o perfil e o valor do cliente. Não conheço ninguém - e há tempos me esforço nessa procura - que tenha recebido mais de duas ligações anuais de telemarketing que sejam referentes a gentilezas, retenção ou fidelização proativa.

Os atores de Marketing Direto, DBM e CRM, são verdadeiros heróis. Já conseguiram sensibilizar os sócios e CEOs das empresas sobre a importância do marketing dirigido, mas ainda têm um longo caminho a percorrer. Muitas empresas já investiram grande quantidade de tempo e dinheiro em enormes projetos de CRM e tiveram pouco sucesso. Ao longo da minha vida profissional, tive dois grandes aprendizados: simplificar com soluções que não sejam baseadas em milagres e fazer primeiro para depois mostrar os resultados.

*Eduardo Aspesi é vice-presidente de marketing e vendas da NET, com passagem também pelas empresas Vivo, Oi e RBS

13 julho 2009

CONSUMO - Social Shopping

Por Guilherme Soares

Depois que a internet 2.0 permitiu a troca rápida de informações entre os usuários surge o conceito de "Social Shopping", que é de certa forma uma maneira de valorizar as opiniões e decisões dos consumidores de determinado produto. Ao ser aplicado no comércio virtual, permite aos consumidores interagirem em uma mistura de rede social com fórum.

Através de tags e comentários, os usuários compartilham conhecimentos sobre produtos ou serviços, revelando ofertas de melhores preços, vantagens e desvantagens da sua utilização, experiências próprias com o produto, etc. Com esta interação, os prováveis consumidores do produto ou serviço em debate, poderão ter mais certeza na hora da escolha, ou pelo menos, a opinião de outras pessoas.

Um exemplo de Social Shopping é o site BuscaPé.com.br, que permite aos usuários trocarem informações sobre diversos produtos. Exemplo abaixo:

Olhando pela internet, encontrei um software que promete fazer a mensuração de variáveis das opiniões de usuários sobre determinado produto. O software calcula desde número de comentários positivos e negativos que o produto recebeu, até a tendência de popularidade. O nome do software é Voxtrot e pode ser encontrado em www.crimsonhexagon.com. Não utilizei, mas achei boa a proposta.

TECNOLOGIA - Realidade Aumentada

Por Guilherme Soares

Novas tecnologias de celular já permitem que o aparelho reconheça, através de uma câmera, a feição das pessoas e as relacione com seus perfis virtuais. O usuário precisa apontar a câmera para uma pessoa, para que que então mostre os perfis dos sites como orkut, facebook, flicr, entre outros, que a pessoa possua.

Veja que com a evolução dessa tecnologia, as pessoas precisarão cada vez mais se preocuparem com seus perfis virtuais para manterem uma boa imagem.

10 julho 2009

ARQUITETURA - Projetos de construção de fazendas verticais se multiplicam no exterior.

Fonte: Piniweb

Projetos de escritórios americanos e europeus prevêem edifícios autossustentáveis, geradores da própria energia e de alimento para seus moradores ou vizinhança

Ana Paula Rocha

A ideia das fazendas verticais, proposta por Dickson Despommier, professor de saúde pública na Universidade Colúmbia, em Nova York, já atraiu a atenção de muitos arquitetos nos Estados Unidos e na Europa nos últimos anos. Recentemente, foi a vez do escritório belga Vincent Callebaut Architectures propor o edifício, ainda não aprovado, Dragonfly Vertical Farm, para a cidade de Nova York.

Dragonfly Vertical Farm

O empreendimento de 132 pavimentos e 600 metros de altura poderia acomodar 28 setores diferentes para a produção de frutas, vegetais, grãos, carne e leite. Basicamente a mesma função do empreendimento canadense Harvest Green Project, elaborado pelo escritório Romses Architects, e que venceu a competição "The 2030 Challenge" (em tradução literal, "O Desafio de 2030), criada para premiar as melhores soluções e projetos que diminuam a emissão de carbono na atmosfera.

Harvest Green Project

Seja em Nova York ou no Canadá, a fórmula de criação desses arranha-céus é praticamente a mesma: são edifícios em áreas urbanas, que possuem sistemas de geração de energia solar e/ou eólica e andares divididos em diversas produções agrícolas. A geração da energia própria para o funcionamento do prédio e o cultivo de alimentos para os seus moradores ou vizinhança dariam a esses prédios a característica de autossustentáveis.

O projeto Dragonfly Vertical Farm, por exemplo, foi inspirado nas asas de uma libélula e prevê laboratórios de pesquisa e áreas comuns intercalados entre pomares, hortas e salas de produção. Os espaços entre as "asas" possuem sistemas de energia solar que acumulam e mantêm o ar morno dentro da estrutura durante todo o inverno. Já no verão, os jardins verticais exteriores são capazes de filtrar a água da chuva e reutilizá-la nas plantações.

Já o edifício Harvest Green Project possui a mesma diversidade de plantações do Drangonfly Vertical Farm, porém prevê também a construção de espaços abertos para a criação de animais e aves, além de salas para a reprodução de peixes. Ao invés de fachadas convencionais, com pintura, pastilhas ou vidro, o edifício é todo coberto de vegetação rasteira. Para comercializar a produção da fazenda vertical, os arquitetos do escritório Romses Architects projetaram um supermercado aberto ao público no térreo.

Dragonfly Vertical Farm
Harvest Green Project

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