22 dezembro 2010

INOVAÇÃO - 10 mitos sobre inovação que devemos ter cuidado


Foi lendo o Blog do Marcelão que encontramos um artigo que apresenta 10 mitos sobre inovação que devemos ter cuidado, que foi encontrado no site "Business Insider" e que foram extraídos do recém-lançado livro “The Other Side of Innovation: Solving the Execution Challenge” do consultor indiano Vijay Govindarajan, que estará na ExpoManagement desse ano. O livro, realizado em parceria com Chris Trimble, argumenta que a maioria das pessoas acha que inovação é totalmente relacionado a geração de idéias, quando na verdade é mais sobre entrega, pessoas e processos. Diante da pouca existência de pesquisa no campo de execução da inovação, os autores apresentaram uma investigação real sobre esse assunto ao longo dos últimos dez anos.
Para os autores, a geração de idéias está na extremidade direita do processo de inovação, trata-se da parte glamourosa e energizante. Já a execução aparece nos bastidores, trata-se do “trabalho sujo”, mas que sem um processo de execução, grandes idéias irão a lugar nenhum, mesmo em empresas start-ups.
Abaixo os 10 mitos mais comuns sobre inovação apresentados pelos autores e comentados pelo Blog do Marcelão:

- Inovação é totalmente relacionado a Idéias: Esse mito é bastante conhecido e se alguém ainda pensa assim, precisa rever urgentemente seus conceitos. Geração de idéias é apenas o início do processo. Trata-se apenas da ponta do iceberg. É claro que sem idéias, não é possível inovar, mas isso não é o bastante. É preciso atenção, disciplina e os recursos para que as idéias transformem-se em inovações. Eu diria que é preciso muita constância de propósitos, pois inovar é um processo de risco que sempre enfrenta adversidades e que podem levar a desistência da idéia inicial. Como diz o consultor Stephen Kanitz, não basta ter iniciativa (idéia), tem que ter acabativa (inovação);

- Um grande líder nunca falhará ao inovar: Quando a idéia, que possibilitará a inovação, surge, é preciso entender que o processo de execução não é nada simples. Haverá conflitos por compartilhamento de recursos com as operações em andamento. É o chamado “Dilema da Inovação”. Um líder, por mais empreendedor que ele seja, necessitará de apoio organizacional para enfrentar conflitos como esse;

- Líderes inovadores efetivos são subversivos lutando contra o sistema: Líderes inovadores efetivos não são necessariamente aqueles que mais assumem riscos ou rebeldes. A virtude principal de um líder inovador eficaz é a humildade. O que você quer é a integração com as operações do mundo real, não uma bagunça indisciplinada e caótica. Entendo que você deve procurar ter uma equipe equilibrada, desde que esse não seja um equilíbrio estável, mas sim dinâmico. Afinal de contas, o equilíbrio extremo também é prejudicial e inovar também significa ter os pés no chão;

- Qualquer um poder ser um inovador: Esse mito é bastante conhecido. Nem todo mundo está disposto a correr riscos. Muitos simplesmente não tem o menor interesse em inovar. Preferem ficar em suas zonas de conforto a ter que aumentar sua zona de esforço em busca de grandes inovações e realizações;

- A inovação real acontece de baixo para cima: Qualquer iniciativa de inovação, independentemente do nível organizacional de onde ela tenha surgido, exige um compromisso formal de toda a cadeia administrativa. Além de exigir a atenção e os recursos patrocinados pelos executivos da alta administração, é preciso ter uma infra-estrutura organizacional que favoreça a experimentação e o aprendizado com o processo de inovação. Não basta o apoio unicamente do tipo chuveiro (Top-down) ou do tipo bidê (bottom-up), é preciso apoio do tipo hidromassagem, vindo de todos os lados;

– Inovação pode ser incorporada dentro de uma organização já estabelecida: Está claro aqui o pensamento do consultor Vijay Govindarajan. Quem já assistiu alguma palestra dele, sabe que ele defende que é impossível gerar inovação descontínua competindo pelos mesmos recursos com operações contínuas que estão em andamento na organização. Segundo Vijay, a inovação descontínua é simplesmente incompatível com operações em curso. Ele defende que equipes sejam apartadas de forma a dedicar-se totalmente a esse processo (assunto do próximo mito);

- Implantar inovação requer uma mudança organizacional completa: O que se espera é que a inovação seja um alvo. Para isso é preciso respeitar as operações existentes. Uma abordagem que o consultor Vijay Govindarajan defende é que sejam utilizadas equipes dedicadas a estruturar esforços inovadores;

- Inovação somente ocorre em esforços isolados: A inovação não deve ser isolada das operações em curso. Deve haver uma conexão entre os dois. Quase toda a iniciativa de inovação de valor precisa alavancar recursos e capacidades existentes;

- A inovação é um caos incontrolável: Mais uma vez é importante analisarmos de forma separada o processo de geração de idéias e o processo de execução da inovação. A geração de idéias tem maior facilidade de surgirem em ambientes caóticos e que favoreçam o surgimento da criatividade. O mesmo não pode ser aplicado ao processo de execução da inovação, pois é um processo que deve ser acompanhado de perto e cuidadosamente gerido;

- Somente empresas start-ups podem inovar: Aqui vem uma boa notícia para empresas mais antigas e que atualmente tem dificuldades para inovar devido a velhos vícios. Apesar de alguns empresários estarem convencidos de que só é possível inovar através de aquisição empresas start-ups, a pesquisa sugere que muitos dos maiores problemas que o mundo enfrenta só poderão ser resolvidos por grandes empresas estabelecidas.

Como podemos constatar através dos mitos acima apresentados, não existem respostas absolutas e definitivas no mundo empresarial e da gestão. O processo de inovação requer constância de propósitos e estrutura organizacional que permita o surgimento e a execução da inovação, principalmente no que diz respeito a experimentação e o processo de aprendizado, pois, como já escrevi em post anterior, é preciso tentar e, se errar, aprender e refletir.

21 dezembro 2010

INTERNET - Comportamento demográfico no Facebook e no Twitter, em 2010

Por Guilherme Soares

2010 está terminando com as redes sociais em alta e cada vez mais fazendo parte do cotidiano dos brasileiros. A Digital Surgeons elaborou um infográfico que mostra o raio-x demográfico social do Facebook e do Twitter nesse ano, muito baseado em usuários dos EUA, mas vale dar uma olhada.

Segue:

16 dezembro 2010

INOVAÇÃO - LG lança laboratório digital para projetos de consumidores

Fonte: Portal Exame

Hospedada no Facebook, plataforma "Life’s Good Lab" foi lançada em toda América Latina

O projeto é hospedado no Facebook e premiará os internautas que tiverem as melhores ideias
O próximo produto da LG poderá sair da mente criativa de um de seus consumidores. A marca acaba de lançar a plataforma digital "Life's Good Lab", cujo principal papel é aproveitar os projetos desenvolvidos pelo próprio público de LG. O projeto é hospedado no Facebook e premiará os internautas que tiverem as melhores ideias, tanto de produto, quando na área de comunicação e publicidade.
Segundo Humberto De Biase, gerente geral de Brand Building da América do Sul e Central da LG, com a plataforma a marca busca maior interação com seu público-alvo e acompanhar as tendências do mercado digital, cada vez mais colaborativo. "O mais legal é que não somos nós da LG que vamos escolher os melhores projetos, são os próprios usuários. A votação será online. O melhor vídeo ganhará produção profissional e será transformado em campanha da marca, a ser veículada no próximo ano na internet", afirma.
A "Fan Page" da LG foi desenvolvida pela agência Y&R em parceria com a Energy. A divulgação contará com campanha de mídia online, em português e em espanhol, composta por oito filmes produzidos especialmente para a web; campanhas de banners; e integrará ao Facebook vários outros canais digitais e mídias sociais, como o Twitter. A veiculação será nos principais portais sul-americanos. Segundo Taralli, presidente da Energy, a página já tem 3 mil participantes e vídeos inspiradores, como um que traz dois macacos que se reencontram por meio de uma experiência em 3D
A plataforma também contará com uma área de conteúdos chamada Laboratório de Ideias, que será abastecida por "mentores" de algumas áreas específicas. Nick Ellis, do Blog Digital Drops e AppStore e editor da Meio Bit, participa como mentor master da plataforma durante todo o período em que ela estiver no ar. Outros nomes selecionados para a colaboração são o arquiteto Guto Requena, especializado em design contemporâneo e cibercultura; as personal stylists Cristina Zanetti Gabrielli e Fernanda Resende, do blog Oficina de Estilo; Guilherme Valadares, criador e editor-chefe da Papo de Homem (PdH) - Lifestyle Magazine; Victor Vasques, ceo do .Comlimao; o professor, pesquisador e consultor em Media Digital Eric Messa; e o web developer e gerente de projeto da Trendwatching.com, Michel Zappa.
O espaço será dividido por sete temas, como Novo Morar, Novo Luxo, Relacionamentos, Evolução do Bem-Estar, Entretenimento, Educação e Trabalhando Melhor. Cada internauta pode postar ideias de produto por tema, com no máximo 350 caracteres. Os prêmios vão desde produtos LG até bolsa de estudos no Massachusetts Institute of Technology (MIT).
O lançamento oficial aconteceu em agosto, em São Paulo, e contou com a palestra sobre "A Arte de Inovar" do especialista em mídias sociais Guy Kawasaki, um dos evangelizadores do Macintosh original, lançado em 1984, na época em que trabalhava para a Apple; e de Walter Longo, VP de inovação e estratégia da Y&R, que falou sobre a importância de as empresas mudarem suas estratégias para acompanharem o ritmo da era digital, tão influenciado pelas redes sociais. O evento foi transmitido ao vivo, via broadcasting, para Brasil, Chile, Peru, Venezuela, Colômbia, Panamá e região e Argentina.

14 dezembro 2010

09 dezembro 2010

COMUNICAÇÃO - Exemplo de uma campanha com comunicação integrada, Smartbuy Wines

Por Guilherme Soares

A Smartbuy Wines é uma importadora de vinhos, com sede em São Paulo. Seu slogan é "Vinhos Legais. Preços (quase) ilegais". Mas o legal mesmo é a campanha de comunicação que estes caras fizeram. Para o lançamento da empresa criou-se um clima de máfia "à la" Poderoso Chefão. 
E o mais legal é que os caras dizem ter superado em 400% a meta do plano de negócio. Só pra comprovar que comunicação é muito importante em qualquer negócio.

Confiram como ficou o vídeo da campanha.

06 dezembro 2010

ARQUITETURA - Mudando o Espaço Urbano na Áustria

Fonte: PSFK

As arquitetas Sandra Janser e Elizabeth Koller redesenharam algumas ruas de Graz. Com uma intervenção urbana, que inseriu 750 metros de pista de corrida, modificaram o dia-a-dia de quem passa na principal rua da cidade. A interação da pista com os pedestres encoraja as pessoas a pensarem sobre o quanto estão correndo diariamente, por causa de trabalho, compromissos, e tudo mais.

Veja como ficou a arte:







02 dezembro 2010

COMPORTAMENTO - Porque as pessoas compartilham coisas na Internet?

Por Guilherme Soares

É muito interessante ver como as pessoas gostam de compartilhar coisas pela web, através de redes sociais, blogs e demais canais virtuais. Muitas delas tem diferentes motivos para fazer esse compartilhamento entre amigos, familiares, colegas, etc. Lendo uma redação no site Socialtimes.com, encontrei alguns motivos comuns entre as pessoas que compartilham.

São 7 motivos, que seguem:

1. Humor

Pessoas gostam de compartilhar coisas engraçadas, que as façam rir e que sejam divertidas. Rir é algo bom, por que não compartilhar com os outros para que riam também?
Vejam um exemplo de um video que está sendo bastante compartilhado e assistido no You Tube.

2. Inspiração

Além de coisas engraçadas, as pessoas compartilham inspirações. Desde artes, discursos, histórias, posts, ideias, etc.
Vejam um exemplo de video que inspirou muita gente e foi muito compartilhado.


3. Beleza (cuteness)


Coisas fofas, lindinhas, amáveis e belas também são outro motivo para serem compartilhadas entre pessoas na internet.


4. Originalidade


Quando as pessoas vêem algo original e criativo também tendem a querer compartilhar com os outros. A originalidade torna as coisas interessantes. Como essa camiseta abaixo.




5. Impacto


Tem coisas que chocam, que arrepiam, que deixam as pessoas indignadas. Este tipo de coisa impactante também é motivo de compartilhar com os outros.
Assisti um vídeo de um cara que matou a mãe e de


6. Surpresa


Algumas pessoas gostam de assustar. Esse vídeo abaixo é um exemplo de como fazer isso na net.


7. Nostalgia


Nada como lembrar da infância, portanto as pessoas tem costume de compartilhar lembranças de sua época de criança. Vídeos, desenhos, frases, vale o que for por um momento de nostalgia. Quem assistia Castelo Rá-tim-bum deve lembrar desse vídeo abaixo.


Veja matéria original AQUI.


Veja também a opinião de Seth Godin sobre compartilhar AQUI.

01 dezembro 2010

INTERNET - Playboy cria site sem nudez para ser acessado do trabalho.

Fonte: Portal Exame

Ideia é atingir público que deixava de ler reportagens do site da revista para não ser flagrado com fotos de mulheres peladas na tela do computador

Hugh Hefner, fundador da Playboy, apresenta o novo site em um vídeo
São Paulo - Visando o público que acessa a internet durante o trabalho, a Playboy Enterprises Inc. lançou um novo site que não oferece risco aos funcionários de serem flagrados pelo chefe com imagens de mulheres nuas na tela de seus computadores. A proposta do TheSmokingJacket.com é trazer artigos, fotos e vídeos de humor, reportagens sobre sexo, estilo de vida e comportamento e ensaios sensuais, porém sem nudez.

Capa do website
"Muitos dos nossos acessos (na Playboy.com) são feitos depois do trabalho e percebemos que estávamos perdendo uma oportunidade de ouro para alcançar os leitores enquanto eles estão mais tempo on-line: quando estão sentados em sua mesa, não trabalhando e enviando e-mails para seus amigos", disse Jimmy Jellinek, diretor editorial da Playboy, à agência Associated Press.
Como a palavra "Playboy" é colocada por muitas empresas em filtros que impedem o acesso a partir de computadores corporativos, a única referência que o novo site faz à revista é colocar o coelho da marca na letra "o" de TheSmokingJacket.
Em um vídeo publicado ontem, o fundador da empresa, Hugh Hefner, dá as boas vindas aos leitores ao novo produto. Voltado para homens entre 25 e 34 anos, o novo endereço não disponibilizará longas entrevistas ou artigos de profundidade encontrados na revista masculina.
Segundo os responsáveis pela iniciativa, a ideia é que o site seja mais descontraído. De acordo com a empresa, o site Playboy.com tem em média 6 milhões de visitantes únicos por mês. Jellinek disse esperar que o TheSmokingJacket.com receba 1 milhão de visitantes únicos mensalmente.

29 novembro 2010

ESPORTE - Novo Estilo de Skate, "SkateCycle"

Fonte: Inevitável


FreeRider “SkateCycle” é o como se chama o projeto desse inevitável skate de 2 rodas e sem a convencional prancha, a aparência fica bem futurista.
Ainda é um conceito, desenvolvido e criado pelo designer Antonio Meze em conjunto com Brooklyn Workshop, mas tem tudo para ganhar as ruas.
Funciona? Confira o video.


Leia mais no artigo original: http://www.inevitavel.com.br/esporte/inevitavel-skate#ixzz16hQ59G9q

CRIATIVIDADE - Sacolas Criativas

Erotic Shopping 


Shumensko Beer Crate

Volkswagen Golf GTI Bag           

MERALCO: UNPLUG TO SAVE  


Greenpeace - Give Me Your Hand


Children with Autism

Stop'n grow: Nailbiter


Panadol


Daihatsu

Red Cross - Volunteers Needed

Gaia: Animals Torture

ReVital

Yulia Tymoshenko   

YKM Shopping Bag: Jump Rope

Fitness


Clothes in Closets: Knucle Bag


Blush Lingerie: X-Ray Bag



Floating Magic-I Bag




Wheaties Shopping Bag



Alinna

Book


Karl Lagerfeld Shopping Bag


Tom of  Finland Shopping Bag

Samsung  TV Bag

22 novembro 2010

CONSUMO - Poder de consumo da classe D já supera o da B

Fonte: Portal Amanhã

Em 2010, as famílias com ganho mensal entre R$ 511 e R$ 1.530 têm para gastar com produtos e serviços R$ 381,2 bilhões – enquanto isso, a classe B vai ter R$ 329,5 bilhões

Pela primeira vez neste ano, a massa de renda das famílias da classe D vai ultrapassar a da classe B, apontam cálculos do instituto de pesquisas Data Popular. Em 2010, as famílias com ganho mensal entre R$ 511 e R$ 1.530 têm para gastar com produtos e serviços R$ 381,2 bilhões ou 28% da massa total de rendimentos de R$ 1,380 trilhão. Enquanto isso, a classe B vai ter R$ 329,5 bilhões (24%). A classe B tem renda entre R$ 5.101 e R$ 10.200. O maior potencial de compras, no entanto, continua no bolso da classe C: R$ 427,6 bilhões.
"Mas é a primeira vez que a classe D passa a ser o segundo maior estrato social em termos de consumo", afirma o sócio diretor do Data Popular e responsável pelos cálculos, Renato Meirelles. Ele considerou nos cálculos a expectativa de 7% para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
De oito categorias de produtos avaliados pelo instituto de pesquisas, em quatro delas o potencial de consumo da classe D supera o da B para este ano. São elas: alimentação dentro do lar (R$ 68,2 bilhões), vestuário e acessórios (R$ 12,7 bilhões), móveis, eletrodomésticos e eletrônicos para o lar (R$ 16,3 bilhões) e remédios (R$ 9,9 bilhões).
Em artigos de higiene, cuidados pessoais e limpeza do lar, os potenciais de consumo das classes D e B são idênticos (R$ 11 bilhões). Os gastos da classe B são maiores que os da D em itens diferenciados: a alimentação fora do lar, lazer, cultura e viagens e despesas com veículo próprio. A dança das cadeiras das classes sociais no ranking do potencial de consumo reflete, segundo Meirelles, as condições favoráveis da macroeconomia para as camadas de menor renda. Isto é, o aumento do salário mínimo, os benefícios sociais, como o Bolsa Família, e a geração de empregos formais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

19 novembro 2010

TENDÊNCIAS - A Caminho da Fábrica do Futuro


Uma companhia neozelandesa chamada Ponoko está inventando um novo processo de produção: objetos desenhados virtualmente se transformam em peças reais em poucos minutos. o segredo? uma pequena cortadora a laser

Williams+Hirakawa
Industriais digitais: Derek Elley (à esquerda) e David ten Have, fundadores da Ponoko, em sua cidade natal, Wellington, na Nova Zelândia
É fácil confundir a cortadora a laser na sede da Ponoko com um equipamento comum. A máquina tem cerca de um metro de altura — aproximadamente o tamanho e a forma de uma copiadora — e é revestida daquele plástico cor de areia hoje tão banal nos escritórios. Só que, em vez de imprimir tinta sobre papel, esculpe materiais com um feixe de luz altamente concentrado controlado por um computador. Levante a tampa, coloque um pedaço de madeira ou de plástico plano e em cerca de 15 minutos você terá peças para montar um abajur ou um carro de brinquedo. Para David ten Have, 34 anos, presidente da Ponoko, isso é apenas o começo. Ele acredita que um dia, talvez daqui a 50 anos, máquinas como essa serão suficientemente baratas para estar em todos os lares e poderão fazer quase qualquer coisa. Comprar um produto físico — um telefone celular, por exemplo — será tão fácil quanto baixar uma música no iTunes. Os produtos não serão despachados em contêineres; serão carregados como arquivos digitais e impressos em nossas mesas enquanto tomamos café.

Esse é o futuro selvagem e abstrato — talvez matéria-prima para discursos em conferências, mas não algo que se esperaria transformado rapidamente em um negócio rentável. Mas Ten Have está construindo essa empresa. A Ponoko está montando a infraestrutura para esse novo tipo de cadeia de produção, começando pela cortadora a laser que fica a poucos metros de seu escritório em Wellington, na Nova Zelândia. “Estamos criando uma fábrica para o século 21”, diz ele. A Ponoko não inventou a cortadora a laser. A máquina existe há algumas décadas — as companhias aeroespaciais a utilizam para fabricar algumas peças e as oficinas de gravação, para personalizar pesos de papel. Mas a Ponoko é a primeira empresa a conectar uma cortadora a laser à internet e a deixar que qualquer pessoa, em qualquer lugar, assuma seu controle. Se você entrar no site da Ponoko encontrará cerca de 20 mil artigos à venda. Os produtos não estão no estoque; eles existem digitalmente, como arquivos de desenho nos servidores da companhia. O que a Ponoko realmente vende é o acesso a máquinas de fabricação rápida — cortadoras a laser, na Nova Zelândia e em Oakland, na Califórnia, e em breve todo tipo de máquina ao redor do mundo —, permitindo que as pessoas façam coisas para si mesmas ou comprem o que outras desenharam.

Como nada é feito até que seja encomendado, é possível modificar os desenhos de acordo com o gosto do consumidor. Os materiais também são flexíveis. A Ponoko oferece dezenas de opções, incluindo couro, metal, madeira e feltro. Cobra com base no custo dos materiais, mais US$ 2 por minuto de funcionamento da cortadora a laser. (O abajur Bloom, por exemplo, usa uma chapa de compensado de US$ 15 e 13,2 minutos na cortadora.) Os designers que vendem seus produtos no site definem seus próprios preços. “O que diferencia a Ponoko é que não há regras sobre o que você pode customizar”, diz Frank Piller, professor da Universidade de RWTH Aachen, na Alemanha, especializado em novos modelos empresariais.

Existe outra razão para a Ponoko ser diferente da novata média da web: o negócio se sustenta. A Ponoko é um exemplo de como ter sucesso quando sua ideia é tão futurista que parece irracional. O plano original de Ten Have envolvia levantar milhões de dólares de investidores de risco antes de a empresa começar a funcionar. Mas os capitalistas não apreciam planos para 50 anos. Por isso, Ten Have teve de voltar ao básico, concentrando-se nos lucros.

Williams+Hirakawa
Trabalho braçal: Ten Have, o criador da Ponoko, imprime ele mesmo os objetos. “Esse é o lado negativo de se fazer uma coisa nova. Você tem de provar pessoalmente.”
Voltar ao básico também significou para Ten Have passar, em 2009, três meses a 11 mil quilômetros de casa, dormindo em um colchão de ar em um quarto alugado e viajando de trem para o escritório em uma parte feia de West Oakland, na Califórnia. Ten trabalhava 12 horas por dia, cortando e embalando encomendas da Ponoko e tinha perdido quase sete quilos desde sua chegada. Eu lhe perguntei o que o presidente estava fazendo ali, brincando de técnico de impressão. Ele suspirou e disse: “Essa pergunta passou pela minha mente várias vezes nesta viagem, mas esse é o lado negativo de se fazer uma coisa nova. Você tem de provar pessoalmente”.

Uma semana depois, quando o encontrei na Nova Zelândia, parecia outro homem — banhado, sorridente e revigorado. Ten Have diz que se sente livre quando está na Nova Zelândia, e é fácil ver por quê. É um país jovem e amplo, que ocupa um terreno pouco maior que o Reino Unido, mas tem apenas 1/15 de sua população. Além de ser um país que adora armas, esportes e camping, é um dos lugares menos regulamentados do mundo — só perde para Cingapura na lista do Banco Mundial de facilidade para abrir empresas — e o índice de empreendedorismo é maior que o dos Estados Unidos.

A infância de Ten Have parece ter sido um resumo desse espírito. Seu pai, John, um engenheiro aeronáutico da Força Aérea da Nova Zelândia, estava sempre fazendo alguma coisa, incluindo um avião e um carro elétrico — e David passava horas folheando os catálogos de aviação faça-você-mesmo que havia em sua casa. Ten Have herdou de seu pai a vontade de fazer coisas, mas não a capacidade para tanto. Ele tem apenas 1,65 metro de altura, um físico franzino e caminha com um coxear acentuado. Quando menino, sua falta de jeito levava a discussões com o pai na oficina. “Nossas brigas eram sempre sobre questões de qualidade”, diz. “Eu simplesmente não era bom com as máquinas.”

Então ele se tornou um geek, voltando sua energia criativa para os computadores. Formou-se em ciência da computação na Universidade de Victoria, em Wellington, pagando suas mensalidades com trabalho freelancer de desenvolvimento de software. Foi o início do boom das pontocom e Ten Have ficou fascinado pela ideia de fundar a sua própria empresa. Abandonou seu mestrado de administração tecnológica e, depois de um pequeno período em uma desenvolvedora de software local, partiu para o próprio negócio, uma consultoria de software. Fundada por Ten Have e quatro amigos em 2001, a Provoke Solutions vendia e customizava produtos da Microsoft. Cresceu rapidamente, e, em 2005, tinha 30 empregados e uma receita de cerca de US$ 2 milhões. Mas Ten Have ficava cada vez mais aborrecido. O que ele desejava era algo físico. “Eu queria fazer objetos bonitos”, diz.

Pensou em pranchas de skate. Passou horas brincando com um programa de design em computador e finalmente decidiu-se por uma prancha de fibra de carbono com desenhos de madrepérola incrustados. Imaginou rodas customizadas de cromo que lembrariam um Cadillac 1950. Começou a ligar para os fabricantes. Ninguém queria produzir nas pequenas quantidades que ele desejava. “A experiência foi uma advertência”, diz. “Quero dizer, puxa vida, como alguém coloca algo no mercado?” Afinal, após negociar dez meses com uma oficina em Christchurch, a centenas de quilômetros de sua casa, conseguiu que fizessem apenas duas pranchas de skate. Gastou milhares de dólares. Nunca descobriu como fazer rodas baratas e acabou desistindo da ideia. Emoldurou as pranchas e as pendurou na casa onde mora com sua namorada. Enquanto mostra seu trabalho, que é realmente notável, não dá um sorriso. “A capacidade de fazer coisas foi sugada de nossa sociedade”, diz. “É triste. Não, é pior que triste — é quase um ato criminoso.”

Ten Have decidiu que sua próxima empresa abordaria esse déficit: tornaria mais fácil fazer coisas. Apresentou a ideia a um amigo, Derek Elley, um empresário sério que tinha saído de uma empresa de marketing na internet e que hoje é o principal executivo de estratégia da Ponoko e o segundo na linha de comando. Enquanto Ten Have se preparava para subir ao palco da TechCrunch, uma conferência anual de tecnologia em São Francisco, em que empresários exibem seus produtos para investidores de risco, ele foi dominado por uma repentina onda de medo. Era setembro de 2007, e, segundo a maioria dos indícios, a Ponoko estava destinada a um começo esmagador. Designers na Nova Zelândia já estavam fazendo e vendendo coisas, e a imprensa local cobria atentamente cada passo da firma. Havia fundos no banco — ele e Elley tinham juntado US$ 500 mil de seu próprio dinheiro e levantaram uma quantia equivalente de amigos e investidores locais — e tinham certeza de que conseguiriam mais milhões em investimentos depois da conferência.

Ten Have se arrastou pela apresentação, mas, para sua surpresa, o público pareceu realmente impressionado. Ron Conway, um famoso investidor, elogiou a Ponoko durante o debate após a consideração. “Acho uma ideia muito original”, disse Conway. Nos meses seguintes, blogs de tecnologia e designers escreveram entusiasticamente sobre a Ponoko. O blog de produtos eletrônicos Engadget, que tem um grande público, observou: “A Ponoko parece estar a caminho de construir uma base de clientes suficiente”.

Só que não estava. Apesar de ter muito tráfego na web, dezenas de citações em canais de mídia e milhares de pessoas se inscrevendo para criar contas, somente um punhado delas estava realmente pagando para fazer coisas. “A cortadora a laser ficava silenciosa dias seguidos”, lembra Ten Have. No primeiro semestre de 2008, Ten Have e Elley fizeram cinco viagens entre Wellington e os Estados Unidos. Tiveram dezenas de reuniões de divulgação com investidores no Vale do Silício e em Nova York. Fizeram debates no MIT e na South by Southwest. Contrataram desenvolvedores de software para fazer o site e começaram a negociar para abrir um escritório de corte a laser nos EUA. Gastavam como loucos — e geravam uma pequena renda muito preciosa. Enquanto isso, a economia global desmoronava, tornando cada vez mais improvável a perspectiva de investimentos de risco ou de um grande salto no faturamento. Na metade do ano, a Ponoko tinha no banco apenas alguns meses de capital de giro.

Ten Have nunca fechou o grande negócio. O mais perto que chegou de levantar fundos adicionais foi uma reunião no escritório da Charles River Ventures no Vale do Silício. “Achamos a Ponoko interessante, mas a geografia foi um obstáculo”, diz Bill Tai, sócio da Charles River. A empresa afinal desistiu, o que Ten Have achou humilhante. “A ideia de que os investidores estão procurando grandes ideias arriscadas é uma das maiores ficções que já ouvi”, diz, ainda evidentemente magoado pela rejeição final. “Eles queriam outro Twitter.”

É claro que os investidores tinham razão. A Ponoko precisava ser mais séria como empresa, precisava provar que as pessoas queriam o que ela vendia. Mas Ten Have só percebeu isso quando encontrou Fred Durham, cofundador e executivo chefe da CafePress, uma empresa de customização de produtos que fatura US$ 100 milhões ao ano. Durham disse a Ten Have que gostava do modelo empresarial da Ponoko. Mas via um problema: a Ponoko não estava enfocada na rentabilidade. “Muitas pessoas vêm para o Vale do Silício e ficam confusas sobre para quem estão vendendo”, diz Durham, que investiu cerca de US$ 50 mil na empresa e hoje faz parte de seu conselho. “É para a imprensa, para os investidores ou para os clientes? E, para a Ponoko, o cliente era o terceiro da lista.” Durham disse para Ten Have cortar os custos e se concentrar em deixar os clientes atuais felizes.

Ten Have aceitou o desafio. Demitiu seus três desenvolvedores de software e fechou a operação de corte a laser nos EUA. A Ponoko trabalharia na Nova Zelândia até que houvesse demanda suficiente para uma segunda cortadora a laser (hoje há cinco funcionários e um punhado de trabalhadores temporários). As demissões não bastaram. A Ponoko estava conseguindo apenas alguns milhares de dólares por mês de receita. “Tínhamos toda uma lista de pessoas (clientes que haviam criado contas, a maioria dos quais não comprou nada) e dissemos: Vamos telefonar para eles e dizer: ‘O que você acha?’” Ten Have começou a prestar atenção em citações a sua empresa nos blogs de designers. Sempre que alguém escrevia sobre a Ponoko, ele mandava um e-mail ou dava um telefonema. Se o blog escrevesse sobre a Ponoko de novo, ele enviava um cupom. “Estávamos falando com o New York Times e com capitalistas de risco — você sabe, pessoas importantes”, afirma. “Mas, para nós, quem realmente importava eram as pessoas que estavam usando a Ponoko.”

Os designers gostavam da companhia, mas temiam os altos custos do corte a laser. Então a Ponoko ofereceu um serviço de assinatura que dava descontos aos clientes fiéis. Por apenas US$ 22 por mês, os designers pagam a metade das taxas normais pelo tempo de corte e remessa. (O custo para se fazer um abajur Bloom caiu de US$ 60 para US$ 39.) O resultado foi que a empresa desenvolveu um fluxo de caixa confiável. De junho de 2008 a junho de 2009, a receita multiplicou-se por dez (atualmente é de US$ 250 mil por ano), enquanto a venda média passou de US$ 65 para US$ 85, apesar dos descontos de 50%.

Enquanto isso, Ten Have e Elley procuravam sócios. Em dezembro de 2008, eles começaram a conversar com Ted Hall, fundador da ShopBot, para criar uma rede de marceneiros independentes que usariam as máquinas da ShopBot para fabricar produtos para a Ponoko. Mais ou menos na mesma época, começaram a negociar com a TechShop, uma nova rede de lojas de máquinas cuja direção estava interessada em experimentar o modelo. “A Ponoko tem pessoas desenhando coisas interessantes on-line, e nós podemos fazê-las, empacotá-las e enviá-las para os clientes”, diz Mark Hatch, presidente da TechShop. “É um novo mundo.”

Ten Have confessa que há muito tempo não faz nada para si mesmo. Apesar de ter passado centenas de horas na frente de uma cortadora a laser, ele diz que raramente tem tempo para pensar no que as pessoas estão fazendo. Quando opera a máquina, pensa em realizar o corte, e não no que está sendo cortado. Enquanto olhamos uma peça de acrílico branco que foi cuspida pela cortadora, eu pergunto o que ele acha que é. Há duas formas em trapézio misteriosas esperando para ser destacadas de um pedaço de plástico quadrado. “Não tenho ideia”, diz. “Você dá essa ferramenta às pessoas e é como dizer: ‘Seja criativo!’ Às vezes eu sei o que elas estão fazendo; outras, é um mistério.” Ele pensa durante um segundo e então acrescenta: “Mas isso faz parte do prazer”.

O QUE A MÁQUINA PERMITE CRIAR | Utensílios para a cozinha, abajures, bijuterias: designers criam no computador tudo quanto é objeto e a Ponoko cobra pelo corte e pela remessa

Williams+Hirakawa
IMAGINAÇÃO: À esquerda, Tota Coffee Carrier, da Vanilla Design Store (por US$ 12) e abajur Bloom Lamp, da Alienology (US$ 160). À direita, colar com pingente preto Epershand, de Isette (US$ 24) e colar Nervous System’s, de Jesse Louis-Rosenberg e Jessica Rosenkrantz (US$ 66)

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