Fonte: Portal Amanhã
Harry Schmelzer Jr., presidente da Weg, afirma que a empresa já está pronta para equipar carros elétricos em escala: “Basta termos tempo de customizar o produto”
Modelo feito em parceria com a Fiat já pode ser abastecido no eletroposto
No início de agosto, a Weg inaugurou o primeiro eletroposto multimarcas de Santa Catarina. O equipamento, que vai atender inicialmente a frota interna de carros elétricos da empresa, nada mais é do que um aparelho que recarrega os dois protótipos usados, atualmente, pela fabricante de motores industriais e equipamentos de automação. Apesar de ainda operar em fase de pesquisa e desenvolvimento nesta área, o presidente da Weg, Harry Schmelzer Jr., garante que, se surgirem encomendas, a empresa estará preparada para atendê-las: “No momento em que o mercado pedir uma fábrica de motores elétricos para veículos, só precisaremos de um tempo para customizar o produto e produzi-lo em escala”.
Ecologicamente corretos, os veículos elétricos (ou híbridos plug-in, que se autorrecarregam) não liberam gases poluentes nem emitem ruídos. Com menos peças, prometem ter uma manutenção mais simples e barata do que os modelos convencionais. Hoje, diz Schmelzer, a empresa está investindo em pesquisa e desenvolvimento nessa área, firmando parcerias internacionais num esforço para aprimorar ainda mais a tecnologia que já tem. Schmelzer revela que, em paralelo, a Weg busca fazer suas primeiras vendas num futuro não muito distante. “Ainda não existe nenhum contrato com montadoras, mas é um negócio que está sendo trabalhado”, adianta.
Apesar de já dispor de tecnologia suficiente para produzir motores elétricos em escala para a indústria automobilística, Schmelzer lamenta a forma como o tema é tratado no Brasil. “Aqui, as empresas não estudam muito esse nicho, que vai depender mesmo é de uma decisão mais global”, explica. Entre os projetos já desenvolvidos pela Weg estão veículos para uso interno na usina hidrelétrica de Itaipu e um ônibus movido a célula de hidrogênio na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “A Weg está presente em todos esses negócios de carro elétrico que estão sendo feitos no Brasil”, salienta Schmelzer.
Para o executivo, será preciso um tempo de maturação – algo entre três e quatro anos – para evoluir no tema. “Vai depender muito de regulamentações e incentivos do governo”, afirma. Enquanto isso, a Weg trabalha no sentido de aprimorar ainda mais seus protótipos. “Estamos mostrando que temos tecnologia, mas a velocidade com que isso vai se desenvolver é uma incógnita”, finaliza.