19 novembro 2009

CRIATIVIDADE - Cineasta Carlos Gerbase apresenta suas fontes criativas

Fonte: coletiva.net

Em encontro, cineasta destacou que inspiração não é apenas um fator genético

O roteirista e diretor de cinema Carlos Gerbase apresentou no início desta tarde, no Constantino Café, onde encontra suas fontes de criatividade. Com mediação do publicitário Beto Callage, este foi o terceiro dia da série de encontros do projeto Inspirações, que já recebeu nesta edição o cineasta Jorge Furtado e a publicitária Tita Kraemer.

De acordo com Gerbase, todo mundo tem inspiração. “Quem não a tem, não é humano”, disse. Mas, segundo ele, as inspirações são diferenciadas. “Umas são melhores, outras mais poderosas, outras mais úteis para a ciência, para a arte ou para a publicidade”, afirmou.

A fome, o sexo e o fasma (nome dado à capacidade de fazer algo além de sexo e comida) são de acordo com o cineasta, as três necessidades que as pessoas possuem. Já “a esquizofrenia tem raízes genéticas’, informou ele, para, logo em seguida, questionar o público se a inspiração diferenciada e a criatividade também não têm. “É claro que a inspiração não é apenas genética”, disse. Para Gerbase o DNA de um criador pode ser diferente, mas depende de outros fatores não-genéticos que são: histórico pessoal, ambiente familiar, educação formal ou não-formal e acaso.

Saber ter inspirações é um bom negócio, segundo o cineasta, “é seu código genético”, destacando que um “genótipo do tipo criativo” só pode se manifestar se for estimulado. “Algumas ações são fundamentais, como, por exemplo, aumentar o repertório pessoal, com a leitura de livros, e os passeios a ambientes culturais”, apontou. Gerbase destacou, ainda, que a inspiração dramática também é importante, e citando David Mamet, falou, “é da natureza humana dramatizar”, completando dizendo que o drama ajuda a encantar as pessoas e esta é a finalidade da arte.

Para Gerbase, é necessário incentivar o próprio imaginário, em vez de envergonhar-se dele. “Os fetiches de um criador devem estar a serviço não apenas dele, como do público também”, declarou. Outra maneira de procurar as formas de manifestação de criatividade é saber que nem sempre a inspiração pessoal e a criatividade resolverão todas as questões. “Se num certo momento não é possível encantar, é melhor ir buscar água e rachar lenha”, comentou.

O cineasta encerrou dizendo que o fato de se criar uma narrativa é muito mais importante que a tecnologia que é empregada nele. “Este é um processo criativo”, concluiu.

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