09 setembro 2009

INOVAÇÃO - A usina de idéias da Oakley

Fonte: ISTOÉ Dinheiro
          Mais informações Oakley aqui.

Mais do que uma simples fabricante de óculos, a Oakley se tornou uma usina de ideias com mais de 600 patentes.


Colin Baden, o Ceo: "Vamos abrir quatro lojas no Brasil até 2010"

Depois de uma hora de carro na estrada que parte de Los Angeles, na Califórnia, chega-se à cidade de Foothill Ranch, um polo industrial no interior do Estado. Na região árida e montanhosa, um prédio que se parece com um bunker se destaca por sua imponência.

Trata-se da sede da Oakley, marca de óculos e artigos esportivos com faturamento de US $ 1 bilhão, uma espécie de quartel-general com direito a um tanque de guerra na porta de entrada dando boas-vindas a quem chega ao lugar.

Apesar da arquitetura que tem estilo em que o concreto e o ferro imperam, e da temática bélica, o clima é de paz. Jovens funcionários trajando bermuda, camiseta e chinelo se debruçam sobre pranchetas criando os próximos itens da marca, enquanto as músicas de Bob Marley e Red Hot Chili Peppers ecoam na sala.


1 MEDUSA: gorro desenvolvido pela marca para atrair o público mais ousado
2 TIME BOMB II : relógio celebra os 15 anos do sucesso de vendas Time Bomb
3 ECLÉTICA: com a linha de mochilas, a empresa visa buscar todo tipo de cliente
4 ELITE S.I. ASSAULT BOOT: a bota será usada pelos soldados do Exército dos EUA

No departamento do desenvolvimento de tecnologia, máquinas a todo vapor põem em prática os ousados projetos idealizados por aquela moçada. As duas áreas caminham de mãos dadas e fazem da Oakley mais do que apenas uma grife. Ela é, na verdade, uma usina de ideias com mais de 600 patentes. "Investimos dezenas de milhões de dólares em novas tecnologias", disse Colin Baden, CEO da marca, à DINHEIRO (leia entrevista à página 90).

Uma delas, aliás, acaba de sair do forno. É a linha Elite, formada por relógios, botas e óculos produzidos em fibra de carbono - material leve e extremamente resistente - e que chega ao Brasil no fim de outubro. "Aqui nós temos liberdade de criação, podemos fazer praticamente o que quisermos, da maneira como quisermos.

Este é o sonho de qualquer profissional", comenta Neil Ferrier, um dos designers responsáveis pela criação dos óculos da linha Elite. "No caso desta linha a ordem foi fazer algo que não existisse no mercado, leve e resistente, sem pensar nos materiais ou nos custos", completa. O resultado foi tão bom que até o Exército americano encomendou milhares de botas da linha Elite para seus soldados - um projeto que demorou dois anos para se concretizar.

A empresa guarda a sete chaves os segredos de seu modo de criação e produção. A preocupação é tão grande que no interior da fábrica é proibido acionar câmeras fotográficas. Tanto cuidado se justifica. Certa vez, um funcionário do departamento de marketing fotografou uma peça ainda em desenvolvimento, postou a imagem na internet e a concorrência copiou o produto. "A tecnologia é um dos principais fatores de sucesso da marca", explica Fabio Fiorini, diretor-executivo da Net Branding, consultoria de marcas.

"O público da Oakley é altamente qualificado e está ligado às inovações, por isso cria expectativas sobre qual será a próxima invenção." Os brasileiros fazem parte desse público visto como seguidor da marca. "O Brasil é incrível, inacreditável. Eu não tenho a menor ideia de como o País se tornou um mercado consumidor tão grande da Oakley", comenta Baden, CEO da marca. Atualmente, o País possui duas lojas Oakley e responde por 10% dos negócios mundiais da empresa.

"O brasileiro se identifica com a imagem do estilo de vida esportista, mesmo aqueles que não praticam nenhum esporte. É cultural", explica Alberto Serrentino, sóciosênior da GS&MD - Gouvêa de Souza, consultoria especializada em varejo. O resultado desta identificação será a criação de mais quatro lojas Oakley que deverão ser abertas no Brasil nos próximos dois anos.

Quem vê o sucesso mundial da Oakley nos dias de hoje, com dez milhões de óculos produzidos por ano, mais de 800 funcionários e 200 lojas em 110 países, nem imagina como a grife começou. No início, em meados dos anos 70, Oakley era apenas o nome do cachorro de estimação de Jim Jannard, um jovem desertor do curso de farmácia da University of Southern California.

Aluno rebelde e aventureiro, Jannard deixou a faculdade e passou a vender peças de motocicletas na carroceria de sua caminhonete. Em 1975, ele percebeu que as manoplas de motocicletas, revestimento emborrachado para guidão, existentes no mercado eram escorregadias e nada ergométricas.

Com US $ 300 nas mãos e um laboratório improvisado na garagem de casa, Jannard criou suas próprias manoplas feitas em "Unobtainium", material emborrachado cuja composição não é revelada pela marca, que chegou a patenteá-lo. Assim nasceu a grife. "A Oakley se tornou um mito", define brevemente Fabio Fiorini, diretor-executivo da Net Branding.


QUARTEL -GENERAL :
a fábrica surpreende pelo design ousado que lembra um forte militar

A marca ganhou tanta força que os executivos da empresa resolveram estender as linhas de produtos. Em 2000, foram criadas roupas e acessórios, o que converteu a Oakley em uma grife de estilo de vida. Em 2007, ela foi comprada pelo conglomerado italiano Luxottica, o mesmo que fabrica os óculos Ray-Ban, Prada e Versace, entre outros.

A consolidação da Oakley resultou em um aumento de vendas líquidas de 638,4 milhões de euros para a Luxottica. Parte deste sucesso se deve ao fato de a Oakley ter conseguido conquistar um público além dos praticantes de esporte, se tornando uma marca mais abrangente.

"O posicionamento de marca da Oakley é muito bem-sucedido. Eles adicionaram atributos de valor do mundo do esporte a itens direcionados para o público geral", explica Claudinei Santos, coordenador do núcleo de estudos em negócios do esporte da ESPM . "Isso faz com que pessoas comuns queiram adquirir o estilo de vida dos atletas por meio de óculos, uma camiseta ou um tênis."

A ISTOÉ Dinheiro conversou com Colin Baden, o CEO da companhia. Para ver a entrevista clique
AQUI.

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