Esta foi a conclusão do I Encontro IDEA/Brasil de Design, realizado pela Associação Objeto Brasil, que reuniu os palestrantes como Tucker Viemeister do Studio Red do Rockwell Group e Lincoln Seragini da Seragini Farnè Guardado Design.
Tucker Viemeister, que desenvolveu projetos para marcas como Coca Cola, Toyota, Sheraton Hotel entre outros, destacou que em um mundo onde há excesso de informações, o que fica na mente dos consumidores são as experiências, das quais as positivas são geradas pela junção da beleza com a utilidade, um termo do qual ele é precursor: beautility.
A beleza pode ter significado diferente dependendo da época e da cultura, mas ela sempre provoca uma reação em contato com o individuo. Há uma razão intelectual para a beleza das flores que tem a função de atrair as abelhas, assim como há um componente emocional para a exatidão das fórmulas de Einstein.
Desta maneira, forma e função são os espectros e a beleza deve ser o equilíbrio. “Os designers são os profissionais que estudaram para construir o belo, se não criar algo bonito, qual é o ponto?” questionou Tucker.
Dando continuidade, Lincoln Seragini afirmou em sua palestra: “não basta ser bom, tem que parecer ser bom”. Para isso é necessário investir na beleza, algo que seduz naturalmente as pessoas. O ser humano nasceu para admirar o que é belo e uma empresa que traduz sua alma em estética, agrega valor para o produto e automaticamente para a marca.
“O design é a nova alma do negócio”, enfatizou Seragini, a propaganda não vende mais um produto feio, ultrapassado, em contrapartida o design pode produzir a emoção da experiência nos sentidos de maneira racional, sensorial, emocional e espiritual, tornando o consumidor fiel à marca.
Exemplificando, Tucker contou sobre um carrinho motorizado desenvolvido para a Coca-Cola que traz uma pequena geladeira e permite aos promotores passear entre o público entregando o refrigerante. Uma pesquisa feita com os consumidores mostrou que 43% deles acharam a bebida mais saborosa quando comprada neste carrinho. “O produto era exatamente o mesmo, mas uma nova experiência com algo que surpreendeu a visão, provocou uma sensação ainda melhor ao consumir o refrigerante”.
O Brasil é um grande celeiro de designers, fato comprovado, por exemplo, pelo mercado da moda, mas há uma necessidade do empresariado brasileiro tomar consciência da importância do design para o negócio, é este o caminho para a inovação. Por outro lado os designers precisam desenvolver uma visão mais consistente dos negócios articulando com os diferentes setores e construindo assim um ambiente multidisciplinar que agrega valor através pelo design, a função e a beleza.
16/04/08
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