17 outubro 2007

CONSTRUÇÃO CIVIL - Green Building Council quer adequar Leed à realidade brasileira

Fonte: Piniweb - Portal da Construção
Por Joana Carvalho, repórter da revista AU e Renato Faria, repórter da revista Téchne


Recente no Brasil, a certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design) para empreendimentos sustentáveis é obtida por edifícios cujo impacto ambiental estão de acordo com rigorosas recomendações elaboradas nos Estados Unidos pelo USGBC (U. S. Green Building Council). A certificação é uma forma de acabar com a banalização do termo "sustentabilidade" no setor da construção civil, acredita Luiz Henrique Ceotto, diretor de Design da Construção da Tishman Speyer, construtora e incorporadora. A empresa é uma das fundadoras da GBC Brasil, representante do conselho americano no País.
Para receber a certificação Leed, o empreendimento é avaliado segundo os requisitos americanos. Cada requisito seguido é revertido em pontos para o edifício, que são somados ao final do processo. De acordo com a pontuação obtida, o empreendimento é certificado em um dos quatro níveis de sustentabilidade Certificação simples, Silver, Gold e Platinum.
No entanto, por ser elaborada nos Estados Unidos, a lista de requisitos não está completamente adaptada à realidade brasileira. Ceotto conta que, naquele país, tende-se a priorizar a redução de consumo de energia. Lá, o consumo de energia com ar condicionado é mais relevante, já que muitos ambientes não contam com ventilação natural, explica. O engenheiro acredita que, no Brasil, a lista de requisitos deve priorizar aspectos como, por exemplo, a redução do consumo de água. Atualmente, uma comissão estuda a adequação do Leed ao mercado da construção nacional.
Até hoje, apenas um edifício no País recebeu a certificação Leed uma agência do Banco Real na Granja Viana, região metropolitana de São Paulo. Mais 42 edifícios estão registrados no GBC Brasil para receber a certificação. Em entrevista concedida aos repórteres da Editora Pini, Ceotto aborda, entre outros temas, questões importantes no que se refere aos custos de tais investimentos e como essas questões se refletem no mercado imobiliário.
Qual é o aumento estimado no custo de construção de edifícios certificados com o Leed?
Depende da quantidade de itens que o construtor vai incluir no prédio. É possível começar de um bom nível de sustentabilidade com 0,5% a mais no custo de construção. Mas, se você quiser utilizar todas as tecnologias disponíveis hoje no Brasil, esse valor pode chegar a 7%.
E como isso se traduz no valor de venda do imóvel?
Hoje, o mercado não dá o valor que deveria dar. Mas existe um potencial muito grande. Eu acredito que, para um edifício residencial sustentável, consiga-se agregar de 15% a 20% a mais no valor do imóvel se o construtor obtiver uma redução expressiva no custo de operação condomínio, consumo de água, de luz. Se esse prédio consumir 30% menos de água e luz, ele valorizará entre 17% e 20 seu preço de venda.
Qual o tempo médio para recuperação do investimento por parte do comprador?Entre vinte meses e dois anos, aproximadamente.
Para qual público-alvo são direcionados os empreendimentos com a certificação Leed?
Basicamente, prédios de apartamentos para a classe média e média alta, com valor mínimo de R$ 2,5 mil por metro quadrado. E para escritórios, principalmente os de alto padrão, em que o imóvel é alugado por valores entre R$ 40 e R$ 80 por metro quadrado. Mas isso é aplicável a qualquer tipo de imóvel.
Quanto tempo levaria para se popularizar a certificação?
Acredito que dentro de mais uns três ou quatro anos, com o aumento da demanda por sistemas sustentáveis e aumento de escala de produção, a certificação poderá ser rapidamente aplicada a empreendimentos de baixa renda e para escritórios mais baratos.
É preciso treinar recursos humanos para se obter a certificação?
O treinamento começa pelo dono da empresa, que precisa dar o exemplo e aprender os conceitos de sustentabilidade, meio ambiente. Depois, deve-se treinar arquitetos, pessoal de gestão de obras e o pessoal de custos, para que os responsáveis pela área de compras e suprimentos optem por produtos sustentáveis e não pelos mais baratos.
Quais os aspectos mais valorizados pela certificação Leed?
Os requisitos mais importantes são os de economia de água e, sobretudo, de energia. Há exigência de melhoramentos no local do canteiro, instalação do empreendimento em uma região urbanizada, adensada e com boa infra-estrutura de transporte público. O mais importante é o consumo de energia. Eu acho que o peso dado a cada um desses itens deveria ( e vai ) ser adaptado à realidade brasileira. Aqui, o consumo de água, por exemplo, é muito mais importante do que nos Estados Unidos, onde os requisitos originais foram elaborados.
17/10/2007

CONSTRUÇÃO CIVIL - Incorporadora Klabin Segall compra Setin por R$ 200 milhões

Fonte: Piniweb - Portal da Construção
Por Heloisa Medeiros, editora da Piniweb


A construtora Setin acaba de ser comprada pela incorporadora Klabin Segal por R$ 200 milhões, R$ 97,9 milhões em dinheiro e o restante em ações. O contrato de compra e venda foi firmado de acordo com a instrução 358 da CVM - Comissão de Valores Mobiliários. Antônio Setin, diretor e fundador da Setin, fará parte do Conselho de Administração da Klabin Segall.
O Fato Relevante foi enviado ontem (dia 15/10) à Bovespa e à CVM e prevê ainda direito de preferência para desenvolver cinco empreendimentos atualmente em análise pela Setin. A transação irá passar pelo crivo dos acionistas da Klabin Segall em Assembléia Geral de Extraordinária.
Uma das principais razões da compra é que a Klabin Segall terá seu braço "construtora", já que até agora atuava no ramo de incorporação, com foco em gestão de negócios, por meio de uma área de inteligência de Engenharia. E como o nome Setin é forte no mercado, com 30 anos de atuação reconhecida no setor imobiliário de São Paulo, a Klabin Segall poderá considerar sua utilização no futuro.
O posicionamento de responsabilidade ambiental e social da Setin, uma das construtoras brasileiras pioneiras nestas duas áreas, também contou para sua aquisição. Todo o expertise da Setin em construção será aproveitado pela Klabin Segall, inclusive sua experiência acumulada com relação a tecnologias construtivas industrializadas.
A Klabin Segall tem 13 anos no mercado imobiliário. Em outubro de 2006, tornou-se a 36ª companhia a ingressar no Novo Mercado, da Bolsa de Valores de São Paulo. Em junho de 2007, a Klabin Segall ganhou o Prêmio IR Magazine, na categoria Desempenho com relações com investidores em uma oferta pública inicial (IPO). Este ano lançou cerca de 20 empreendimentos, no Rio e em São Paulo.
17/10/2007

10 outubro 2007

MARKETING - Research International passa a mapear mercado jovem

Fonte: Meio&Mensagem
Por: Ruy Barata Neto
Empresa do Grupo WPP lançará pesquisas contínuas no Brasil com o público a partir do primeiro semestre de 2008
A Research International (RI), empresa de pesquisa do Grupo WPP, passará a fazer pesquisas contínuas no Brasil para mapear o mercado de consumo jovem. Trata-se da entrada da companhia na seara de pesquisas sindicalizadas, que são feitas continuamente e vendidas a clientes/assinantes - o posicionamento até então sempre foi o de trabalhar por encomenda. A primeira onda do estudo está prevista para ser finalizada até junho de 2008 e o escopo envolverá dois mil jovens de 12 a 19 anos, pertecentes das classes A, B, C e D, moradores em nove capitais e em algumas das principais cidades do interior de São Paulo.
A RI utilizará a experiência de pesquisa com o público jovem desenvolvida pela empresa norte-americana TRU, comprada em maio deste ano e comandada por Peter Zolla, especialista no público. Nos Estados Unidos a TRU já trabalha com quatro valores de comportamento, que são a busca por uma autenticidade na atitude, a sensação de autonomia e independência pelos aparelhos eletrônicos que dispõe, a tendência em consumir produtos eletrônicos com interfaces simples e a vontade de obter status social a partir de consumo de grifes que as celebridades usam.
Mas algumas adaptações precisarão ser feitas para entender melhor o jovem brasileiro. Em levantamento teste realizado em setembro, por telefone, com 200 jovens paulistas entre 16 e 19 anos das classes A,B e C, 48% apenas estudam enquanto que 38% além de estudar também trabalham. Do total 17,5% ganha mesada no valor médio de R$ 79. Já nos EUA, 54% dos 34 milhões de jovens entre 12 e 19 anos trabalham e 57% ganham mesadas. O gasto anual deles chega a US$ 179 milhões.
Segundo a diretora de atendimento da RI, Jeni Lima, a sensação que se tem é que estas linhas de valores dos jovens americanos podem apenas estar mais próximas dos jovens das classes altas no Brasil.
09/10/2007

05 outubro 2007

CONSTRUÇÃO CIVIL - Ministério Público e Procon alertam para riscos do crédito imobiliário

Fonte: Revista Construção Mercado
Por Rafael Frank


Um novo desenho do crédito imobiliário surgiu nos últimos dois anos. A oferta aumentou muito, graças ao arcabouço jurídico - como a lei 10.931, o patrimônio de afetação e alienação fiduciária - criado para dar mais segurança a quem empresta o dinheiro. Mas o crescimento do crédito também vem gerando preocupação do Ministério Público do Estado de São Paulo, Procon e da Pro Teste. Os órgãos realizaram, durante o Salão Imobiliário de São Paulo, no dia 28 de setembro, um debate sobre a situação no longo prazo. A questão é: será que o mercado e o consumidor estão preparados para lidar com essa nova situação?
Apesar da estabilidade econômica e da valorização, ainda que pequena, do salário, sempre há o risco de inadimplência. Além disso, a desinformação por parte dos mutuários e os contratos confusos das financiadoras são fatores adicionais para a não compreensão das cláusulas. "Eu não considero que haja falta de informação. Os bancos disponibilizam tudo na internet, por exemplo", afirma Carlos Eduardo D. Fleury, superintendente geral da Abecip (Associação Brasileira de Empresas de Crédito Imobiliário e Poupança).
Entretanto, o superintendente admite que a população não compreende grande parte dos conceitos e termos, tais como a tabela Price, SAC (Sistema de Amortização Constante) e Sacre. Márcio Mello Casado, advogado, concorda que a população não sabe identificar os meandros do crédito imobiliário e afirmou que as instituições financeiras não auxiliam nesse aspecto, principalmente no que se refere a cláusulas contratuais.
Outro fato discutido foi a adoção de créditos superiores a 180 meses (15 anos). "Os mutuários precisam de mais prestações para caber no bolso e realizar o sonho da casa própria", afirma Fleury. Mas, na visão de Maycon Truppel Machado, consultor jurídico da ABMH (Associação Brasileira da Habitação), essas linhas de crédito são investimentos de risco. O consultor alerta que financiamentos superiores a 15 anos desembocam em valores finais muito superiores ao preço do imóvel, mesmo com as baixas taxas de juros atuais.
Além disso, segundo Fleury, o problema para um mercado com prazos tão longos seria uma eventual alta da inflação, embora não existam previsões disso hoje. "Não podemos deixar isso ocorrer, como nos anos 90. Caso contrário, precisaríamos de intervenções nos contratos", diz.
05/10/2007

INOVAÇÃO - Visão do futuro através do design

Fonte: Meio&Mensagem
Por Fábio Suzuki

Diretor da Philips mostra os trabalhos da companhia para se alinhar às inovações do mercado

Desvendar as formas dos produtos e serviços que serão utilizados daqui a 20 anos. Esse é o modelo de trabalho da Philips para estar sempre atualizada com as inovações constantes do mercado atual. Para isso, a multinacional holandesa iniciou há 12 anos o projeto 'Vision of the Future' para verificar as tendências de consumo nos próximos anos através dos hábitos das pessoas de hoje. O assunto foi abordado por Marco Bevolo, diretor de design da companhia, em sua apresentação denominada 'Relacionamentos com o design: novos focos de atenção'.
O primeiro passo da empresa foi entender o design através de disciplinas da área de humanas (sociologia, filosofia, antropologia, etc), método que possibilitou uma análise fundamentada e mais abrangente do segmento. Desde então, a Philips tem realizado estudos em diversas partes do mundo para compreender o comportamento das pessoas, além de colher a opinião de profissionais de peso em comunicação visual, cujos resultados norteiam o desenvolvimento de seus produtos. "Adotamos uma posição muito forte na área de previsão para saber o rumo tomado pelo mercado", analisa Bevolo.
Uma das iniciativas da companhia foi criar, em janeiro deste ano, um espaço no Second Life cuja finalidade é examinar os valores das pessoas nos próximos anos através de conversas entre os avatares. No último ano, a Philips realizou também o estudo 'city.people.light' em que entrevistou 15 renomados arquitetos e urbanistas e desenvolveu o modelo de uma cidade em 2017. Richard Rogers, um dos participantes, citou que Curitiba é atualmente o município mais próximo dessa tendência com várias qualidades a ser exemplo para o resto do mundo. "O papel desempenhada pelas mídias urbanas é muito importante, inclusive para as características arquitetônicas do local", comenta o diretor da Philips, ao citar as medidas da lei Cidade Limpa, em São Paulo.
Além dos projetos e estudos, a multinacional holandesa preza também pela comunicação com gigantes do mercado como Microsoft, Ford, Procter & Gamble e Nike com intuito de agregar tendências em diversos setores. "A raiz da nossa criatividade no futuro vem da capacidade de integrar diversas disciplinas", explica o diretor. Como exemplo dos trabalhos realizados pela Philips para antever o futuro, Bevolo mostrou uma imagem de um possível quarto em 2020, cuja cama acopla diversas tecnologias e o teto é uma tela gigante onde é possível ver filmes e jogar videogame. "Qualquer objeto pode se tornar ativo dependendo do seu design", define.
04/10/2007

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