29 outubro 2009

GESTÃO - Liderando no escuro.

Por: Andreas Müller / Redação de AMANHÃ

Apesar dos avanços da tecnologia da informação, ainda são poucos os líderes que têm acesso a dados confiáveis para a tomada de decisão



Que as tecnologias da informação ajudam a resolver problemas, todo mundo sabe. O que pouca gente reconhece é que elas também deflagram uma série de efeitos colaterais - muitos deles, nocivos - para quem carrega a responsabilidade de comandar um negócio. Um desses efeitos colaterais é o excesso de informação. Soluções de ERP, CRM e outras produzem uma verdadeira enxurrada de dados que, sem o devido gerenciamento, pode arrastar o líder da empresa para um mar de equívocos e incertezas.

É o que mostra a pesquisa "CIO Study", produzida pela IBM com base em entrevistas com 2.500 CIOs ao redor do mundo. Atualmente, diz o estudo, 53% desses líderes não têm acesso às informações de que necessitam para tomar decisões críticas. E entre os que têm acesso, o quadro é pouco alentador: um em cada três simplesmente não confia nos dados que recebe.

Em parte, isso explica por que a própria IBM já despejou US$ 8 bilhões, desde 2005, na compra de 18 empresas americanas, todas elas focadas em gestão de informação. A multinacional americana, que só no Brasil emprega mais de 18 mil funcionários, acredita que a próxima onda de investimentos na área de TI será deflagrada justamente pela necessidade de se estruturar o caos informacional das empresas - e transformá-lo em algo realmente útil para quem toma decisões. A IBM lançou até um slogan-conceito para definir essa demanda: "information-led transformation", ou a capacidade de as empresas se transformarem com base em informações mais precisas e confiáveis.

"Os sistemas de informação atuais não são estruturados. Geram muita informação, demandam altos custos de armazenamento e infraestrutura computacional, mas nem sempre ajudam os líderes a tomar decisões com rapidez e segurança", percebe Steve Mills, vice-presidente sênior da IBM, em entrevista a AMANHÃ. "E nós queremos resolver isso", diz. Parte desse esforço se baseia na incorporação de softwares de Business Intelligence (BI), que são capazes de "ler" os dados de uma empresa, estruturá-los e sintetizá-los. Outra parte se baseia em novas tecnologias que a IBM está desenvolvendo para ampliar a capacidade de leitura dos dados de uma empresa - inclusive de dados não estruturados, como imagens, vídeos, etc.

"Nosso ideal é que os líderes tenham condições de saber, de forma simples e em tempo real, tudo que se passa dentro da empresa. E possam, assim, antever cenários e tomar decisões mais rápidas e confiáveis", vislumbra o indiano Ambuj Goyal, diretor de uma área da IBM conhecida como "Business Analytics and Process Optimization", que engloba todas as aquisições realizadas pela empresa desde 2005.

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