22 fevereiro 2008

CONSTRUÇÃO CIVIL - Déficit habitacional livra setor de crédito imobiliário brasileiro da crise do subprime.

Fonte: Amanhã

A inadimplência no setor de empréstimos hipotecários de alto risco (subprime) nos Estados Unidos já gerou US$ 7,7 trilhões em prejuízos ao mercado financeiro mundial desde outubro do ano passado. O valor assusta empresários do ramo imobiliário ao redor do mundo, mas não perturba o sono do ex-presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip), Décio Tenerello. “O setor imobiliário brasileiro não será afetado por esta crise norte-americana, pois não temos sequer um mercado de prime ainda. Quem dera pudéssemos ter um mercado de subprime”, tranqüiliza. Consultor respeitado na área imobiliária, Tenerello realizou uma conferência, nesta terça-feira (19), a convite da Companhia Província de Crédito Imobiliário, de Porto Alegre. Seu otimismo está apoiado no fato de que os preços dos imóveis no Brasil são baixos se comparados aos praticados nos Estados Unidos. E, ainda, na prudência das instituições financeiras nacionais, que aprenderam a domar o risco representado pelos maus pagadores. “Os bancos daqui são reconhecidos mundialmente pelo seu conservadorismo na hora de conceder financiamentos”, assinala. Por aqui, diferente de lá, o segmento imobiliário costuma cobrar 40% do valor do imóvel na planta, financiando o restante. Pontos positivos à parte, o setor cobra um avanço da política habitacional do governo federal. Segundo cálculos do IBGE, o déficit habitacional no Brasil é de 7,9 milhões de moradias. Desse total, 91,6% das famílias ganham até cinco salários mínimos. É justamente neste ponto que o governo deve agir – na opinião de Tenerello, permitindo que as famílias de baixa renda tenham acesso a subsídios com prestações mais em conta. Com ou sem ajuda do governo, as instituições de crédito imobiliário já preparam a festa. Neste ano a previsão é que os financiamentos com recursos da caderneta de poupança para a casa própria alcancem R$ 25 bilhões – 36,6% a mais do que o valor emprestado em 2007.
22/02/2008

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