Para a Fiergs, a educação e o financiamento de novas empresas são essenciais para criar um ambiente inovador no estado.
Inspirado em legislações já existentes no Paraná e em São Paulo, o processo de formulação de uma Lei de Inovação no Rio Grande do Sul está reunindo o esforço de empresas, universidades e também do governo estadual. As três instâncias têm debatido fortemente a melhor maneira de fazer com que a norma possibilite a criação de um ambiente favorável ao tema. Atualmente, existem dois textos sendo discutidos na Assembléia Legislativa, que deverão dar uma formatação final à Lei. Como forma de ajudar no debate, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) lançou esta semana uma carta que propõe 20 pontos considerados fundamentais para o estabelecimento da nova legislação.
No documento, divulgado durante o encerramento do Congresso Internacional da Inovação, nesta quarta-feira, dois temas ganharam destaque. Um deles diz respeito ao financiamento de empresas que recém estão sendo constituídas. Na visão dos empresários, é necessário que o Estado incentive estas companhias a terem condições de fazer pesquisas desde os primeiros dias do negócio. Independente da idade da empresa, a Lei Federal de Inovação, por exemplo, exige que a União se responsabilize por parte do recurso financiado. Esta regra, no entanto, não vinha sendo cumprida pelo governo estadual, que alega falta de capital.
"O governo deve investir em companhias que têm mais potencial de crescimento", afirma o empresário Ricardo Felizzola, coordenador do Conselho de Inovação e Tecnologia da Fiergs. Outro passo importante está no estreitamento dos laços entre empresas e universidades. O caminho indicado por Felizzola é a criação de pólos tecnológicos, fazendo com que as companhias ofereçam mais bolsas de estudo aos seus funcionários. Como moeda de troca, é sugerido um abatimento de impostos nos mesmos valores das bolsas concedidas. O dirigente da Fiergs diz que até mesmo no Ensino Fundamental deveriam ser abordadas disciplinas que debatam a inovação, lembrando que temas como robótica e informática deveriam ser obrigatórios em todos os currículos.
A preocupação da Fiergs tem como pano de fundo o Movimento Empresarial para a Inovação (MEI), plano da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para incutir os conceitos e práticas inovadoras em cerca de 4 mil companhias. Atualmente, apenas 1,2 mil empresas brasileiras são consideradas pela CNI como inovadoras. No entanto, o fator que mais preocupa os empresários é a formação de áreas voltadas à pesquisa e desenvolvimento dentro das organizações. No entender de Felizzola, ainda antes de se trabalhar a inovação, é necessária a introdução de ferramentas que apóiem a gestão. "Depois, a inovação vem naturalmente", sustenta.
21/11/2008
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