Nós, curiosos que somos, começamos a nos perguntar: Se o canal não tem comerciais, como gera receita e sustenta um conteúdo tão autoral e caro? Sim, porque viajar, praticar esportes, filmar tudo isso e ainda editar requer investimento.
Como tudo começou...
Guilherme Zattar é um dos executivos mais bem sucedidos executivos da TV Brasileira.
O típico menino do Rio foi o criador do SporTV e está, hoje a frente do Multishow, Bis e Canal Off, todos da Globosat. Segundo ele o embrião do Off veio em forma de programa em 1996, o Zona de Impacto no SporTV, que tinha como foco os esportes radicais.
No entanto, só alguns anos depois - quando a Globosat repensava o futuro da audiência e tinha como desafio lançar novos canais - é que o Off efetivamente tomou forma. A ideia de Zattar foi de criar um canal multidisciplinar, que reunisse 3 coisas: Esportes, Aventura e Natureza.
(Guilherme Zattar além de diretor executivo de Tv, é surfista,
piloto de asa delta e professor de artes maciais)
A Estréia...
Após algumas semanas de teasers de ativação, dentro dos canais irmãos SporTV e Multishow, no dia 8 de dezembro de 2011, estreou oficialmente o Canal Off. Regido pelo conceito: Sonhe. Explore. Descubra.
O nome sugere justamente isso: Desligar. Como uma fuga da rotina o canal busca oferecer ao telespectador programas que inspirem e relaxem.
(vinheta de lançamento do canal)
O Conteúdo...
Para conseguir entregar um conteúdo interessante e alinhado com a identidade do canal, o Off conta com diversos terceirizados para compor a sua programação.Por causa da Lei 11.486/2011, que institui a obrigatoriedade de cotas de conteúdo brasileiro na programação, os canais por assinatura viraram alvo de produtores independentes nacionais. Ou seja, os canais que estão disponíveis somente de forma paga devem exibir uma parcela produções nacionais e outra ainda usando produtoras que não pertençam a grandes conglomerados de mídia.
O formato usual é o seguinte: a produtora cria o conceito, detalha o projeto e produz um episódio piloto. Tudo isso é enviado ao canal que seleciona os programas em potencial e se aprovado dá espaço para exibição. Com o aval do canal a produtora busca incentivo junto aogoverno para realizar o seu projeto e, se decolar, o produto entra para a grade fixa do canal. Uma das produtoras independentes que conseguiu emplacar um projeto no Off foi a Soul Filmes, que já conquistou espaço para o seu primeiro produto televisivo,o programa Sangue Suor e Javalis.
(Marcelo Biju, surfista e protagonista da série)
Com o surgimento da Lei, o boom de produtoras buscando espaço para o seu trabalho aumentou e, consequentemente a quantidade de material recebido pelo canais também. Para "filtrar" e validar o interesse do seu público pelo material, o Off criou um portal de conteúdo que testa a aceitação de determinados projetos. O Off Jam é como um laboratório que conta com webséries e blogs de profissionais que, além de influenciadores, conversam sobre variados temas que permeiam a filosofia do canal.
A Receita...
De olho nesse modelo fora do convencional, algumas marcas que já surfam na onda da experiência de marca e buscam aproximação com esportes, como Red Bull e Mitsubishi são grandes apoiadoras do canal. A Red Bull, por exemplo, produz boa parte do conteúdo exibido no Off usando os seus atletas patrocinados e tornando o conteúdo relacionado à eles acessível em uma mídia de massa como a Tv.
Já a Mitsubishi disponibiliza os seus veículos para uso dos "atletas- apresentadores" durante os programas, expondo a marca de forma sutil mas frequente aos telespectadores do canal. E a parceria ainda vai além, a montadora e o Off chegaram a lançar uma camionete exclusiva, a L200 Triton Savana Off.
(edição limitada com preço de R$128.990,00)
“A L200 Triton Savana Off carrega em seu DNA toda a vocação off-road da Mitsubishi Motors, alinhada com a filosofia do Canal OFF, que traz programas de ação e aventura em meio à natureza” afirma Fernando Julianelli, diretor de marketing da Mitsubishi Motors do Brasil.
Um das verdades apresentadas pela coordenação do Off é que não há um preocupação com audiência e sim com conteúdo. Justamente por procurar uma fórmula incomum, o canal diz não possuir apresentadores somente "protagonistas de aventuras" que muitas vezes são os próprios atletas, como é o caso do surfista brasileiro Gabriel Medina.
Desejamos vida longa ao Off e para quem é a amante do canal, assim como boa parte da equipe aqui da INEX, este post do Mentor Neto resume o sentimento dos admiradores do canal:
Porra. Vou te contar.
Tem que censurar esse canal.
Quem são? O que comem? Onde vive aquela gente?
Quem paga o salário deles? Quando ficam na fila do banco?
Off é o facebook dos canais.
Todo mundo lindo e feliz.
Ou melhor, não dá para ser tão lindo e feliz.
Não sem o uso de agrotóxicos orgânicos.
Gente com botox natural.
Gente que só come comida leve, gente que nunca entrou no whatsapp, gente saudável a um nível que me dá vontade de comer um porco inteiro.
Só de assistir, ontem, queimei 1500 calorias.
Não. Sério. Fiquei deprimido.
Começa que não sei porque o canal chama OFF.
Deveria chamar ON.
Porque tem que estar ligadaço para fazer as coisas que eu vi ontem.
Um sujeito escalando o Peak Whathefuck de cabeça para baixo, o outro descendo um himalaia inteiro de snowboard.
Nego de cara limpa não faz as coisas que eu vi ontem.
E não tem gente feia, já percebeu?
O cara foi fazer foto submarina no Egito e até o camelo é mais bonito que eu.
Assistindo ao canal OFF, finalmente descobri para que serve uma GoPro.
A minha estava colada no mouse, que é o movimento mais radical que eu fiz esse ano.
No OFF o cara instalou a GoPro, sei lá, no cachorro dele que faz Base Jump nas torres Petronas.
Ele deu high five pro cachorro.
Ninguém me deu high five nos últimos 30 anos.
Um cara deu um aerial 540 em cima de uma onda.
Oi?
Eu não consigo dar um 360 na minha cadeira giratória sem ficar tonto.
Mas não é só isso.
No OFF o dia inteiro é por do sol.
Toda praia é limpa. Toda onda é gigante. Toda neve é fofa.
E as mulheres...ah, as mulheres.
São atléticas, voluptuosas.
Suadas.
Vivem em câmera lenta.
O tipo de mulher que me olha como se eu fosse uma coluna de garagem.
Um obstáculo a ser evitado.
Não, gente. Não pode.
Tem um programa de 2 horas sobre "cavernismo".
Caverna.
Não tem nada numa caverna, ora por favor.
A gente saiu de lá há mais de 4 milhões de anos.
Se você viu uma caverna, viu todas.
Mas no OFF a caverna é mais atraente que a minha cama.
Eu queria casar com aquela caverna.
No OFF todo mundo tem trilha sonora.
Todo mundo tem barriga negativa e 8% de gordura.
Todo mundo é herói.
Menos eu.
Ô tristeza."
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