Que os fabricantes de cigarro precisam rever a estratégia para garantir sua sobrevivência, já era sabido. Afinal, é difícil prever o futuro de uma indústria que viu desaparecer quase metade de sua camada de consumidores entre 1989 e 2006. O que surpreende, porém, é a ousadia das companhias de tabaco para encontrar soluções. Nos Estados Unidos, a Philip Morris se prepara para ingressar em um segmento pouco conhecido por aqui: o de fumo de mascar, ou "smokeless tobacco". Por lá, esse mercado já movimenta US$ 3,7 bilhões por ano. Usando o alcance de sua marca mais famosa, a subsidiária norte-americana do Altria Group Inc. batizou o novo produto Marlboro Moist Smokeless Tobacco. Os testes devem começar em outubro deste ano, em Atlanta, na Geórgia. Os consumidores terão dois sabores e duas variedades como opção – original e wintergreen e Long Cut e Fine Cut, respectivamente. O novo Marlboro virá embalado em sachês que podem ser mascados e depois dispensados como chicletes. As latinhas com os sachês devem ser comercializadas a US$ 3.
A novidade não deve demorar a chegar ao Brasil, um dos países onde as restrições ao segmento aumentam rapidamente. Atualmente, a propaganda do produto é proibida e há diversos projetos regionais para coibir o fumo em restaurantes e lojas. "Com a globalização, a tendência é que as empresas busquem alternativas. Produtos como esse devem chegar logo aqui", aposta Ivanor Torres, analista da Corretora Geral. Para Torres, as empresas do setor de fumo têm perdido espaço também pela falta de inovação e de lançamentos. "Esse tipo de fumo pode alcançar novos públicos", aposta o analista. Para os entusiastas da novidade, no entanto, segue o alerta. Pesquisadores norte-americanos detectaram que o produto pode causar tumores no pulmão, pâncreas, mucosa nasal e fígado.
27/08/2007
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