30 janeiro 2009
COMUNICAÇÃO - Circulação de jornais cresce 5% no Brasil
29 janeiro 2009
SUSTENTABILIDADE - Experimento usa luz do Sol para limpar ar
Uma das vilãs do aquecimento global é a destruição de matas. Afinal, com menos árvores no planeta, menos vegetação transforma gás carbônico em oxigênio.
29/01/2009
ECONOMIA - Brasil vai crescer 1,8% no ano, em nova projeção do FMI.
A projeção para o crescimento do PIB do mundo neste ano "é a menor desde a 2ª Guerra", de acordo com a divulgação na revisão do relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), hoje.
Para 2010, o FMI vê retomada gradual do crescimento mundial para 3%, taxa 0,8 ponto porcentual mais baixa do que a projetada no relatório anterior, mas adverte que uma recuperação sustentada só será possível com restauração do sistema financeiro e desbloqueio dos mercados de crédito. Também em 2010, o Brasil deve continuar com taxa de crescimento superior à do mundo, uma vez que o FMI prevê alta do PIB em 3,5%.
As economias avançadas estão registrando a pior recessão desde a 2ª Guerra Mundial, diz o FMI ao rever para baixo a projeção para o PIB destas economias de -0,3% para -2% em 2009. Para o ano que vem, as economias avançadas como um todo devem crescer 1,1%.
O Fundo revisou a projeção de PIB dos Estados Unidos de -0,7% para -1,6% em 2009. Para 2010, a expectativa é que o país cresça 1,6%. O PIB da zona do euro é projetado em -2% ante -0,5% em 2009. Para 2010, o número previsto é 0,2%.
A Alemanha teve a projeção reduzida de -0,8% para -2,5% em 2009. Para o ano seguinte, a projeção é de expansão do PIB de 0,1%. A previsão do PIB do Japão foi reduzida de -0,2% para -2,6% neste ano. Para 2010, a expectativa é que o país cresça 0,6%. O Reino Unido teve a projeção revista de -1,3% para -2,8% em 2009. Para o próximo ano, o FMI prevê alta do PIB de 0,2%.
Novamente, as únicas economias da América Latina com projeções abertas no WEO foram Brasil e México. Para o México, a projeção de PIB foi reduzida de 0,9% para -0,3% neste ano. Para 2010, o país deve crescer 2,1%. A estimativa para o restante da região está compreendida na previsão para o chamado Hemisfério Ocidental, cuja projeção foi rebaixada de 2,5% para 1,1% em 2009. Para 2010, o PIB é estimado em 3,0%.
Para as economias emergentes como um todo, o FMI cortou a projeção de PIB de 5,1% para 3,3% em 2009. Para 2010, o crescimento destas economia é estimado em 5,0%. A previsão para a expansão do PIB chinês foi reduzida de 8,5% para 6,7% em 2009 e é de 8,0% em 2010. A taxa de crescimento da Índia foi cortada de 6,3% para 5,1% em 2009 e é projetada em 6,5% em 2010.
Para o cálculo destas projeções, o FMI utilizou projeção do petróleo em US$ 50 por barril em 2009, abaixo da projeção anterior de US$ 68. Para 2010, o preço estimado é de US$ 60. "O risco para estas projeções é de baixa", reconhece o FMI.
28 janeiro 2009
TURISMO - Turismo global pode encolher até 2% em 2009
No primeiro semestre do ano passado, a movimentação de turistas no mundo cresceu 5%, mas no segundo semestre caiu 1%. Segundo a OMT, a última retração anual do setor foi registrada em 2003, quando diminuiu 1,4%.
A OMT indica que a América e a Europa serão as regiões mais afetadas em termos de resultados, uma vez que esses mercados já entraram em recessão. O porta-voz da instituição, Geoffrey Lipman, tenta minimizar as previsões negativas, indicando que dentro de quatro anos o setor retomará o crescimento.
No Brasil, o mercado do turismo registrou uma arrecadação recorde em 2008, com gastos de estrangeiros no Brasil da ordem de US$ 5,78 bilhões no encerramento do ano. Em dezembro de 2008, o montante foi 12,3% maior ante o mesmo mês de 2007, quando os turistas estrangeiros deixaram US$ 469 milhões no país, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central. Segundo o Ministério do Turismo, o País cresceu mais que o dobro da média mundial ao ano, calculada pela OMT em 2%.
Para 2009, ainda que as previsões sejam negativas para as Américas, o Ministério do Turismo acredita que o turismo brasileiro não sofrerá perdas. Segundo a assessoria do órgão, o País deverá registrar crescimento, mas ainda não é possível prever o porcentual. A expectativa de crescimento é feita com base na campanha de incentivo ao turismo realizada pelo governo brasileiro.
COMPORTAMENTO - Ibope traça perfil dos 'heavy users' da web
De acordo com o levantamento, 90% desse público está envolvido com tecnologias colaborativas – seja como consumidores ou produtores de conteúdo. Fazem parte dessa categoria as redes sociais, os sites colaborativos como a Wikipedia, os blogs e outras páginas que permitem interação.
Dos entrevistados, 87% possuem perfil em algum site de relacionamento, 17% atualizam as informações dessas páginas pelo menos uma vez ao dia, 91% têm interesse em blogs, 31% são autores desses diários virtuais, 21% contribuem diariamente com fóruns de discussão, 38% já colaboraram pelo menos uma vez na edição de artigos “wiki” (como a Wikipedia), 87% utilizam “wikis” como fonte de informação, 24% estão no microblog Twitter e 28% são adeptos aos agregadores de notícia.
Os principais chamarizes das tecnologias colaborativas para esse público são diversão (29%), desenvolvimento profissional/vantagens financeiras (25%) e aprendizagem e educação (24%).
Consumo
A categoria que lidera o ranking de sonhos de consumo dos participantes da Campus Party é a de viagens (52%). Em seguida aparecem computador/hardware (48%), automóvel (28%), máquina fotográfica digital (25%), software (23%), telefone celular (20%) e smartphones (16%).
“Embora não seja representativo do internauta brasileiro em geral, o levantamento permitirá aperfeiçoar uma metodologia de classificação de hábitos e atitudes em relação à mídia social e às motivações que levam as pessoas a criar conteúdo compartilhado, seja para diversão ou para expressar opiniões sobre marcas, produtos e até candidatos políticos”, afirmou Marcelo Coutinho, diretor de análise de mercado do Ibope Inteligência.
INOVAÇÃO - A Filarmônica vai à web
Fundada em 1882, a Filarmônica de Berlim é uma das mais conceituadas orquestras do mundo. Sua fama foi catapultada nos 35 anos em que foi regida pelo maestro austríaco Herbert von Karajan, morto em 1989. Sob seu comando, a Filarmônica de Berlim colocou-se na vanguarda da popularização da música clássica. Conta-se que Karajan teve participação decisiva no formato final do CD. Segundo a lenda, a capacidade de memória dos primeiros CDs foi estendida para 74 minutos de música por exigência do maestro - só assim um disco poderia conter a Nona Sinfonia de Beethoven inteira. O maestro e sua orquestra acabaram vendendo centenas de milhões de CDs no mundo inteiro. Vinte anos após a morte de Karajan, a Filarmônica de Berlim aparenta manter sua vertente popularizadora. Desta vez, a plataforma escolhida é, claro, a internet. Em janeiro, entrou em operação a transmissão ao vivo dos concertos da orquestra. Basta ter um computador com uma conexão decente à internet para ser possível ver e ouvir em casa o que se passa na Philharmonie, sede da orquestra, no centro de Berlim. "Estamos inaugurando uma nova era não só para a música clássica mas também para a história da distribuição da música", disse a EXAME Tobias Möller, diretor da Filarmônica de Berlim e organizador do projeto.
A orquestra oferece aos interessados três pacotes básicos. O mais simples deles custa 9,90 euros (cerca de 30 reais) e dá direito a um concerto ao vivo. Por 48 horas, o interessado terá acesso ao arquivo digital da orquestra, com exibições antigas. O segundo pacote, que oferece os concertos do restante da temporada 2008-2009, sai por 89 euros, ou cerca de 270 reais. E o terceiro, que custa 149 euros (cerca de 450 reais), vale para os 30 concertos da temporada 2009-2010, que começa em agosto. As transmissões são feitas por câmeras comandadas por controle remoto. A ideia surgiu há três anos, mas só em meados do ano passado os organizadores sentiram-se confiantes na capacidade de transmitir vídeo e áudio na alta qualidade desejada - recomenda-se, inclusive, ligar o computador no aparelho de home theater. Para a apresentação de estreia, no dia 6 de janeiro, a orquestra regida pelo inglês Simon Rattle tocou a Primeira Sinfonia do compositor alemão Johannes Brahms. Foram vendidos 2 500 ingressos para espectadores via internet - 100 a mais do que a capacidade do teatro-sede da orquestra.
O projeto da Filarmônica de Berlim segue uma trilha aberta pela mais tradicional casa de ópera dos Estados Unidos, o Metropolitan de Nova York. Há pouco mais de dois anos, a instituição começou a exibir ao vivo suas apresentações em salas de cinema nos Estados Unidos. No primeiro ano, 98 salas mostraram seis produções a um público de 325 000 pessoas. Já em 2008, foram 11 espetáculos exibidos em 850 salas de 28 países, com uma plateia de 1,2 milhão de pessoas. Hoje, cada apresentação conta com um público de cerca de 100 000 pessoas nos cinemas, enquanto no próprio Met cabem apenas 3 700 espectadores. A partir do dia 1o de fevereiro, o Brasil vai entrar nesse circuito. Aqui, a exibição começará em São Paulo e no Rio de Janeiro. Mas, segundo os organizadores, as transmissões logo se estenderão a outras 20 cidades. Nos primeiros seis meses, no entanto, as apresentações serão gravadas, e não ao vivo. As sessões serão noturnas e sempre aos domingos, às segundas e às terças-feiras. A ópera que abre o projeto é La Rondine, de Puccini. "Para transmitir as óperas ao vivo, devido ao fuso, seríamos obrigados a exibi-las aqui às 14 horas de sábado, um horário ingrato", diz Fábio Lima, sócio- fundador da MovieMobz, empresa responsável pelo projeto no Brasil. Os ingressos custarão até 30% mais que uma entrada de cinema.
Direto de Berlim
Virou chavão no último século jogar pedras nos meios de comunicação de massa - responsáveis, segundo a teoria, pelo emburrecimento geral da população mundial. Iniciativas como as transmissões da Filarmônica de Berlim e do Metropolitan, porém, mostram que a realidade é, como sempre, bem mais complexa. O enorme interesse do público é uma prova de que a demanda pelas artes tidas como "de elite" é maior do que os mais pessimistas imaginavam. Nos últimos oito anos, o número de visitantes aos museus da Inglaterra quase dobrou. E a plataforma encontrada pelos maiores museus do mundo para atender a esse interesse crescente é, de novo, a internet. No início do ano, o Museu do Prado, em Madri, criou, em parceria com o Google, uma ferramenta por meio da qual é possível analisar as 15 maiores obras-primas de sua coleção - em altíssima resolução, 1 400 vezes maior do que a de uma foto digital. Estão lá, entre outras, o Jardim das Delícias, do holandês Hieronymus Bosch, e obras de Rubens e Velázquez. Outros museus devem seguir caminho semelhante. "A internet nunca vai substituir uma visita pessoal, mas a demanda por ingressos na sala de concerto é sempre maior do que podemos atender", diz Möller, da Filarmônica de Berlim. "Iniciativas como essa são uma espécie de compensação."
28/01/2009
TECNOLOGIA - Mercado brasileiro de tecnologia movimentou R$ 60,2 bilhões em 2008
O mercado de tecnologia brasileiro movimentou 60,2 bilhões de reais em 2008, afirma estudo da IT Data e do Instituto Sem Fronteiras. O número revela crescimento de 11% sobre os resultados de 2007.Do total, segundo o levantamento, 49 bilhões estão relacionados a investimentos de empresas e 11,2 bilhões são relativos a compras de pessoas físicas.O mercado corporativo não sofreu o impacto da crise em seu orçamento no ano passado - pelo contrário, cresceu 10%, priorizando projetos de governança, ERP (Enterprise Resource Planning) e BI (Business Inteligence).Mas a crise afetou os investimentos para este ano. Um levantamento com 400 Chief Information Officers aponta que o orçamento para 2009 será quase o mesmo de 2008, o que interrompe cinco anos de crescimento acima de 10% no mesmo, devido ao desfavorecimento do dólar.No caso das compras de pessoas físicas, o crescimento em 2008 foi de 14% em relação a 2007, mas poderia ter ultrapassado os 20% sem a crise econômica.
27 janeiro 2009
TECNOLOGIA - Mercado mundial de celulares encolherá 9% este ano
O mercado mundial de celulares encolherá 9% em 2009, no primeiro declínio desde 2001, e o primeiro semestre será especialmente difícil, de acordo com a Strategy Analytics (SA).
"Esperamos que o primeiro semestre de 2009 será muito fraco, com o setor sob o efeito do duplo problema da queda de embarques depois dos meses de festas nos mercados desenvolvidos e da desaceleração da demanda durante o período do Ano Novo chinês", previu a SA nesta sexta-feira.
O grupo SA estimou vendas de 1,08 bilhão de celulares este ano, ante 1,18 bilhão em 2008. Se confirmada, será a primeira queda anual desde os 6% registrados em 2001 --única ocasião em que o mercado de celulares havia registrado um recuo desde que os aparelhos surgiram, em 1983.
A desaceleração econômica provocou no último trimestre de 2008 o mais fraco desempenho do setor desde o quarto trimestre de 2001, com 10% de queda nos embarques, para 295 milhões de unidades.
Foi a primeira ocasião em que a SA registrou queda no normalmente vigoroso trimestre final do ano, em relação ao total do terceiro trimestre.
"O varejo reduziu estoques e promoveu liquidações de produtos, em função da compressão de crédito, e os consumidores adiaram compras por medo da recessão", afirmou a empresa.
26 janeiro 2009
INOVAÇÃO - Blogs vão virar jornal nos Estados Unidos
SUSTENTABILIDADE - Harvard ataca Google
Na Universidade de Harvard ele descobriu que uma busca típica no Google em um computador de mesa (consome menos energia que um notebook) gera cerca de sete gramas de dióxido de carbono. Valendo-se de equipamentos que medem o consumo médio de energia a cada comando dado em um computador, Wissner- Gross chegou a suas conclusões. "A chaleira emite cerca de 14 gramas de dióxido de carbono, o equivalente a dois cliques para realizar uma pesquisa." O Google é um dos sites mais rápidos do mundo e é justamente nessa excelência de serviço que mora o problema: a sua eficiência e a rapidez só são possíveis porque ele utiliza diversos bancos de dados ao mesmo tempo - como aciona mais fontes simultaneamente, produz mais dióxido de carbono em relação a outros sites que lhe fazem concorrência, mas não dispõem da mesma agilidade e quantidade de informações.
Nos dias de hoje usamse computadores para tudo. No campo ambiental, por exemplo, eles são vitais a um rigoroso monitoramento de devastação das florestas. Ironicamente, porém, ele próprio atua como um predador. A empresa de consultoria Gartner Group revela que o setor é responsável por 2% de todas as emissões de dióxido de carbono na atmosfera. O estudo ainda afirma que, caso nada seja feito, essas emissões tendem a crescer na casa dos 5% ao ano. Preocupado com essas questões, o Google lançou a versão "verde" do seu site de buscas. Chamado Blackle, ele possui fundo preto e isso economiza o equivalente a 14 watts por acesso. Não é suficiente para anular a alta emissão de poluentes, mas o próprio Google dá o caminho: "Se cada um fizer a sua parte, podemos salvar o planeta."
A INTERNET E A POLUIÇÃO
26/01/2009
BUSINESS - Gerador de conhecimento
LIÇÕES DO COTIDIANO: conhecimento obtido com a produção de turbinas (foto) e materiais de transporte é um dos grandes ativos da Siemens.
A ALEMÃ SIEMENS É uma potência que fatura US$100 bilhões por ano. O montante é obtido com a fabricação de produtos tão díspares quanto turbinas para usinas hidrelétricas, trens de alta velocidade, equipamentos médicos, lâmpadas e sistemas de vigilância remota. Desde sua fundação, em 1847, o conglomerado germânico acumulou um conhecimento fantástico nestas áreas. Tanto que resolveu usar esse ativo intelectual para desenvolver um outro negócio: a área de consultoria. No Brasil, onde as receitas líquidas da Siemens somaram R$ 4,6 bilhões em 2008, a empresa está apostando suas fichas em dois nichos específicos: manutenção e gestão eficiente de energia. Segmentos que geralmente não entram no foco estratégico dos gestores, mas que podem, em muitos casos, definir se uma operação vai ser lucrativa ou não. Especialmente em momentos de crise. "Nos últimos meses, a demanda por esses serviços cresceu cerca de 50%", diz Bruno Pereira de Abreu, consultor da área de manutenção e engenharia da Siemens. Ele administra uma carteira composta por 20 clientes de grande porte, como a petroquímica Braskem, para a qual está desenhando um projeto de eficiência energética com foco na redução das emissões dos gases que causam o efeito estufa. Ao optar em fortalecer o setor de serviços, a corporação alemã segue os passos de conglomerados com atuação global, como a IBM. A empresa americana é talvez o mais radical exemplo de migração da área produtiva para a de serviços. A IBM já foi sinônimo de mainframes e computadores pessoais, itens que viraram commodity, e hoje "vende inteligência". No caso da Siemens, o objetivo é agregar valor aos produtos por meio do capital intelectual.
Para dar conta do serviço, Abreu, da Siemens, conta com uma equipe de 15 técnicos, a maioria engenheiros. Eles fazem um completo mapeamento do sistema energético das empresas, com foco nos motores, para identificar possíveis falhas e recomendar as correções necessárias. Segundo Abreu, um dos pontos fortes da metodologia criada pela Siemens é sua capacidade de antecipar, com precisão, o ganho que será obtido ao final do processo. "Temos tanta confiança em nossa metodologia que, em muitos casos, cobramos de acordo com a economia obtida pelo cliente", destaca o executivo. Nos trabalhos realizados até agora em 16 companhias, a redução nos gastos com essa rubrica oscilou de 7% a 28%. Números, sem dúvida, expressivos quando lembramos que a "conta de luz" responde por até 15% dos custos de uma empresa. Esse, contudo não é o único filão explorado pela divisão de consultoria da Siemens.
Oportunidades de negócio também foram detectadas no segmento de manutenção de plantas industriais. Para esse nicho, a Siemens dispõe do software Maintenance Business Review, desenvolvido em 2002 e atualizado no ano passado. A manutenção é uma área crítica na qual os gastos das corporações cresceram 10%, ao ano, na última década, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Manutenção. Apenas em 2007, as empresas desembolsaram R$ 90,3 bilhões. Com a queda na demanda, a expectativa é de que, em vez de comprar novos equipamentos, as indústrias deverão apostar em extrair o máximo de seu parque atual. É aí que entra a turma de Abreu. O trabalho do consultor de engenharia da Siemens consiste em analisar o modo de operação de um cliente. As informações são comparadas com outras 160 companhias existentes no banco de dados da Siemens. A partir daí são determinados os padrões de eficiência operacional. O objetivo é eliminar as paradas não programadas de equipamentos, reduzir a ocorrência de acidentes de trabalho e até os possíveis passivos ambientais.
26/01/2009
23 janeiro 2009
ECONOMIA - Juro, nada. O inimigo é o spread
A questão do spread bancário - diferença entre o juro que o banco paga para captar dinheiro no mercado e o juro que ele cobra para emprestar este recurso aos tomadores de crédito - passa a ocupar o centro dos debates. O alto spread bancário praticado no Brasil (veja, logo a seguir, manifestação do ministro Guido Mantega a respeito) ajuda a entender porque uma redução ousada na taxa de juros - como a decidida na terça-feira pelo Copom - tem praticamente impacto zero no custo do dinheiro que os bancos emprestam aos brasileiros na ponta do consumo. "É importante que os spreads sejam reduzidos também, pois estão excessivos, o que pesa no custo das empresas", reivindicou o presidente do Sistema de Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), Ardisson Akel.
Ainda no Paraná, o presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures, expressou desagrado com a falta de ousadia do Banco Central que, na sua opinião, teria todas as razões para cortar a Taxa Selic não em um, mas em dois pontos percentuais. "Seria a melhor sinalização de que há preocupação em evitar uma recessão no País", disse ele. Akel, seu colega da Faciap, lembra que a crise já levou países desenvolvidos a reduzir substancialmente suas taxas de juros. "O Banco Central deveria ser mais incisivo. Vamos esperar a ata do Copom para ver se a tendência será de baixa. Em março há uma oportunidade de se mexer novamente na taxa", explicou Akel, em referência à próxima reunião do Copom, marcada para os dias 10 e 11 de março.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que os spreads bancários chegaram a patamares "inimagináveis, inadmissíveis" para um país que precisa de crédito para crescer. Segundo ele, recentemente houve reduções nas taxas de juros cobradas pelos bancos, mas o movimento é "insuficiente e incompatível para uma expansão dos investimentos".
22 janeiro 2009
MARCA - Skol traz "Sensation" ao Brasil
Uma experiência única, do começo ao fim. Essa é a promessa do "Skol Sensation", evento mundial que chega ao Brasil por meio de uma parceria da marca da Ambev com a Playcorp e com a produtora holandesa ID&T. O "Sensation", que nasceu na Holanda, em 2000, e hoje atravessa 22 países do mundo, é uma mistura de música, arte e sensações. Depois de cerca de um ano e meio de difíceis negociações, ele aterrisa em São Paulo, no Pavilhão do Anhembi, no dia 4 de abril deste ano, para cerca de 40 mil pessoas.
"A Skol procura sempre inovar e levar coisa diferentes e bacanas para os consumidores. E o Skol Sensation vai mostrar o que é o coração da Skol", conta Sérgio Eleutério, gerente de plataforma jovem da marca. "Nunca vi nada parecido em toda minha vida. Mudará a forma de vivenciar a noite", promete Fernando David Elimelek, diretor geral da Playcorp, um dos principais responsáveis pela vinda do evento ao Brasil, e que já acompanhou algumas das festas pelo mundo.
A idéia principal é levar ao público - detalhe: todos vestidos (obrigatoriamente) de branco, como numa grande festa de Réveillon - cerca de oito horas de apresentação de DJs, acrobacias, efeitos especiais e performances teatrais. "O evento é mais do que o line-up dos Djs. É levar essa experiência diferente a todos os presentes. E no Brasil teremos o mesmo show que é apresentado em mais de 20 países. Ele, inclusive, está vindo de navio de Melbourne", conta Duncan Stuttrheim, fundados do projeto. A ID&T, produtora responsável pelo "Sensation" no mundo todo, é uma das principais promotora de eventos da Holanda.
Com o tema "Tree of Love", uma árvore de cerca de 45 metros de diâmetro será montada em São Paulo. E o Anhembi foi o lugar escolhido por ser o único local, no País, com a possibilidade de receber o evento - por ser coberto e possuir uma altura mínima. A Playcorp será a responsável pela montagem de toda estrutura. "Esta será a primeira vez, em mais de 30 anos, que o Parque de Exposições do Anhembi receberá um espetáculo de entretenimento", conta Elimelek. "E toda a montagem será feita em menos de uma semana. Será um grande desafio para todos nós", finaliza o executivo da empresa.
A Skol aposta, num primeiro momento, na comunicação pela internet - no site brasileiro, que já estreou. "O ambiente é a grande vedete da divulgação, com músicas pela rádio Skol Sensation, vídeos, pílulas de outros eventos e downloads de ringtones", explica Eleutério. A campanha de mídia, que levará assinatura da F/Nazca, deve entrar em mídia somente após o Carnaval. Os executivos da marca afirmaram que a realização do "Sensations" não deve interferir na realização do Skol Beats, programado para o segundo semestre deste ano.
Já é sensação
"Fico muito feliz que conseguimos vir para São Paulo. É um sonho que se torna realidade, graças à Skol. Ficamos muito felizes com a parceria", explica Stuttrheim. A Playcorp é a principal responsável pela realização do evento no Brasil - mas a concretização da parceria com a ID&T só foi possível com o patrocínio da Ambev. Estão abertas cotas para co-patrocinadores e apoios para a passagem da festa por aqui.
Atualmente, o evento é realizado, por exemplo, em 13 países da Europa - Holanda, Bélgica, República Tcheca, Alemanha, Austria, Suíca, Portugal, Polônia, Lituânia, Letônia, Dinamarca e Espanha - com o patrocínio da Samsung. Na América do Sul ele também será realizado pela segunda vez em Santiago do Chile, em 14 de março, com patrocínio da operadora Entel PCS. Segundo a organização, 750 mil pessoas já conferiram as apresentações.
Ingressos
As entradas já estarão à venda a partir deste sábado, 24, pelo site da Ticketmaster e em pontos-de-venda em sete cidades diferentes. São três tipos: 36 mil ingressos de Pista, a R$ 160,00 (com meia entrada para estudante); três mil de Camarote Premium a R$ 320,00 (com acesso exclusivo, serviço de garçom, open bar de cerveja e refrigerante e lounge) e apenas mil entrada para o Camarote Diamond, a R$ 1.000,00 (que oferecerá jantar, serviço de limusine de ida e volta, open bar e deck para descanso).
21 janeiro 2009
ECONOMIA - Ipea: economia pode crescer de 1% a 4% em 2009
Segundo o estudo, não existem 'parâmetros precisos' para se medir o grau de contaminação da economia brasileira pela crise internacional e, por isso, as simulações de desempenho são 'um exercício técnico preliminar'. O Ipea está vinculado ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
No pior cenário traçado pelo estudo para este ano - crescimento do PIB de apenas 1% -, seriam criados 320 mil novos empregos, mas, ao mesmo tempo, o universo de desempregados aumentaria em 1,126 milhão de trabalhadores, ficando em 8,754 milhões, ou 8,6% da população economicamente ativa (PEA).
No cenário mais otimista - crescimento de 4% -, o instituto prevê que seriam criados cerca de 1,3 milhão de novos empregos, e o universo de desempregados seria ampliado em 154 mil trabalhadores, totalizando 7,782 milhões, ou 7,7%.
No cenário intermediário (2,5%), seriam criados 800 mil novas vagas, mas o número de desempregados aumentaria em 806 mil, somando 8,272 milhões, ou 8,1%.
Segundo o Ipea, esses números mostram que, em 2009, o contingente de trabalhadores empregados aumentaria, mas não o suficiente para atender ao crescimento do total de trabalhadores entrando no mercado, que poderá ser de cerca de 1,45 milhão de pessoas.
O estudo prevê ainda que a participação da renda do trabalho na renda nacional passará a ser de 49,2% no caso de um crescimento de 4% do PIB; de 48,8% no caso de 2,5%; e de 47,6% se o aumento do PIB for de apenas 1%.
Os técnicos do Ipea ressaltam que a crise internacional afeta 'de maneira mais intensa' o mercado de câmbio, com a cotação do dólar saltando de cerca R$ 1,60 para R$ 2,30 e que esse movimento, além de prejudicar os exportadores, terá efeitos sobre os preços domésticos e na inflação.
O estudo enfatiza, porém, que o impacto do câmbio no comportamento futuro da taxa de inflação 'é uma grande incógnita' e que o repasse da desvalorização cambial para os preços 'é muito duvidoso'. Observam os técnicos, porém, que a mesma queda no preço das commodities, de cerca de 40% entre agosto e outubro de 2008, 'representa um choque positivo de oferta, arrefecendo, provavelmente, as pressões inflacionárias.
20 janeiro 2009
TECNOLOGIA - Configurar novo celular é dificuldade para 95% das pessoas
A complexidade de recursos e serviços dos novos celulares pode se voltar contra a indústra da mobilidade. Uma pesquisa da Mformation com 2.000 pessoas nos Estados Unidos e 2.000 pessoas do Reino Unido apontou ainda que 95% dos entrevistados experimentariam os novos serviços móveis se o uso fosse mais fácil. Já 61% disseram que configurar um celular é tão frustrante quanto mudar de conta bancária.
TECNOLOGIA - Entenda o que significa "blog content"
Imagine o seguinte: você tem um blog sobre um assunto que ama, como carros, e pesquisa e escreve com frequência sobre o tema. Além disso, tem uma vasta rede de contatos que lotam seus comentários, é mencionado em outros blogs e participa ativamente de comunidades. Pronto, você é popular e já tem um "ramo" na blogsfera.
Agora, se uma montadora quer fazer um blog para se aproximar do consumidor final, ela pode contratar uma agência, que vai contratar um jornalista especializado e, depois, vai divulgar o site para que ele tenha visibilidade. Que pode dar certo, ou não. Isso é chamado "blog content" e já existem até pessoas cuidando especificamente disso dentro de agências. Sim, porque é muito vantajoso: a empresa que quer fazer a ação e a agência já sabem como é o seu texto, que seu blog já tem leitores, que você tem moral na web e que já tem material para saber se quer associar a marca a você.
Além de evitar surpresas, contratar blogueiros é opção econômica. Como a maioria escreve sobre uma paixão, quando surge alguém querendo pagar pelos textos que já seriam publicados, qualquer valor parece vantajoso.
COMUNICAÇÃO - H2OH! lança outdoor reciclado em Porto Alegre.
Na semana passada, o público viu apenas um painel verde com a imagem de uma garrafa de H2OH!, um copo com a bebida e o logo. A cada dia foi aparecendo uma letra 'escrita' apenas com garrafinhas de H2OH!. No fim de semana, surgiu a palavra "Recicle”. Todas as garrafas de H2OH! utilizadas na produção deste outdoor foram recolhidas em ações apoiadas ou patrocinadas pela marca, como, por exemplo, o ponto de coleta do Prêmio Contigo de Teatro 2008.
Para cada outdoor, foram utilizadas 700 garrafinhas de H2OH!. Os outdoors fazem parte da campanha "H2OH! Escolha um mundo mais leve", lançada pela marca recentemente, cujo foco é a sustentabilidade e o incentivo à reciclagem de uma maneira leve e divertida.
CONSTRUÇÃO CIVIL - Universidade alemã cria casa feita de papel
Modelo da casa de papel idealizada por Gerd Niemöller em conjunto com a Universidade de Bauhaus. (Foto: Reprodução/Der Spiegel)
Em parceria com a Universidade de Bauhaus (Alemanha), Gerd Niemöller criou uma casa feita de papel. O material utilizado na construção segue o padrão usado na fabricação de aviões e outros produtos em que o peso e a resistência são fatores importantes, segundo a revista alemã "Der Spiegel".
Gerd Niemöller, um dos fundadores da empresa suíça "The Wall AG", que detém a patente do material utilizado na construção de casas de papel, disse que cada residência vai custar cerca de US$ 5 mil (R$ 11,9 mil).
"Desde o começo, nosso objetivo era criar uma casa prática, ecologicamente sustentável e, mais importante, barata para as favelas da Terra", disse Gerd Niemöller, que desenvolveu o material utilizado nas casas.
A partir do processamento do papel, Niemöller criou painéis finos, leves e fortes. Segundo seu criador, o material é um excelente isolante, além de ser flexível, o que o torna adequado para zonas de risco de terremoto. As primeiras casas de papel devem ser construídas no Zimbábue, no continente africano, com o auxílio da organização alemã "World Vision". Segundo a revista "Der Spiegel", a Nigéria também já encomendou 2,4 mil casas.
19/01/2009
19 janeiro 2009
COMUNICAÇÃO - Nestlé muda comunicação de produtos infantis
COMPORTAMENTO - Neofrugalismo
15 janeiro 2009
CONSTRUÇÃO CIVIL - A onda de prédios verdes chegou definitivamente no País
Hoje no País há cerca de 70 empreendimentos registrados em vários Estados brasileiros buscando a certificação de desempenho ambiental para seus empreendimentos, com uma previsão de ultrapassar 100 empreendimentos no final do ano. E até 2010, a meta mundial é que 100 mil construções estejam em processo de certificação Leed.
Para receber a certificação, o empreendimento deve atender pré-requisitos e recomendações que avaliam o tipo de terreno, a localização, a infra-estrutura local, o uso racional de água, eficiência energética, qualidade do ar interno, reciclagem e diversas outras medidas que garantam eficiência operacional ao usuário e preservação do meio ambiente, antes, durante e após a obra. Todos esses critérios começam a impulsionar e a transformar o mercado da construção civil e têm se tornado uma importante ferramenta educacional e de comunicação com o consumidor, além de criar parâmetros de qualidade para o mercado.
Os impactos que o mercado da construção civil gera no planeta são imensos. O setor é responsável por até 40% das emissões de CO2 diretas ou indiretas em todo o mundo; as edificações no Brasil consomem cerca de 21% de toda a água tratada, 42% da energia produzida e geram cerca de 70% dos resíduos.
A construção civil começa a demonstrar que está se adequando cada vez mais aos conceitos de sustentabilidade que estão sendo impostos em todos os setores da economia e que a cada dia passam a ser uma exigência da sociedade, principalmente da nova geração. Os mais jovens estão começando a exigir de seus fornecedores uma postura mais correta em relação ao meio ambiente, desenvolvendo um dos maiores desafios corporativos deste milênio: o consumo consciente.
Consultores, grandes construtoras de imóveis, empreendedores e incorporadores tanto comerciais quanto residenciais, fornecedores de materiais, insumos e tecnologias, estão, aos poucos, desenvolvendo expertise nessa área, em um movimento que ganhou força nos últimos cinco anos e que hoje já começa a criar uma nova demanda no mercado da construção civil no Brasil.
Além da certificação, que com certeza tem um peso importante nessa transformação, mas por si só não será capaz de resolver todos os problemas, é muito importante o desenvolvimento de iniciativas educacionais para disseminar informações sobre as melhores práticas e tecnologias sustentáveis, a fim de capacitar os envolvidos na concepção, construção, operação e manutenção das edificações e espaços construídos. Toda essa nova visão começa a demandar mais especialistas em áreas como, por exemplo, de comissionamento de sistemas de energia, profissionais especialistas em softwares de simulação energética e profissionais capacitados em consultoria para green buildings que no caso do Leed são os Leed AP's.
Além disso, é imprescindível o engajamento do governo nesse processo de transformação, por meio de incentivos, bons exemplos e políticas públicas focadas no desenvolvimento da construção sustentável. O governo, seja ele federal, estadual ou municipal, é detentor de um grande percentual das edificações construídas e também responsável por uma importante parcela das novas construções, podendo, além de praticar esses conceitos em suas construções, impulsionar o mercado para essa transformação, por meio de exemplos ou na criação de legislações que viabilizem e estimulem as novas construções ou reformas.
Um empreendimento sustentável pode reduzir em 30% o consumo de energia, 50% o consumo de água, 35% das emissões de CO2 e até 70% o descarte de resíduos. Se os clientes finais também mudarem sua postura e passarem a exigir das construtoras uma posição mais sustentável, certamente veremos um movimento muito maior do mercado nessa direção. O futuro da construção civil já tem um caminho traçado e a sustentabilidade não será apenas um modismo. As boas práticas do mercado devem ser disseminadas, assim como o maior número de informações possíveis sobre as soluções implantadas.
A construção sustentável veio para ficar, talvez um pouco tarde, mas com o engajamento de toda a sociedade, revendo nossas ações e atitudes, certamente alavancará a formação de uma nova cultura baseada na visão sistêmica preconizada pela sustentabilidade.
INTERNET - Web consolida posição estratégica
COMUNICAÇÃO - Search marketing lidera investimentos
13 janeiro 2009
CONSTRUÇÃO CIVIL - Investimentos em imóveis devem crescer em 2009
Tanto financiadores internacionais como investidores em ativos planejam aumentar os investimentos globalmente e nos Estados Unidos, alvo favorito, afirmaram membros da Associação de Investidores Estrangeiros em Imóveis (AFIRE, na sigla em inglês).
Os concessores de financiamento devem ampliar o investimento em 54 por cento globalmente e em 58 por cento nos Estados Unidos, enquanto investidores em ativos preveem aumentos de 40 por cento globalmente e 73 por cento nos EUA.
Os Estados Unidos têm mais apelo este ano, mesmo depois do tumulto econômico de 2008, e apesar do doloroso impacto da crise de crédito sobre os imóveis comerciais, afirmou Jim Fetgatter, presidente-executivo da AFIRE.
As vendas nos EUA de propriedades comerciais caíram 73 por cento, para 139,43 bilhões de dólares em 2008 ante 2007, segundo a empresa de pesquisa de mercado Real Capital Analytics.
Mas o apetite dos investidores por imóveis nos EUA apenas ficou mais acentuado diante dessas dificuldades porque os problemas são um fenômeno global. Os Estados Unidos continuam a maior economia do mundo e os membros da AFIRE consideram o país o mais seguro para o mercado imobiliário, disse Fetgatter.
"Se você vai ser um investidor internacional vai querer ter uma parte significativa do seu portfólio no maior mercado", acrescentou.
Por ampla margem, os consultados pela pesquisa consideram os EUA o país que fornece os investimentos em imóveis mais seguros e estáveis, com 53 por cento considerando o país como o número um nessa categoria.
Enquanto isso, cerca de 37 por cento dos membros da AFIRE consideram os EUA como o país que tem as melhores oportunidades de valorização de capital. O Brasil aparece em segundo, com 16 por cento, superando a China, que caiu para a terceira posição. O Reino Unido saltou da nona para a quarta colocação depois que os preços dos ativos do país caíram. A Índia caiu da terceira para a quinta posição.
Cerca de metade dos 200 membros da AFIRE, sediada em Washington, respondeu a 17a pesquisa anual da entidade. Os membros da associação são de 21 países e controlam cerca de 1 trilhão de dólares em imóveis, incluindo 371 bilhões de dólares nos EUA.
12 janeiro 2009
TECNOLOGIA - CES: as principais novidades
BUSINESS - O modelo slow de produção.
Em 1986, o italiano Carlo Petrini criou o Slow Food, uma associação cujo objetivo é valorizar culturalmente os alimentos e o prazer de comer bem e, desse jeito, fazer frente à dominação do fast-food. Mais do que se opor ao paradigma da velocidade, o Slow Food defende um novo conceito de qualidade, que leva em conta não apenas o sabor, mas também como e por quem o alimento foi produzido. A partir daí surgiu a definição de que um produto deve ser "bom para o consumidor, limpo para preservar o meio ambiente e justo ao respeitar os trabalhadores."
O Slow Food cresceu. Hoje são 100.000 sócios em mais de 130 países. A palavra slow ganhou autonomia e virou tendência. Do Japão à Noruega, dos Estados Unidos à Holanda, surgiram movimentos como slow città, slow design, slow home, slow money, slow manager, slow Europe, slow life. Até que a filosofia slow começou a inspirar também o modo de produzir de algumas empresas. "Hoje já existem empreendimentos que podemos definir como slow, no sentido de que têm o foco não apenas na qualidade sustentável dos produtos, mas também na qualidade dos processos produtivos", afirma Anna Meroni, professora da Faculdade de Design do Politecnico di Milano, que estuda a aproximação do conceito slow do design. Quando aplicado ao mundo empresarial, o modelo ensina que produtos de qualidade não podem ser reproduzidos ao infinito: a produção será limitada pelas matérias-primas, pelo uso de recursos naturais e pela mão-de-obra. Além do novo conceito de qualidade, a valorização dos saberes e tradições locais é outro princípio respeitado pelos empreendedores que produzem de um jeito slow.
Essas empresas encontram um crescente mercado consumidor não mais formado pelos "caçadores de pechinchas", descritos pelo economista Fritz Schumacher, no livro O Negócio é ser Pequeno, como consumidores que não estão interessados na origem dos bens ou nas condições em que foram produzidos, e sim em conseguir o máximo com seu dinheiro. "O consumidor moderno está disposto a pagar um pouco mais por um produto com uma qualidade 'holística' que contempla processo produtivo, embalagem, história, território, ambiente e ética", afirma Danielle Borra, professora de Marketing dos Produtos de Qualidade da Università degli Studi di Scienze Gastronomiche. "Ele tende a conter os consumos em termos quantitativos e a reorientá-los no sentido da qualidade, mesmo em tempos de crise."
Nos Estados Unidos, país com maior número de adeptos do Slow Food depois da Itália, os consumidores em busca de produtos saudáveis e sustentáveis já movimentam cerca de US$ 209 bilhões. Um mercado e tanto para os produtos das "empresas slow", que se diferenciam por suas qualidades e valores intangíveis. De acordo com a professora Danielle, hoje os componentes de qualidade menos tradicionais, como os éticos e os sociais, são cada vez mais vistos como fatores de competitividade. E devem ser usados para criar uma diferença de percepção dos consumidores e determinar as suas escolhas. "O que se busca em um produto de qualidade são, principalmente, componentes emotivos", afirma a estudiosa. "É preciso criar uma emoção que pode nascer de diferentes fatores, como o território de origem, a tipicidade, o respeito ao meio ambiente, o bem-estar dos animais e a ética. Tudo isso pode ser usado para comunicar o produto." É o que fazem, por exemplo, três pequenas empresas italianas, a Antica Dolceria Bonajuto, a torrefação Caffè Mokarico e a Loison Pasticceri.
COMO FAZIAM OS ASTECAS
Mas se em Modica o chocolate faz parte da cultura e da alimentação popular, coube a Franco e a Pierpaolo fazer um produto personalizado ultrapassar as fronteiras da cidade e até mesmo do país. Em 1992, quando o pai de Franco ficou doente e resolveu fechar as portas da Dolceria, eles decidiram assumir o negócio. "Nós somos detentores de um patrimônio culinário que não existe em outro lugar do mundo. Eu não poderia deixar isso morrer", afirma Pierpaolo.
Hoje, o seu maior mercado é a Itália, mas a Dolceria também vende para os Estados Unidos, o Japão, a Alemanha e a Áustria. Apesar do bom desempenho da empresa, os Ruta sabem que, para manter a qualidade e as características particulares do seu chocolate, precisam aceitar certos limites de produtividade. Nada de grandes escalas. "Não vemos isso como uma condenação ou entrave à nossa participação no mercado. Continuamos trabalhando de forma artesanal por escolha", afirma Franco. "É muito fácil automatizar todo o processo produtivo, mas não se podem automatizar as emoções e são elas que queremos despertar nessa e nas próximas gerações. " Em 2008, a Dolceria, que conta com apenas 11 funcionários, faturou 900.000 euros e teve um crescimento de 25% nos últimos dois anos. Mas para Pierpaolo poderia ter sido menos. "Sempre digo que, antes dos números, devemos olhar as emoções. Não acordamos de manhã com o objetivo de fazer crescer o nosso faturamento, mas queremos dizer ao mundo que estamos aqui."
CAFÉ COM SEGREDO
"Só exibir a certificação, porém, não basta. Elas não são suficientes para fazer uma empresa crescer", diz Paladini. "O segredo está no equilíbrio entre produto e serviço, para agradar ao consumidor." É por isso que, apesar das reconhecidas qualidades éticas e ambientais, Paladini não descuida da excelência do seu produto. Medalha de ouro no concurso International Coffee Tasting 2006, na categoria café expresso, a empresa lutou pela certificação do Cappuccino Italiano e ainda mantém um centro de formação para baristas, de modo que o seu café seja sempre servido da maneira ideal. O preço do quilo do café tipo bar varia entre 17 e 22 euros na Itália, valores, de acordo com o empresário, alinhados com os cobrados pelos produtos do gênero. A torrefação faturou em 2007 cerca de 4 milhões de euros, com previsão de fechar 2008 no mesmo patamar. Hoje, além da Itália, o Caffè Mokarico é servido nos EUA, na Rússia, na Alemanha, na Dinamarca, na Grécia e na Holanda.
OS PANETONES DE 72 HORAS
O empresário, que assumiu a empresa familiar em 1993, resolveu focar na produção de alta qualidade e na exportação. Hoje seus produtos são vendidos em mais de 30 países, entre eles, o Brasil. Além dos panetones, a pasticceri produz colombas de Páscoa e biscoitos finos. Os produtos são embalados em latas decorativas ou em caixas que combinam fitas e cores. Embrulhos preciosos desenvolvidos por Sonia, mulher de Loison. O conceito de produção, que privilegia a qualidade e não a quantidade, é comunicado aos consumidores em um libreto que acompanha cada embalagem e conta a história do produto - da origem dos ingredientes às diferentes etapas de fabricação. Mas o empresário admite que comunicar o "valor slow" e a qualidade superior dos ingredientes que utiliza não é tarefa fácil. "Só experimentando um dos nossos perfumados panetones para sentir a diferença. No nosso caso é preciso provar", afirma. Por isso, de acordo com Loison, a participação em feiras especializadas é muito importante.
A empresa fatura cerca de 5 milhões de euros por ano, 50% com vendas ao exterior. E anualmente seus panetones artesanais ganham mais e mais prêmios de excelência. Mas Loison não está sozinho nesse mercado. No país do panetone, são muitas as empresas que apostam na alta qualidade artesanal. Para conseguir destaque, a pasticceri se concentrou na escolha das matérias-primas. Além dos ingredientes de base, utiliza produtos de origem controlada e tutelados pelo Slow Food, como pistaches do Bronte, favas de baunilha mananara, de Madagascar, e tangerinas tardias de Ciaculli. Todo esse cuidado, porém, tem um preço: enquanto um panetone industrial de 1 quilo custa, em média, entre 2 e 5 euros nos supermercados, o mais simples panetone Loison é vendido, na Itália, entre 15 e 18 euros. Preços que, para o empresário, estão de acordo com a qualidade do produto. De preferência, a ser degustado bem devagar.
TECNOLOGIA - Motorola lança celular "ecológico"
08/01/2009 - 09:41
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