Alimentos orgânicos revelam um mercado em crescimento no Brasil.
Quando esteve no Brasil pela primeira vez, em 1993, o alemão Gerhard Dannapel sentiu falta de um tipo específico de alimentação. Eram os alimentos orgânicos, que, naquela época, já se mostravam bastante populares em sua terra natal. Alguns anos depois, Dannapel decidiu retornar ao Brasil para ficar de vez, acreditando haver do outro lado do Atlântico uma grande possibilidade de negócios. Em 2005, ele abriu a Samurai Tofu, indústria de alimentos (foto) sediada em Santa Catarina, que desenvolve produtos orgânicos - ou seja, que seguem diversos padrões de qualidade e comprometimento, tais como a não utilização de pesticidas, fertilizantes artificiais ou que não podem ser geneticamente modificados, por exemplo.
Como para todos os tipos de negócio a matéria-prima é, obviamente, um fator-chave, a Samurai Tofu optou por abrir suas portas em Florianópolis. É que Santa Catarina é destaque nacional por causa da grande quantidade de pequenos produtores que cultivam orgânicos, de acordo com Angélica Fonseca, gerente comercial da Samurai Tofu. Aliás, é sediada no mesmo estado, só que em Pomerode, que a fábrica de chocolates Nugali lançou uma linha de chocolates orgânicos em setembro passado. "Demoramos para desenvolver o produto porque queríamos um chocolate que não perdesse em nada no sabor para os produtos que já fabricamos", explica Maitê Lang, dona da empresa. Ela acredita que a novidade irá contribuir para o incremento previsto para as vendas ainda neste ano, de mais de 50%. "É um tipo de alimentação que gera a própria demanda, pois sua presença na loja, por si só, já desperta interesse", afirma.
Tanto a empresa do alemão Dannapel quanto a de Maitê Lang pegam carona em um mercado crescente no Brasil. Mesmo que a participação brasileira na produção mundial, mercado que movimenta US$ 40 bilhões ao ano, ainda seja muito tímida - de apenas 0,63% -, as perspectivas se revelam animadoras. O país já ocupa a primeira colocação no ranking dos maiores produtores de soja, café e açúcar orgânicos, o que rendeu negócios de US$ 250 milhões em 2007. Desse total, US$ 120 milhões foram provenientes de exportações, segundo dados da Agência de Promoção das Exportações e Investimentos do Brasil (Apex-Brasil).
20/10/2008
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