Fonte: HSM - Por Jeaninne Carvalho Mettes (sócia-fundadora da Brand Up, consultoria estratégica de gestão de marcas)
Ferramentas de branding estão sendo utilizadas como ponto de melhoria constante das marcas próprias. Antes vista como mais baratas e de qualidade inferior, agora o momento é diferente.
Há algum tempo, produtos de marca própria eram automaticamente associados a um produto simples, geralmente mais barato que as marcas tradicionais, e algumas vezes, até de qualidade inferior aos outros da prateleira. Aparentemente, os dias em que a marca própria era percebida apenas como uma imitação se foi.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela Nielsen em 2005, a penetração das marcas próprias no mercado global cresce 5% ao ano, enquanto as marcas tradicionais crescem 2%.
De acordo com o 14° Estudo de Marcas Próprias da Nielsen, publicado em 2008, a Europa é a região onde o setor tem o maior nível de desenvolvimento e chega a superar a marca de 40% de participação em países como Suíça (46%) e Reino Unido (43%).
De fato, um dos fatores externos que influenciam esse cenário é a forte concorrência entre grandes cadeias de desconto e a onda de consolidação de varejistas e/ou atacadistas, que geram economias de escala, favorecendo o desenvolvimento de suas próprias linhas de produtos e serviços.
Por consequência, o reconhecimento da importância da figura da marca própria para o negócio em geral fez com que houvesse um empenho no controle e melhoria contínuos da qualidade e entrega dos produtos e serviços oferecidos. Naturalmente, estes produtos começaram a ganhar relevância no dia-a-dia da vida de seus consumidores, que, uma vez surpresos e satisfeitos com a experiência da marca própria passaram a ser mais e mais fiéis a essa.
E partindo da proposta de valor diferenciada, atributos-chave e valores intrínsecos de suas marcas institucionais que varejistas e atacadistas perceberam que o céu era o limite e, diferente da marca tradicional, havia ficado mais fácil expandir suas ofertas para novas categorias, atingindo novos públicos com base em novas tendências de marketing, dentre elas o branding.
Sem dúvida, o uso de ferramentas poderosas de branding, ou gestão de marca, tais como: segmentação inteligente do portfólio da marca em multi-categorias, nomes provocadores e inspiradores para sub-marcas, design sofisticado e inteligente para rótulos e embalagens, código de cores conveniente para diferentes estilos de vida (preço, qualidade, bem-estar e conveniência, ecológica, ética ou fair trade), estão sendo largamente utilizadas como pontos de melhoria constante da marca própria.
Evidentemente, graças às boas práticas de branding, o que se nota é que a apresentação e a qualidade do produto de marca própria têm aumentado sensivelmente. Cada vez mais nos deparamos com produtos com um alto nível de sofisticação nas prateleiras, e, para nossa surpresa, conseguindo ainda manter uma boa relação custo-benefício para diferentes públicos.
Analisando as marcas próprias mais bem sucedidas na Europa, é possível concluir que a vantagem estratégica é o sucesso suportado pela coerência entre a promessa e a entrega da marca institucional, por meio de um relacionamento forte e transparente seja com o consumidor, o fornecedor, o trade, bem como a comunidade. Tal consistência da personalidade da marca trabalhada em todos os pontos de contato com o mercado e o fator “surpreender e encantar”, trazem à marca própria maior respaldo, tornando-a mais próxima, aceita e desejada pelo público em geral.
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