Decidida a reduzir sua coleção de dezenas de jeans de marcas renomadas, Julie Mathis, uma executiva de relações públicas de Los Angeles, tentou recentemente vender seu Antik Denim, de US$ 400, em uma loja local de segunda mão. Imaginava que iriam arrancá-lo de suas mãos. Não foi assim. "Eles disseram algo como: 'ninguém está mais usando desses'", conta Mathis.
A mania pelo jeans, que esquentou as vendas das fabricantes de roupas e lojas de departamento nos últimos cinco anos, parece estar, enfim, arrefecendo.
No ano passado, as vendas de jeans femininos caíram 1,8%, para US$ 7,5 bilhões, o primeiro declínio em cinco anos, segundo a empresa de pesquisas de mercado NPD Group. Há dois anos, o negócio de jeans para mulheres estava em uma espiral de crescimento de mais de 10%, puxada em grande parte pela categoria mais elevada, a de peças de mais de US$ 100. Pode-se culpar o cansaço dos consumidores e o fluxo de jeans baratos, que mesmo os especialistas reconhecem não serem tão ruins.
Várias ondas de entusiasmo pelo denim chegaram e partiram. A marca de Los Angeles "7 for All Mankind" desencadeou a mais recente, iniciada em 2000, com seu jeans no estilo "derrière-hugging", de US$ 114. Em pouco tempo, os elegantes jeans japoneses e italianos tornaram-se lugar comum e todos estavam obcecados por estilos (corte bota, boca larga), tipos de lavagem do tecido e elaborados acessórios, como aplicações de cristais Swarovski. Pagar US$ 200 por vestimentas com raízes operárias tornou-se tão aceitável como tomar um café com leite de US$ 3,50 no Starbucks.
Foi uma grande onda. A True Religion Apparel, de Los Angeles, obteve vendas de US$ 139 milhões no ano passado, cinco vezes mais do que em 2004. A margem de lucro operacional no ano passado foi de 28%. A Polo Ralph Lauren teve margens de 15% e a Liz Clairbon, de 9%.
As marcas de alto padrão, talvez, devessem ter percebido que a situação começava a perder força quando a gigante industrial Levi Strauss finalmente recuperou o vigor e colocou novas linhas no mercado em 2006, minando as vendas dos jeans de estilistas. As vendas da True Religion subiram 1,5% no primeiro trimestre deste ano, para US$ 36 milhões. As da Blue Holding, fabricante da marca Antik, caíram 18% no mesmo período.
Outro golpe veio quando os jeans baratos, mas elegantes, causaram furor na Europa. A Cheap Monday, marca criada por uma loja de roupas de Estocolmo que encabeçou a tendência, agora está disponível nos Estados Unidos, em lojas chiques por apenas, relativamente, US$ 65. Outras empresas seguem o mesmo caminho. A J.C. Penney começará a vender jeans de US$ 35 este ano, dos estilistas Chip & Pepper, de Los Angeles. A Guess vende jeans por US$ 50.
Nesse meio tempo, as mulheres começaram a desviar os dólares do denim para vestidos e bolsas. A True Religion agora vende sapatos e camisas; a 7 for All Mankind, bolsas de US$ 500. Ambas também oferecem suéteres e casacos. Loretta Soffe, diretora da varejista Nordstrom, diz que os estilistas ainda precisam provar que podem fazer a transição. "Não vou mentir", diz. "A especialidade deles é o denim."
Valor Econômico
A mania pelo jeans, que esquentou as vendas das fabricantes de roupas e lojas de departamento nos últimos cinco anos, parece estar, enfim, arrefecendo.
No ano passado, as vendas de jeans femininos caíram 1,8%, para US$ 7,5 bilhões, o primeiro declínio em cinco anos, segundo a empresa de pesquisas de mercado NPD Group. Há dois anos, o negócio de jeans para mulheres estava em uma espiral de crescimento de mais de 10%, puxada em grande parte pela categoria mais elevada, a de peças de mais de US$ 100. Pode-se culpar o cansaço dos consumidores e o fluxo de jeans baratos, que mesmo os especialistas reconhecem não serem tão ruins.
Várias ondas de entusiasmo pelo denim chegaram e partiram. A marca de Los Angeles "7 for All Mankind" desencadeou a mais recente, iniciada em 2000, com seu jeans no estilo "derrière-hugging", de US$ 114. Em pouco tempo, os elegantes jeans japoneses e italianos tornaram-se lugar comum e todos estavam obcecados por estilos (corte bota, boca larga), tipos de lavagem do tecido e elaborados acessórios, como aplicações de cristais Swarovski. Pagar US$ 200 por vestimentas com raízes operárias tornou-se tão aceitável como tomar um café com leite de US$ 3,50 no Starbucks.
Foi uma grande onda. A True Religion Apparel, de Los Angeles, obteve vendas de US$ 139 milhões no ano passado, cinco vezes mais do que em 2004. A margem de lucro operacional no ano passado foi de 28%. A Polo Ralph Lauren teve margens de 15% e a Liz Clairbon, de 9%.
As marcas de alto padrão, talvez, devessem ter percebido que a situação começava a perder força quando a gigante industrial Levi Strauss finalmente recuperou o vigor e colocou novas linhas no mercado em 2006, minando as vendas dos jeans de estilistas. As vendas da True Religion subiram 1,5% no primeiro trimestre deste ano, para US$ 36 milhões. As da Blue Holding, fabricante da marca Antik, caíram 18% no mesmo período.
Outro golpe veio quando os jeans baratos, mas elegantes, causaram furor na Europa. A Cheap Monday, marca criada por uma loja de roupas de Estocolmo que encabeçou a tendência, agora está disponível nos Estados Unidos, em lojas chiques por apenas, relativamente, US$ 65. Outras empresas seguem o mesmo caminho. A J.C. Penney começará a vender jeans de US$ 35 este ano, dos estilistas Chip & Pepper, de Los Angeles. A Guess vende jeans por US$ 50.
Nesse meio tempo, as mulheres começaram a desviar os dólares do denim para vestidos e bolsas. A True Religion agora vende sapatos e camisas; a 7 for All Mankind, bolsas de US$ 500. Ambas também oferecem suéteres e casacos. Loretta Soffe, diretora da varejista Nordstrom, diz que os estilistas ainda precisam provar que podem fazer a transição. "Não vou mentir", diz. "A especialidade deles é o denim."
Valor Econômico
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