04 janeiro 2008

INOVAÇÃO - Leitura obrigatória.

Fonte: Portal EXAME

Um dos maiores desafios de qualquer empresa que queira alcançar ou se manter na liderança de seu mercado é ser a primeira a enxergar ou (ainda melhor) a determinar tendências. É o que muitos chamam de inovação. E inovar,por mais que isso soe batido,nunca foi tão vital para o mundo dos negócios. Mas o que o c onsumidor de 2008 deseja ardentemente,às vezes sem nem mesmo saber? Para mostrar quais as principais tendências de consumo que estão se delineando e que devem pautar parte do mercado daqui para a frente,EXAME ouviu especialistas em marketing,pe squisou cerca de 300 lançament os que prometem ser sucesso em 2008 e selecionou 16 deles. Essa lista de produtos está relacionada com as quatro principais tendências enxergadas por executivos de algumas das maiores e mais inovadoras empresas de consumo do mundo. A primeira delas é a simplicidade: altíssima tecnologia combinada à beleza sem ostentação ou exageros e, sobretudo,à facilidade de manuseio. A segunda tendência está diretamente ligada ao apelo da sustentabilidade ambiental e econômica. Cada vez mais consumidores buscarão,s egundo os especialistas,ec ologia com economia.A terceira trata da convergência de duas características aparentemente opostas — o luxo em produtos de massa.A última tendência reflete a recuperação de valores do passado como fonte de inspiração para o futuro.
Tendência
Tecnologia sem mistérios.
É o que esperam mais e mais os consumidores quando estão diante de um notebook, um smartphone ou um celular de terceira geração. E nenhum produto incorpora mais essa tendência que o iPhone, da Apple, o aparelho eletrônico mais desejado de 2007.C om sua tela sensível ao toque, o iPhone abriu caminho para uma torrente de produtos parecidos que chegarão ao mercado em 2008.Na era dos produtos intuitivos, os botões tornaram-se obsoletos. O mercado vive dias nos quais sobretudo as empresas de alta tecnologia procuram aproximar o homem da máquina. A indústria de câmeras digitais, por exemplo, criou facilidades, como dispositivos que diminuem os efeitos dos tremores naturais ou acionam automaticamente a máquina ao detectar um sorriso no rosto do fotografado.A japonesa Fuji, por exemplo, investe em média 450 milhões de dólares por ano em pesquisa de tecnologias que podem levar até dois anos para chegar ao mercado.C omo se vê, nunca foi tão complicado — e caro — ser simples.

O pedal reinventado.
A bicicleta Lime, criada pela empresa americana Trek, é considerada uma das gr andes promessas para 2008. Seus projetistas eliminaram os tradicionais cabos e criaram um câmbio automático e eletrônico, em que as três marchas são trocadas de acordo com o ritmo de pedaladas do ciclista. A inovação tecnológica, feita em parceira com a japonesa Shimano, faz com que o modelo pareça mais simples do que as bicicletas fabricadas três ou quatro décadas atrás. Lançada há três meses, a Lime se tornou sucesso de vendas nos Estados Unidos. Preço: 600 dólares.

O filhote de iPhone.
Com apenas 8 milímetros de espessura, o novo tocador de MP3 da Apple é um filhote do iPhone — a única diferença é que não é um celular — e sucessor dos iPods tradicionais com disco de navegação. O novo aparelho tem conexão à internet por sistema Wi-Fi e tela sensível ao toque (recurso cada vez mais usado em produtos eletrônicos). Preço: 1500 reais.

Uma foto em 39 segundos.
Ao criar a impressora Photosmart A826, a gigante da informática HP materializou o sonho dos fotógrafos amadores que querem imprimir suas fotos em casa.O aparelho permite que qualquer fotografia seja facilmente manipulada por meio de dispositivos da própria impressora, sem a necessidade do uso do computador. A máquina, que custa 250 dólares, também é rápida: leva 39 segundos para imprimir uma foto.

Computador certificado.
Desenvolver modelos que consumam menos energia transformou-se em algo vital para a indústria mundial de computadores. A americana Dell saiu na frente com o D630, primeiro equipamento a figurar na lista de aparelhos amigáveis ao meio ambiente, elaborada pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. O computador, com preço de 8 800 reais, consome o equivalente a 75% da energia gasta por outras máquinas e sua bateria foi configurada para ter o dobro de vida útil de uma bateria convencional.

Tendência
Verde e econômico.
O verde é pop. Surge, e ganha força cada vez maior, um mercado derivado das discussões sobre o aquecimento global e do medo de escassez dos recursos naturais. É gente sofisticada, formadora de opinião, muito diferente dos românticos ativistas ambientais do passado e alvo de qualquer bom profissional de marketing. Esse novo consumidor verde busca ecoeficiência, vantagens econômicas que justifiquem facilmente sua compra. São essas características que estão, por exemplo, por trás do sucesso do etanol brasileiro e da tecnologia dos carros de motor flex. O mesmo acontece com uma nova geração de produtos que economizam, principalmente, energia. Para as empresas, cada vez mais as ameaças.

Bolsa energética.
A bolsa Fusion, criada pela empresa americana Eclipse, é ecologicamente correta por dois motivos. O primeiro é o material reciclável com que é produzida. O segundo é um pequeno painel solar que permite recargas de baterias de celulares, computadores de mão, smartphones e iPods. Preço: 150 dólares.

Lanterna auto-suficiente.
A lâmpada solar Sun Jar, produzida na Inglaterra, ilumina o ambiente sem necessidade de pilhas ou eletricidade. O aparelho, que custa 50 dólares, se vale de uma pequena célula solar na tampa que alimenta uma lâmpada instalada na parte interna. É só deixar a lanterna exposta ao sol durante o dia para iluminar o ambiente à noite. Automática, a lâmpada acende assim que escurece e apaga quando há outra fonte de luz no ambiente.
Carro elétrico.
A montadora japonesa Mitsubishi apresentou recentemente em Tóquio o iMiEV, modelo elétrico esportivo movido a baterias de íon-lítio. Para recarregá-las, o veículo dispõe de painéis solares no teto, um gerador instalado na grade dianteira e um sistema que transforma a energia cinética dispersada nas frenagens em eletricidade. O iMiEV é movido por três motores elétricos — dois na parte dianteira e o último entre as rodas traseiras —, pode alcançar velocidade máxima de 180 quilômetros por hora e possui autonomia de até 200 quilômetros. O carro, que custará em torno de 25 000 dólares, começa a ser vendido no fim de 2008, inicialmente apenas no Japão.

Tendência
Luxo acessível.
Poucos segmentos crescem tanto no Brasil quanto o de produtos de luxo. Um relatório da consultoria Bain & Company divulgado no início de dezembro, aponta que entre 2005 e 2006 o aumento no volume de vendas foi de 35%. Trata-se de um fenômeno global impulsionado pela contínua massificação de produtos associados a grifes de prestígio, como Giorgio Armani, Louis Vuitton, Cartier, Bulgari e Chanel, que ao longo dos últimos anos passaram de butiques exclusivas a braços de grandes corporações globais. Da mesma forma, produtos de massa associados ao uso pessoal, como celulares, ganham prestígio — e preços mais altos — quando vendidos sob uma marca de luxo ou associados a uma característica de exclusividade.“Acompra de um produto associado ao luxo, ainda que não seja dos mais caros, funciona como um atestado de ascensão social”, diz Raquel Siqueira, do instituto de pesquisa Ipsos. Essa é uma tendência que ganha peso principalmente em países emergentes como Brasil, Índia, China e Rússia, onde o desejo de status acompanha o ritmo da formação de uma nova elite econômica.
Tiffany classe média.
Associadas à sofisticação ímpar de Audrey Hepburn, as jóias da Tiffany sempre foram para poucos. Isso até a empresa descobrir que luxo e massa poderiam conviver e aumentar o faturamento.Aempresa lançou uma linha mais popular de jóias, de prata, réplicas de algumas de suas peças em ouro. Um dos exemplos é o bracelete Charm, que custa a partir de 810 reais.
Giorgio Armani sobre rodas.
O estilista italiano que já emprestou seu nome para hotéis e produtos para o lar inova ao lançar um par de patins como parte de sua coleção 2008. O artefato foi feito em parceria com uma empresa de artigos para esportes radicais da Nova Zelândia. Além do desenho arrojado, o modelo é feito de material ultraleve, o que garante velocidade. Custará cerca de 160 dólares em lojas da grife na Europa e nos Estados Unidos.

Mini-Vuitton.
Em meio a uma coleção de bolsas, jóias, sapatos e malas cujos preços chegam facilmente aos cinco dígitos, a miniagenda de couro com acabamento de verniz da Louis Vuitton é uma espécie de modelo 1.0 em meio a uma frota de Rolls-Royces. Mesmo assim, trata-se de um produto de estirpe, valendo 625 reais.

Água com preço de vinho.
Até mesmo um produto banal como água mineral pode ser convertido em símbolo de status. É o caso da Evian Palace, versão da prestigiada marca de água francesa Evian vendida nos restaurantes e hotéis mais luxuosos da Europa e dos Estados Unidos por 25 dólares, o preço de um vinho de boa qualidade. A garrafa de cristal lembra um vidro de perfume e traz o desenho dos Alpes, origem do produto.

Celular de grife.
O celular Serenata é o exemplo típico de um produto de massa com embalagem de luxo. A tecnologia é da coreana Samsung. O design é assinado pela dinamarquesa Bang & Olufsen, conhecida por seus belíssimos — e também caríssimos — aparelhos de som.O celular tem pequenas caixas de som estéreo embutidas que o transformam em um tocador de MP3 com som de alta qualidade.É vendido na Europa por 1 000 euros e não há previsão de lançamento no Brasil.

Tendência
Volta à tradição.
Um dos mais aguardados lançamentos da indústria automobilística de 2007 foi uma reedição de um pequeno carro italiano lançado em 1957, o Fiat Cinquecento. Saudado como um símbolo de recuperação da saúde financeira da marca italiana e premiado com o título Auto Europa 2008 pela imprensa especializada européia, o Cinquecento também materializa uma tendência de nostalgia retrô aliada à moderna tecnologia.A volta ao passado e aos produtos tradicionais — pelo menos na aparência — tornou-se uma espécie de reação à frieza decorrente dos excessos tecnológicos, ao estresse da vida moderna.“Depois de se abrir tanto para as novidades, os consumidores passaram a se interessar por produtos que lembrem o tradicional, a infância e o aconchego da casa da avó”, diz Daniela Giavina - Bianchi, diretora de inovação e estratégia de marca da consultoria FutureBrand. O que aparentemente era um modismo passageiro, uma reação temporária, finalmente se transformou em tendência consolidada, como comprovam os produtos nestas páginas.

Frigobar retrô.
É o primeiro minirrefrigerador criado na filial brasileira da Whirlpool, dona da marca Brastemp, para atender aos fãs do estilo vintage. Inspirada nas geladeiras dos anos 50 e 60, o modelo tem pés palito cromados e interior compatível com os refrigeradores mais modernos da marca, com portalatas, separador de garrafas e congelador.Acapacidade é de apenas 76 litros, mas o preço é de geladeira grande: 1 000 reais.

Rádio rejuvenescido.
O ar antigo e ultrapassado do rádio Tivoli esconde um potente equipamento de som com entrada para iPod. É também o mais novo e elegante modelo entre dezenas de aparelhos de áudio que imitam aparelhos do passado, como gramofones e vitrolas — quase todos de gosto duvidoso. O Tivoli é feito de madeiras nobres e uma das versões tem o mesmo acabamento envernizado aplicado em pianos. À venda por 200 dólares na rede de lojas americana Target.
A avó das cafeteiras.
O design da cafeteira italiana Achille Gaggia foi desenvolvido pela empresa Saeco para comemorar os 60 anos do lançamento da primeira máquina de café expresso do mundo. O nome homenageia seu inventor. Feita de aço inoxidável, inclusive a caldeira, tem tecnologia de ponta que dispensa a tradicional pausa entre o preparo de um cafezinho e outro nas máquinas domésticas. A cafeteira chega ao Brasil em março de 2008 ao preço de 3 900 reais.
Easy Rider.
A motocicleta Texas Chopper, produzida pela American Ironhorse, foi especialmente criada para aqueles que sonham viver seus dias de Dennis Hopper e Peter Fonda no clássico do cinema dos anos 60.Amotocicleta é montada de um kit aplicado sobre um modelo original Harley Davidson. O comprador pode escolher cores que levam nomes como verde atômico ou violeta violento e uma extensa variedade de acessórios, como banco, roda, espelho, escapamento, luzes em geral, guidão e suspensão. O preço, dependendo da configuração, pode chegar a 30 000 dólares.
04/01/2008

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