21 agosto 2008

CONSTRUÇÃO CIVIL - Construtoras congelam fusões e buscam alternativas

Fonte: Agência Estado

Nos últimos meses, a dupla fusão e aquisição foi onipresente em qualquer roda de conversa de empresários e analistas do setor imobiliário. Hoje, passada a fase de especulações e negociações iniciais, o mercado já não aposta mais em uma onda forte de compras. As empresas, principalmente as listadas em Bolsa, conversaram muito entre si, mas pouca coisa saiu do papel. O assunto não morreu, mas as empresas estão sendo obrigadas a buscar alternativas para continuar tocando seus projetos.O caso da InPar é emblemático. Na sexta-feira passada (dia 15), em teleconferência com analistas, a incorporadora anunciou que vai vender parte de seus ativos para fazer caixa para comprar terrenos. O objetivo é levantar R$ 400 milhões. O plano de lançamentos - tido pelo mercado como ambicioso para uma companhia que ficou fora de operação entre 2004 e 2005 - foi reduzido de R$ 2,5 bilhões para R$ 1,65 bilhão este ano e de R$ 3 bilhões para R$ 1,85 bilhões em 2009. A InPar figurava na lista de empresas que queriam sócios. A incorporadora não é a única a buscar um plano B. Na semana passada, a Tecnisa anunciou que conseguiu levantar uma linha de financiamento de R$ 400 milhões com o Itaú e o Itaú BBA para construção e compra de terrenos. "A Tecnisa é uma empresa que tem controlador. Para fazer fusão, a gente tem de realmente crer que vai ser a melhor opção. Fusão não traz dinheiro novo, só aumenta o tamanho da empresa. E nada garante que o valor das ações vai subir", diz o diretor de relações com os investidores da empresa, Leonardo Paranaguá.Até pouco tempo atrás, o discurso no setor era outro. Acreditava-se que uma fusão elevaria o preço das ações e ajudaria a levantar mais dinheiro na Bolsa. Recentemente, a incorporadora Helbor e a construtora Company deram uma demonstração da dificuldade de juntar empresas no setor. As conversas duraram 90 dias. Segundo o vice-presidente da Helbor, Henry Borenstein, não houve acordo sobre preço. "Quando as conversas começaram, a Helbor valia R$ 700 milhões na Bolsa. No fim, valia R$ 400 milhões", diz. "Esse valor não faz sentido. Em termos contábeis, as empresas são muito parecidas. A fusão não está descartada, mas ainda não é hora."
21/08/2008

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