25 julho 2008

CONSTRUÇÃO CIVIL - Veja opinião da CBIC e do SindusCon-SP sobre elevação da taxa Selic

Fonte: Piniweb

O Banco Central aumentou para 13% a taxa básica de juros, o equivalente a um acréscimo de 0,75%. A alta da taxa Selic, a maior desde 2003, visa o controle da inflação em 4,5% para 2009.
O aumento surpreendeu o mercado, que esperava a manutenção do ritmo do aperto monetário em 0,5%, conforme decisões anunciadas em abril e junho deste ano. "O Banco Central deu um forte recado para reduzir a atividade econômica, o órgão está assustado", opina Eduardo May Zaidan, diretor de economia do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo). "A única medida econômica que o País conhece desde 1997 é a elevação de juros. O Governo precisa aumentar a eficácia do seu orçamento", avalia.
O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Simão, concorda com a opinião de Zaidan. "Espero que o Governo Federal corte seus gastos, de modo que o aumento na taxa de juros não seja a única ação em um ambiente inflacionário", diz.
Em sintonia com os dois representantes do setor, a Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de SP) divulgou que o Estado deveria ter aproveitado os indicadores favoráveis para enxugar orçamento. A instituição acredita que o atual ciclo monetário imposto pelo Copom (Comitê de Política Monetária) representará o fim de um período de crescimento do PIB brasileiro - em torno de 5%, verificado nos dois últimos anos e que ainda deve se manter em 2008.
Zaidan acredita que a construção civil não será afetada em curto prazo. "O SindusCon mantém a estimativa de que o setor será responsável por 10% da participação do PIB de 2008. Os contratos já estão fechados", diz. Para o diretor de economia do SindusCon-SP, a elevação dos juros desacelerará a economia em 2009. "A construção é alimentada por investimentos, que têm como pior inimigo a alta de juros", afirma. De acordo com as projeções da Fecomercio, os indicadores devem começar a apontar para um desaquecimento dos investimentos no segundo semestre. Para a Federação, se as previsões do mercado se confirmarem e a Selic chegar ao final do ano no patamar de 14,5% ou 15%, a tendência é de que o crescimento desabe em 2009.
Os representantes do SindusCon-SP e da CBIC, no entanto, descartam uma elevação nas taxas de juros do crédito imobiliário. "Há disputa de mercado entre os bancos e essas taxas são tabeladas", apazigua Simão. A opinião de Zaidan é de que apenas uma queda da renda da população provocaria problemas nessa linha crédito de crédito. "Para isso seria necessário um cenário recessivo, situação longe da realidade brasileira", finaliza.
24/07/2008

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