Novas tecnologias de computação e a evolução do "homem virtual" para prever os efeitos de novos medicamentos antes que estes entrem em testes clínicos podem transformar a pesquisa farmacêutica, segundo um relatório divulgado na sexta-feira.
Em 2020, o processo de pesquisa e desenvolvimento de remédios pode ser dois terços mais curto, os custos dos testes clínicos muito mais baixos e a produtividade registrar dramático crescimento, de acordo com o relatório da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC).
"O setor farmacêutico precisa de um método mais rápido e com maior capacidade de previsão para testar moléculas antes que sejam colocadas em uso humano", disse Steven Arlington, da PwC. Em especial, o conceito de um "homem virtual" poderia evoluir da conexão entre tecnologias emergentes.
Uma forte desaceleração no número de medicamentos novos que chegam ao mercado -a despeito do investimento recorde em pesquisa e desenvolvimento - talvez seja o maior desafio que o setor mundial de medicamentos está enfrentando.
Os lucros das grandes empresas farmacêuticas estão sob ameaça porque as patentes sobre muitos remédios lançados nos anos 90 expirarão nos próximos anos e apenas quatro das 10 maiores empresas do mundo disporão de produtos novos suficientes para cobrir a brecha em suas linhas de medicamentos que surgirão então, afirmou a PwC.
Promover mais inovação e elevar a produtividade é uma questão que ocupará posição central na reunião anual da European Federation of Pharmaceutical Industries and Associations, esta semana.
Os executivos que se reunirão em Paris temem que a capacidade do setor de medicamentos para inovar esteja sendo prejudicada pela disparada nos custos de pesquisa e desenvolvimento, pelas medidas de cortes de custos dos governos e por maiores obstáculos regulatórios.
Muitas dessas pressões são permanentes, mas Arlington acredita que as empresas serão capazes de melhorar os retornos sobre seus investimentos por meio do uso de tecnologia mais inteligente.
A PwC informa que empresas que utilizam tecnologia virtual reduziram em 40 por cento o tempo dos testes clínicos e cortaram em até dois terços o número de pacientes requeridos -um grande fator de custo.
23/06/2008
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