30 junho 2008

CONSTRUÇÃO CIVIL - Construção civil: gente existe, o que falta é experiência.

Fonte: Amanhã

O mercado imobiliário está em polvorosa. A cada dia, são lançados novos empreendimentos com opções de financiamento alongado e parcelas acessíveis ao bolso do consumidor. Ao mesmo tempo, porém, o setor começa a enfrentar um problema: a falta de mão-de-obra com experiência. Desde o início do boom, há cerca de dois anos, o setor vem absorvendo um grande número de engenheiros, pedreiros e mestres-de-obras que estavam parados no mercado. Segundo dados do IBGE, os empregos da construção civil cresceram 7% entre 2006 e 2007. A tendência é de que o número de vagas continue aumentando. Resultado: a falta de pessoas com experiência preocupa cada vez mais os empresários.
No Rio Grande do Sul, Júlio César Lamb, da Lamb Engenharia, calcula que o déficit de pessoas chegará a 20 mil até o próximo ano. O setor emprega, hoje, 50 mil trabalhadores no estado. Para evitar que a defasagem aumente, a maioria das empresas está apostando na otimização dos processos, tornando-os mais industrializados – ou seja, comprando máquinas. “Essa é a alternativa enquanto capacitamos pessoas para assumirem as posições”, pondera Lamb.
Já Normando Dau, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), acredita que a falta de profissionais não é o principal problema do setor. Na região metropolitana de Curitiba, 2 mil pessoas recebem seguro-desemprego e poderiam ocupar essas vagas. Ele diz que, no Paraná, ainda há cerca de 400 mil pessoas que recebem dinheiro do programa “Bolsa-Família” do governo federal. “É mão-de-obra em potencial”, comenta Dau. Para ele, o desafio da construção civil está em capacitar profissionais. O Sinduscon paranaense trabalha em parceria com o Sistema S (formado por instituições como Sesc, Sescoop, Sebrae e Senat) para qualificar essa mão-de-obra. Além disso, conta com o Plano Setorial de Qualificação (Planseq), da União, que destina R$ 12 milhões por ano à capacitação de profissionais.
O treinamento dos engenheiros é o mais complicado. Como passaram muito tempo trabalhando em outros setores – a estagnação da construção civil chegou a durar 15 anos –, eles geralmente precisam de atualização e experiência. Para Lamb, o grande problema está no curto prazo. No médio e longo, de acordo com o empresário, o mercado deve se regular. Além disso, a expectativa de aumento da taxa de juros pode acabar esfriando o setor.
30/06/2008

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